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Benicio Del Toro: guerrilheiro em cena
Foto: Google Image
Este é um filme ambicioso. Talvez até demais, o que pode ser um problema. Ficou com quatro horas e meia de duração e foi dividido em duas partes (claro, senão quem encararia?). Trata-se de um projeto pessoal de Benício Del Toro, que chamou para dirigi-lo Steven Soderbergh, com quem havia trabalhado em "Traffic" e ganhou o Oscar de coadjuvante.
O lançamento aconteceu no início deste ano, por motivos óbvios, afinal a revolução cubana completou 50 anos no dia 1º de janeiro. Mas foi nessa época também foi a que a mídia mais direitista começou a questionar o mito Che Guevara, com algumas revistas chamando o guerrilheiro de bandido.
Chega o filme e, talvez por uma questão de "coerência", as pedradas foram para a obra. A alegação foi de que a direção de Soderbergh e principalmente a atuação de Del Toro reforçam o lado santificado. Calma, não se pode fazer essa acusação sem ver a segunda parte. Essa primeira, em cartaz nos cinemas, tem como subtítulo "O Argentino" e trata do início do mito. Nessa fase conheceu Fidel Castro (Démian Bichir) e seu irmão Raul (o brasileiro Rodrigo Santoro) e decidiu lutar contra a ditadura de Fulgêncio Batista. O ritmo às vezes é um pouco lento, mas o retrato do homem não parece santificador. (Ronaldo Victoria)
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