Onde Vivem os Monstros
Max Records ao lado de Carol, seu amigo monstro
Foto: AllMovie Photo
Este é um filme surpreendente, em vários sentidos. Primeiro porque consegue pegar um livro infantil de poucas páginas, escrito por Maurice Sendak, e transformar num longa-metragem tão bom quanto a obra literária. Depois porque não se esperava esse estilo do diretor Spike Jonze, criador de obras "cabeça" (e também pretensiosas) como Quero Ser John Malkovich e Adaptação. Estranho é que, apesar do tema, é muito mais indicado para a platéia adulta.
O enredo fala sobre Max (Max Records), garoto travesso que não disfarça a crueldade que é característica das crianças (alguém ainda não acredita nisso?). Ele briga com a irmã, implica com o namorado da mãe (Catherine Keener) e, depois de uma discussão, foge dela sem dar explicações. Toma um barco vazio, atravessa um rio e chega a um lugar fantástico onde existem vários tipos de monstros, alguns bons outro francamente irritantes, com quem passa a conviver.
O menino alterna vários tipos de reações frente a seus novos amigos. E não precisa ser muito inteligente para sacar que cada criatura corresponde a um sentimento que temos dentro de nós mesmos, alguns que sufocamos, outros que não conseguimos apesar de nos fazerem mal. E destaca que a criança ainda tem uma espontaneidade que vamos perdendo ao longo da vida, por necessidade ou opção. Atores como James Gandolfini, Forest Witaker e Chris Cooper participam fazendo as vozes de monstros. Belo e intrigante. (Ronaldo Victoria)
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