segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O Bem Amado

Matheus Nachtergaele Marco Nanini: de volta à Sucupira
Foto: Google Image
Este é o tipo de filme nacional que a gente já sabe de antemão o que a crítica vai dizer: que se trata de uma cópia de um modelo televisivo, que é a submissão do cinema aos padrões globais e blá blá blá... E não é que disseram mesmo? As críticas até têm a ver, mas é preciso se reconhecer que a matriz é televisiva (a novela e a série escritas por Dias Gomes) e a opção do diretor Guel Arraes foi fazer um filme popular.
E nisso ele foi bem sucedido. A história, como todo mundo sabe, é sobre o prefeito de Sucupira, Odorico Paraguaçu (Marco Nanini, sempre bom e que não tenta imitar Paulo Gracindo), que constrói um cemitério na cidade mas não consegue inaugurá-lo. No original era uma sátira à ditadura militar e seus políticos oportunistas.
Se de um lado a classe política não evoluiu nada, os costumes são atualizados, mesmo com a história se passando nos anos 60. Assim, as irmãs Cajazeira (Zezé Polessa, Andréa Beltrão e Drica Moraes) não são tanto "donzelas juramentadas", mas mulheres independentes. Dirceu Borboleta (Matheus Nachtergaele) ficou menos bobo e Zeca Diabo (José Wilker) mais soturno. É onde está a imitação da televisão, então? (Ronaldo Victoria)