Ensinando a Viver
Bobby Coleman e John Cusack: nerds em família
Foto: Google Image
Dizem (mas não provam) que quem era considerado esquisito na época de escola vence na vida, enquanto os populares fracassam. Será? Parece teoria conspiratória de quem sofreu na mão de valentões na hora do recreio. É em torno disso que acontece a trama de "Ensinando a Viver" (Martian Child, EUA, 2007), destaque das locadoras de DVD.
O protagonista do filme dirigido por Menno Meyjes é David (o sempre ótimo John Cusack), considerado o esquisito mór e sempre alvo de brincadeiras estúpidas no colégio. O tempo passa e ele consegue tirar proveito da "nerdice", virando escritor famoso, autor de livros de ficção científica cultuados por nerds de todo o país.
Apesar da conta bancária gorda, sua vida pessoal vira um caos quando a esposa morre de repente. E justo quando o casal havia acabado de se comprometer a adotar Dennis (Bobby Coleman).
David não sabe se leva o plano adiante: e agora, sozinho, como vai cuidar do menino? O garoto é um David em miniatura, mas ainda mais esquisito: vive dentro de uma caixa, só anda de óculos escuros e mete medo nos coleguinhas. Para superar tanta rejeição (não só dos pais biológicos, mas dos que não o levaram para casa), Dennis diz que é marciano (vem daí o título original do filme). Marte é o lugar que ele escolheu para se esconder e David, apesar de ambientar seus livros em planetas distantes, demora para chamá-lo à Terra e convencê-lo que deseja ser seu pai.
A maior qualidade do roteiro é não dourar a questão. O moleque não facilita as coisas para o candidato a pai, tem horas que dá vontade de esganá-lo (como David admite para a irmã, vivida por Joan Cusack, irmã de John na vida real). Afinal, quem disse que o verdadeiro amor é fácil? (Ronaldo Victoria)
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