Queime Depois de Ler
Brad Pitt interpreta um golpista trapalhão
Foto: Google Image
Domingo, 15h45, saída da sessão das 14h do Cine Shopping. Duas mulheres (provavelmente mãe e filha) vão pelo corredor rindo, mas falando barbaridades do filme que acabaram de assistir. “Credo, nada a ver, não se entende nada”, diz a mãe. “Ninguém merece isso, ô coisa chata!”, reforma a mãe. Por que será então que eu gostei, e muito? Dizer que “Queime Depois de Ler” (Burn After Reading, EUA), dos irmãos Coen, Joel e Ethan, é polêmico é chover no molhado.
A questão é que os irmãos investem num humor bastante negro, para dizer o mínimo. A história fala tem fracassados, paspalhos, vilões, mulheres frias, galãs sem caráter, coroas que não se olham no espelho. Ou seja, o melhorzinho dá rasteira em cobra. Tudo começa quando um ex-funcionário da CIA, Osbourne Cox (John Malkovich) é deixado na geladeira e ameaça escrever um livro contando os podres da agência. O problema é que sua mulher, Kate (Tilda Swinton) faz uma cópia para anexar ao processo de divórcio. Ela quer ficar com o amante, o cafajeste Harry (George Clooney).
A cópia cai na mãe de dois trambiqueiros amadores: o personal trainer Chad (Brad Pitt) e a perua Linda (Frances McDormand), que só pensa em conseguir dinheiro para as plásticas. A trama é bem intrincada e quem se distrair pode se perder. Talvez isso explique a rejeição, mas ninguém pode acusar os irmãos (que acabaram de ganhar o Oscar) de não serem originais. (Ronaldo Victoria)
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