Valsa com Bashir
Documentário israelense opta pelo desenho-animado
Foto: Google Image
Vencedor do Globo de Ouro de filme estrangeiro, este documentário é diferente por vários motivos. Primeiro porque o diretor, o israelense Ari Folman, decidiu contar a história por meio de um recurso surpreendente para este tipo de realização: o desenho-animado. E depois porque ele conta algo em que esteve diretamente envolvido, como convocado do exército de Israel.
Na parte técnica, Folman dá uma lição de talento, com desenhos ao mesmo tempo belos e sombrios. Algumas passagens são bastante surreais, como convém, aliás, ao tema: o eterno conflito entre árabes e judeus no Oriente Médio.
O roteiro mostra como Folman e vários amigos participaram, ainda bastante jovens, do massacre ocorrido nos anos 1970 nos campos de Sabra e Chatila, localizados no Líbano e ocupados por palestinos. A dublagem é feita por ele mesmo e seus amigos, que recordam ao mesmo tempo o ímpeto da juventude que ajuda a encarar uma guerra e a fatal crise de consciência que vem depois. Nesse sentido, dá um exemplo de equilíbrio. As únicas imagens com pessoas são as finais, com as mães palestinas berrando por causa dos filhos mortos. Arrepiante. (Ronaldo Victoria)
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