A Festa da Menina Morta
Daniel Oliveira vive personagem polêmico
Foto: Google Image
Atores de enorme talento, Selton Mello e Matheus Nachtergale (que dividiram o estrelato no delicioso Auto da Compadecida), estrearam este ano como cineastas. E os dois amigos seguiram o mesmo estilo, com obras difíceis, bastante pessoais e até incômodas para uma parte do público. Se Feliz Natal, de Selton, é urbano, o drama dirigido por Matheus é ambientado no coração do Brasil, numa comunidade ribeirinha do Amazonas.
O povoado vive de explorar a festa do título. A menina morta é Cecília, e o seu vestidinho rasgado é usado como relíquia em altar. Quem vive ligado a ela é Santinho (Daniel Oliveira), que faria milagres não muito explicados. O roteiro também mostra como a festa que seria de religiosidade autêntica vira um evento também comercial, com patrocínio de cerveja e shows bastante bregas.
Santinho é personagem polêmico. Gay afetadíssimo, ele tem relações incestuosas com o pai (Jackson Antunes), que o explora. A cena de sexo entre os dois soa exagerada. Todo esse tom exagerado, aliás, parece uma escolha consciente do autor em seu primeiro filme. A impressão que dá é que Matheus fez uma obra sem concessão, do jeito que queria. Se for rejeitado, é um risco que correu. (Ronaldo Victoria)
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