O Lobisomem
Benício Del Toro: interpretação sem alma
Foto: AllMovie Photo
Só para começar com uma metáfora carnavalesca, própria para os dias de agora: imagine você esperar uma Beija-Flor na Sapucaí e topar com uma Zoon-Zoon na Armando Salles. Pode até ser exagerada a comparação, mas a decepção é quase certa para quem for ver essa nova produção de horror da Universal. O objetivo declarado é dar uma aparência de luxo para aqueles antigos filmes de horror ingleses, dos anos 40, que a gente assistia (e morria de medo) na Sessão Coruja da Globo.
Deu tudo errado. Ficou ainda mais trash que o original. Faltou tudo, alma, talento, uma dose mínima de humor que fosse. O elenco, então, está numa apatia de dar dó. Benício Del Toro parece ter confundido o personagem. Ele parece uma múmia em cena, sem expressar a menor emoção. Anthony Hopkins deve ter topado para engordar a conta bancária. Ligou o piloto automático da canastrice e deixou rolar. Emily Blunt e Hugo Weaving também não se salvam do desastre, nem Geraldine Chaplin em participação especial como uma cigana.
A trama é básica e infantil. Del Toro vive Lawrence, ator de sucesso inglês, especialista em Shakespeare, que volta para casa a fim de desvendar os mistérios sobre a morte do irmão. Descobre uma maldição que ronda a família e que faz a linhagem masculina virar lobo. Perda de tempo. (Ronaldo Victoria)
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