O Segredo
. Olivia e Duchovny: a mãe virou filha
Foto: Google Image
O diretor é francês (Vincent Perez, ator que foi galã de Catherine Deneuve em “Indochina” e de Isabelle Adjani em “Rainha Margot”), o produtor também (Luc Besson, que adora filmes de aventura), o elenco é americano, mas o original é uma produção japonesa de 1999 chamada “Himitsu”.
Não é à toa que essa salada de nacionalidades tenha afastado o público. Mas “O Segredo” não é assim uma experiência tão frustrante. O ponto de partida é interessante. Ben (David Duchovny) é um oftalmologista que vive um casamento apaixonado com Hannah (a baixinha Lili Taylor) e tem uma filha adolescente rebelde (que pleonasmo!), Samantha, vivida por Olivia Thirlby. A personagem é retratada como tão insuportável (adora dizer que odeia a mãe, sem motivo) que quando acontece o episódio principal do filme (o acidente com o carro onde estão as duas), a gente até torce para que a chatinha morra.
Não morre. Pelo menos não aparentemente. Aí que está a chave do filme. Quem morre é Hannah, mas Sam diz ao pai que na verdade ela é a mãe, cuja alma está intacta no corpo da filha. Vai daí que ao ir à escola, precisa ouvir coisas absurdas como a disparada por um garoto imbecil: “Parabéns, Sam, aconteceu o que você queria, você se viu livre da sua mãe!”
Logo Ben fica perdido com a novidade. Ali está a mãe ou a filha? Ele até pensa em transar com a menina, acreditando em sua história. Tudo é uma crise de identidade adolescente? É fruto do remorso causado pela forma como tratava a mãe? São questões que o filme prefere não encarar, assim como não tem um desfecho coerente. Assistir a ele fica sendo apenas uma experiência curiosa. (Ronaldo Victoria)
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