Romance
Letícia Sabatella e Wagner Moura: vaidade e neurose
Foto: Google Image
Quando apresentou seu novo filme, em agosto durante o Festival do Rio, Guel Arraes disse: "Esse é bem diferente dos outros". O diretor assumiu como maiores novidades o movimento francês nouvelle vague e o diretor Domingos de Oliveira, que alguns chamam de "Woody Allen carioca".
Ainda bem. Que Arraes tem talento ninguém duvida, mas era chato ver que ele corria o risco de se acomodar. "Romance" tem outra pegada, bem mais urbana. O roteiro de Arraes, em parceira com o gaúcho Jorge Furtado (outro talento que se renova), mira muito o umbigo dos atores, essa categoria em que a vaidade e a neurose andam de mãos dados.
Pedro (Wagner Moura) e Ana (Letícia Sabatella) representam bem isso, até porque representam todo o tempo. Eles se conhecem durante uma peça, Tristão e Isolda, se apaixonam, mas é claro que arrumam um jeito de fazer o romance desandar. Ela vira estrela de TV, enquanto ele fica com o velho papo de que só teatro vale a pena.
Entre os dois existe a produtora Fernanda (Andréa Beltrão), bem mais descolada. Pedro e Ana se reencontram quando ela convence o chefe Danilo (José Wilker) a contratá-lo como adaptador de uma versão nordestina de Tristão e Isolda. E Orlando (Vladimir Brichta), namorado cafajeste da produtora, vive o herói do agreste. Original e atraente, o filme não decepciona o público em nenhum momento. (Ronaldo Victoria)
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