terça-feira, 4 de novembro de 2008

Clube da Comédia

Vince Vaughn em cena: 30 shows em 30 cidades
Foto: Google Image
Para quem não via a menor graça em show de humor e achava os adeptos de um estilo importado dos americanos (a stand up comedy) meras versões moderninhas do Ary Toledo – sim, o chato sou eu! --, locar esse filme é algo arriscado. Afinal, “Clube da Comédia” (Wild West Comedy, EUA, 2007), dirigido por Ari Sandel, é todo baseado nessa tradição americana, a do comediante sozinho no palco com um microfone.
Surpresa! E não é que o filme é bom? Mas por que mistura a comédia com documentário. Narra a idéia do ator Vince Vaughn (de “Penetras Bons de Bico” e “Separados pelo Casamento”) de fazer algo inédito em setembro de 2005: durante 30 dias ele e uma equipe percorreriam os Estados Unidos de costa a costa se apresentando em teatros com shows de humor, em uma cidade a cada dia.
De quebra, Vaughn escolheu quatro rapazes que procuravam uma chance na carreira. John Caparulo é um gordinho que ao fim admite que suas piadas machistas se devem ao fato de ser carente. Ahmed Ahmed revela como é difícil tirar humor do fato de ser egípcio com a paranóia pós 11 de setembro. Sebastian Maniscalco, de humor mais sofisticado, era garçom e nunca conseguiu se sustentar com a carreira. E Brett Ersnst, o mais engraçado, tem família italiana, mãe solteira e desde pequeno foi criado pelo irmão mais velho que, segundo ele, “era tão gay, mas tão gay, que quando o médico deu um tapa em seu bumbum, cantou uma música da Liza Minelli”. Nos bastidores, ele chora de saudade do mano que morreu de aids.
A gente vai acompanhando a personalidade dos rapazes durante a viagem e aos poucos se simpatizando. Outra coisa legal é a atitude deles ao serem surpreendidos pela chegada do furação Katrina e indo contar a piada a um campo de refugiados. Estão vendo como é legal romper com um preconceito? (Ronaldo Victoria)