Bodas de Papel
Helena Ranaldi e Dario Grandinetti: amantes à moda antiga
Foto: Google Image
Este é o tipo de filme que exige um pouco mais do espectador. Aquele que reclama sempre que a fita é “parada” e que “não acontece nada”, nem deve passar perto. Porque o filme, dirigido por André Sturm, que tem a vida toda dedicada ao cinema, já que é dono de uma distribuidora e de uma rede de salas em São Paulo, decidiu fazer dessa sua nova produção uma homenagem ao cinema antigo.
Tudo é “antigo” em “Bodas de Papel” (a propósito, a razão do título, que quer dizer casamento de um ano você só vai entender no final), mas é preciso colocar aspas porque não é antigo no sentido de ser velho. Mas sim não de ser acelerado, de não parecer uma corrida contra o tempo.
Por isso a história vai num ritmo diferente, que aos nossos olhos acostumados à correria, parece arrastado. O local onde tudo acontece é uma cidadezinha fictícia chamada Candeias. O lugar seria inundado para a construção de uma hidrelétrica, mas a obra é embargada. Então, Candeias é uma cidade quase-fantasma. Seria destruída mas não foi, é uma relíquia viva.
É para lá que vai Nina (Helena Ranaldi em sua estréia no cinema) em busca de reconstruir a vida. Lá ela conhece Miguel (Dario Grandinetti, que trabalhou com Almodóvar em “Fale com Ela”), arquiteto argentino que a ajuda a reinaugurar o hotel que pertenceu ao avô. Outro charme do filme é o elenco, que traz veteranos como Walmor Chagas, Cleide Yáconis e Sérgio Mamberti. (Ronaldo Victoria)
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