sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O Escafandro e a Borboleta

Mathieu Amalric e Marie-Josée Croze: lição de vida
Foto: Google Image

É bom avisar: este não é o tipo de filme que todo mundo gosta. É preciso não ter medo de histórias tristes. Fala sobre um jornalista francês famoso, editor-chefe da revista Elle, que tem um derrame cerebral. O caso é mais sério do que se pensa, chamado "locked in syndrome", ou seja, a pessoa fica consciente, mas presa dentro de si mesma.
Resumindo, assim que volta do coma, ele descobre que só mexe os olhos. Porém, como o direito ficou com o canal lacrimal seco, precisa ser tapado. Então, a única parte útil de seu corpo é o olho esquerdo. É com ele que tenta se comunicar com uma enfermeira dedicada, que a princípio pede para que ele pisque se é "sim" ou "não". Com o tempo, ela cria um jeito de falar as letras para ele, que pisca quando é a letra desejada, forma frases e se comunica.
O mais incrível é que a história é real. E o personagem principal, Jean Dominic Bauby, conseguiu escrever um livro, recorde de vendas na França. O filme, dirigido por Julian Schnabel, conta essa incrível história de resistência com a emoção na dose certa. Na mão de americanos, talvez virasse uma choradeira, mas os franceses são mais contidos.
A narrativa talvez provoque angústia ao mostrar os pensamentos do personagem tentando se fazer entender, mas a sensação que deixa é de uma lição de vida. O elenco é ótimo: Mathieu Amalric (o vilão do novo 007) está perfeito como Jean Do, assim como Marie-Josée Croze (a enfermeira), Emmanuelle Seigner (a esposa) e Max von Sydow (o pai). (Ronaldo Victoria)