Feliz Natal
Leonardo Medeiros em cena do filme dirigido por Selton Mello
Foto: Google Image
Estreia de Selton Mello atrás das câmeras, este drama dividiu opiniões de uma maneira já conhecida: a maioria da crítica adorou, enquanto boa parte do público estranhou. Não é de se admirar. Em sua primeira direção, Selton, ator de reconhecido talento e para muitos "o cara" do novo cinema nacional, foi com muita sede ao pote, como se dizia antigamente.
Ele quis contar uma história de um gente diferente, já marcando de cara seu estilo, assumindo estranhamentos e algumas influências claras, como o americano John Cassavetes e a argentina Lucrécia Martel. O resultado é que o público assiste tudo isso um tanto de fora, sem se envolver de forma direta.
Até porque o roteiro é uma louvação a decadência. Ninguém é feliz no mundo de Selton. Caio (Leonardo Medeiros) vive num ferro-velho (que metáfora, hein?) depois de cometer um crime e volta para uma reunião familiar. A mãe, Mércia (Darlene Glória), vive entupida de bebidas e remédios. Já o pai, Miguel (Lúcio Mauro), prefere só um tipo de pílula, a azul do Viagra com quem "encara" a amante jovem. O irmão Theo (Paulo Guarnieri) é depressivo e a cunhada, Fabiana (Graziela Moretto) detesta o núcleo familiar em que entrou de gaiata. Não à toa, o final é trágico e envolve uma criança. (Ronaldo Victoria)
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