segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Querô

Maxwell Nascimento interpreta o adolescente rejeitado
Foto: Google Image

O filme dirigido pelo estreante Carlos Cortez é baseado numa peça de Plínio Marcos, que formava com Nelson Rodrigues a dupla de maiores dramaturgos brasileiros. Plínio era mestre em retratar os marginais, os deserdados, e sempre dizia que seu teatro se tornou clássico porque a realidade social brasileira só piorava. Ele também foi autor de Navalha na Carne, Dois Perdidos numa Noite Suja e Abajur Lilás, entre outros textos cortantes.
Querô é o nome de um adolescente rejeitado. E o apelido tem humor negro como seu cotidiano, já que é o diminutivo de querosene. Foi jogando esse material em seu corpo que a mãe do menino, Piedade (Maria Luísa Mendonça), prostituta do cais do porto de Santos, se matou quando ele era recém-nascido.
Querô vaga de lá pra cá, enfrenta a crueldade de uma instituição comandada com mão de ferro por Edgar (Milhem Cortaz), apanha de um delegado (Giulio Lopes) e não encontra ampao. É um filme duro, cortante, e o texto não é um dos melhores de Plínio. Na pele do protagonista, Maxwell Nascimento também não brilha. Poderia ter a contundência de um Pixote, mas falta emoção. (Ronaldo Victoria)