sábado, 23 de outubro de 2010

A Janela

Antonio Larreta e as dores do envelhecimento
Foto: Google Image
Dizer que este drama argentino não é indicado para todos os públicos pode parecer arrogância intelectual. Mas é fato. O estilo e a narrativa só são indicados para quem não acha que o cinema tenha de ser uma sucessão de golpes de adrenalina. A história corre lenta, sem grandes acontecimentos. Não fala de nada? Fala de vida, morte, de acertar as contas com o destino, e isso é pouco?
Tudo se passa numa fazenda no extremo da Patagônia, onde vive Dom Antonio (Antonio Larreta), na verdade à espera da morte. Doente e ainda sem aceitar o inevitável, ele tenta se entender com os empregados da casa e com os médicos, para os quais frequentemente dá sustos por causa da rebeldia.
Dom Antonio espera a visita do filho Pablo (Jorge Diéz), um pianista de fama internacional. E é ao mesmo tempo cômico e triste quando ele chega, após muitos anos, com uma esposa perua cuja única preocupação é saber se há sinal de celular "naquele fim de mundo". O final deixa um travo amargo. (Ronaldo Victoria)