Speed Racer
Emile Hirsh em ação: excesso de técnica
Foto: Google Image
Ninguém mais duvida de que os heróis em quadrinhos andam dominando o cinema. Só neste último ano, o novo Batman, a volta de Indiana Jones e do Incrível Hulk, além do sucesso do Homem de Ferro, não me deixaram mentir. Às vezes parece que o cinema se tornou mesmo um gibi em alta animação ou um videogame ampliado. Isso não é ataque de ranzinzice, não. Ao contrário, na maioria das vezes pode ser muito divertido. E nem é aquele papo de “oh, como o cinema se desvirtuou”. Afinal, a molecada dos anos 50 ia às matinês assistir seriados do Tarzan e do Flash Gordon.
Mas no caso de “Speed Racer” (EUA, 2008) é preciso se reconhecer: sobrou técnica e faltou história. Ou seja, tem videogame demais e cinema de menos nessa volta dos irmãos Wachovsky, a dupla nerd do clássico nerd Matrix, às telas. A produção é um prodígio que mostra cada dólar investido. Os atores contracenam em frente a uma tela onde são projetadas imagens delirantes, tipo caleidoscópio.
É lindo? Ô se é! Mas tem horas que uma pessoa mais madura pode se sentir que nem aquela criançadinha japonesa tendo ataque epilético vendo o Picachu amarelo! É informação demais para as nossas pobres retinas cansadas. Com isso a gente nem tem tempo de prestar atenção na performance dos atores. Só deu para perceber que Emile Hirsh na pele do herói perdeu uma grande chance de virar astro, que nem Susan Sarandon consegue segurar uma personagem esquemática e que Matthew Fox, o galã de “Lost”, ainda é só galã. (Ronaldo Victoria)
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