O Casamento de Rachel
Anne Hathaway: orgulho de ser a ovelha negra da família
Foto: AllMovie Photo
Anne Hathaway foi candidata ao Oscar por seu desempenho no filme (Rachel Getting Married, EUA, 2008) dirigido por Jonathan Demme, o mesmo de “O Silêncio dos Inocentes”. A intensidade com que se entrega a sua personagem, Kim, marca sua entrada para o rol das atrizes adultas.
As primeiras cenas mostram Kim na porta da clínica de reabilitação em que está internada e sairá para o casamento da irmã, Rachel (Rosemary DeWitt). Sua chegada provoca crises e remove sujeiras convenientemente jogadas para debaixo do tapete familiar. Kim é abusada, irritante, e demonstra a toda hora ter orgulho de ser a “maluca beleza”, a “ovelha negra” da família, sem perceber que são tristes clichês egocêntricos que só afastam quem ama.
A cena do discurso na reunião é sintomática, assim como o olhar de dor e raiva que provoca na irmã “certinha”. Rachel a acusa de roubar dos pais toda a atenção que não teve apenas por ser “normal”. Já a mãe, vivida por Debra Winger, não superou a dor de uma perda que rachou o núcleo familiar. É um filme adulto, intenso, e exige bastante do espectador, pela forma intimista com que Demme dirige. Mas vale demais a pena. (Ronaldo Victoria)
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