segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Moscou

As atrizes mineiras Simone Ordones, Fernanda Vianna e Inês Peixoto
Foto: Google Image
Mestre dos documentários brasileiros, Eduardo Coutinho não foi tão feliz neste filme, em comparação com sua obra anterior, o fascinante “Jogo de Cena”, comentado neste blog no dia 3 de junho. O filme atual, em cartaz em circuito nacional, parece, aliás, uma conseqüência do interesse de Coutinho pela arte da representação, tema daquele.
Desta vez o documentarista entrou em contato com uma das mais interessantes companhias de teatro do Brasil, o Grupo Galpão, de Belo Horizonte, para propor um desafio: criar em três semanas uma montagem do clássico “As Três Irmãs”, do russo Anton Tchecov, com base em suas lembranças de vida.
Para ajudar na criação, foi chamado o diretor teatral Enrique Diaz. É o que o espectador acompanha, entre curioso e confuso. O jogo proposto por Coutinho às vezes resulta frágil e fica sem sentido se o espectador não tiver um mínimo de conhecimento do texto do autor russo, o que não é obrigação. O básico é a vontade das três irmãs do título de voltar a Moscou, onde foram felizes. Vem daí o nome do documentário, com a teoria de que cada um de nós teoria uma Moscou na vida. Por isso, só ganha mais força quando os atores deixam o texto para se colocarem como eles mesmos. (Ronaldo Victoria)