À Deriva
Vincent Cassell e Laura Neiva: família sem rumo
Foto: Google Image
Depois de dois filmes escuros (Nina era uma pretensiosa adaptação de Crime e Castigo para o submundo paulistano e O Cheiro do Ralo transbordava falta de humanidade), Heitor Dhalia investe em outro estilo. À Deriva é solar, até porque se passa totalmente numa cidade litorânea (Búzios muito bem fotografada) e fala de família e descoberta da vida.
A heroína é Filipa, vivida pela descoberta do cineasta Laura Neiva, de 15 anos como sua personagem. Ela passa as férias com os pais, o francês Mathias (Vincent Cassel, que fala bem português) e Clarice (Débora Bloch). Ela é a mais velha dos três filhos e enquanto descobre os jogos pré-sexualidade (faz um pobre garoto de gato-e-sapato), assiste a degradação do casamento dos pais.
Enquanto a mãe bebe sem freios, o pai tem uma amante, Angela (Camila Belle). Filipa se angustia, culpa o pai e tenta entender a mãe, o que nunca conseguiu. O filme tem ritmo lento, soa aborrecido no início, mas aos poucos cativa ao mostrar que, como no título, a família atual e seus pequenos dramas andam sem rumo. (Ronaldo Victoria)
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