terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Besouro

Ailton Carmo interpreta o herói, líder da capoeira
Foto: Google Image

Quando chegou às salas de cinema brasileiras, Besouro causou sensação. Na verdade, os comentários começaram muito antes, ainda na internet. Tudo porque o filme dirigido pelo estreante João Daniel Tikhomiroff, publicitário premiado, investia num tipo de produção a qual o cinema brasileiro não está muito acostumado (na verdade, bem pouco): a fita de ação, repleta de efeitos especiais.
Isso fica claro no teaser que virou febre na internet. Nas cenas de capoeira, os atores voam por cima das árvores, num efeito que lembra O Tigre e o Dragão. As referências pop são grandes, lembrando também Kill Bill e até Matrix. Legal algo que o Brasil não cultua, ainda mais usando uma tradição bem nativa, a capoeira. Mas nem tudo saiu tão bom assim.
O roteiro, inspirado num livro de sucesso, conta como a capoeira era feita no início do século passado na Bahia. Besouro (o estreante e professor de capoeira Ailton Carmo) tenta defender a tradição, mas esbarra na briga com Quero-Quero (Anderson Santos), com quem também disputa o amor de Dinorá (Jessica Barbosa). Técnica e efeitos nota 10, mas o problema acontece no ponto fraco do cinema nacional: um roteiro esquemático e uma direção burocrática que não auxiliam em nada. Pena. (Ronaldo Victoria)