Um Sonho Possível
Sandra Bullock interpreta uma perua do bem
Foto: AllMovie Photo
A primeira pergunta que se faz a respeito desse filme é se sua estrela, Sandra Bullock, realmente mereceu o Oscar de melhor atriz que recebeu há pouco, após mais de uma década vivendo mocinhas engraçadas em comédias românticas. Sim, ela fez jus à estatueta porque se reinventou como atriz, embora não seja ainda um ícone na arte de representar (talvez nem queira isso) e dá escorregões na carreira.
O melhor é que Sandra fez uma personagem que resultou humana, e em que se pode acreditar. É uma socialite real, Leigh Anne, que um dia resolve ter atitude das mais improváveis: receber em sua família, como filho adotivo, Michael (Quinton Aaron), adolescente negro e enorme, abandonado pela mãe e sem futuro pela frente.
A reação a sua decisão fica entre a incredulidade e o veneno, como o comentário de uma amiga perua num restaurante: “vocês parecem Jessica Lange e King Kong em cena.” O roteiro mostra que uma pessoa como Leigh Anne (republicana, moralista, defensora do porte de armas) não precisa ser apenas uma Sarah Palin a mais. É um filme que se assiste com prazer, apesar de uma certa pieguice (tão tipicamente americana) que o texto não consegue evitar. (Ronaldo Victoria)
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