Encarnação do Demônio
José Mojica Marins: eternamente polêmico
Foto: Google Image
Quando o novo filme de José Mojica Marins estreou nos cinemas brasileiros, em agosto do ano passado (mais precisamente em 08/08/08, data cabalística), a mídia dedicou páginas de jornais e revistas saudando a retomada, 40 anos depois, de seu mais famoso personagem, o Zé do Caixão. Os elogios foram unânimes. Aí, na hora da exibição, cadê o povo?
Em relação a Mojica, parece existir uma curiosa divisão. Enquanto os intelectuais o enxergam como um cineasta transgressor, o público parece só ver seu lado trash. Rita Lee já falou, numa música, algo que cabe bem para a situação: “Todos falam sério, todos eles levam a sério, mas esse sério me parece brincadeira.”
A questão é que se “Encarnação do Demônio” não é a obra-prima que tentaram dizer, o público pode vencer o preconceito e dar uma chance a Mojica. O roteiro fala sobre a saída de Zé do Caixão de uma prisão onde ficou por 30 anos em busca de sua obsessão: achar a mulher para criar seu filho perfeito. Algumas cenas são repelentes, mostrando torturas várias, como mulheres sendo enfiadas em baldes com baratas, saindo do ventre de um porco ou sendo mordidas por ratos. Mas, se a garotada vê isso com prazer em “Jogos Mortais”, por que não com o Zé do Caixão? (Ronaldo Victoria)
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