Pecados Inocentes
Juliane Moore: sem medo de cenas chocantes
Foto: Google Image
Imagine só a cena: o filho, Tom (Eddie Redmayne), está sentado num sofá, quando a mãe, Barbara (Juliane Moore), bêbada, começa a provocá-lo. Alisa as suas pernas até abrir a braguilha. Senta no colo do rapaz até que a relação sexual aconteça. A mãe ainda pergunta se o filho gozou, e o ajuda com masturbação.
Achou chocante a descrição? Assistir a essa cena de "Pecados Inocentes" (Savage Grace, EUA, 2007), sem dúvida, incomoda muito mais. Faz a gente rever até que ponto somos realmente liberais. A forma como o diretor, Tom Kalin, explicita esse tema tão tabu —— o incesto —— parece ter sido feita realmente para chocar. Quem sabe se fosse realizada de forma menos explícita? Ao mesmo tempo, fica a pergunta: como falar de incesto sem ser chocante?
A seu favor, Kalin tem a argumentação de que o roteiro do filme é baseado numa história real, a da socialite Barbara Dale Baekeland e seu filho Tom. Desde que o menino nasce, as sombras da psicopatia já apareciam, tanto que o marido, Brooks (Stephen Dillane), logo cai fora dessa relação doentia.
Sozinhos, os dois se agarram um ao outro. Dividem vícios, amantes (vão para a cama juntos com o mesmo rapaz), neuroses e o medo do futuro. Até que a sombra da morte aparece. Os letreiros finais contam que a loucura não terminou e coisas ainda piores aconteceram. Indicado apenas para quem não se choca facilmente. (Ronaldo Victoria)
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