sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Cerejeiras em Flor

Elmar Wepper e sua amiga japonesa
Google Image
Há filmes que passam batido pela nossa vida. A maioria? Com certeza. Outros, como esse drama alemão, nos fazem refletir, pensar a respeito do que estamos fazendo com nossa vida. Principalmente quem já está na maturidade, como é o caso dos protagonistas. Os papéis principais são do casal Rudi (Elmar Wepper) e Trudi (Hanelore Elsner), que vive numa cidade do interior alemão.
Ele é metódico, à beira da chatice, enquanto a mulher gosta de descobertas e sonha em conhecer o Japão (daí o título). Com a aposentadoria, eles resolvem ir para Berlim visitar os filhos, e vem o choque de descobrirem que criaram três criaturas estressadas e egocêntricas.
Na metade do filme, vem um choque que é melhor não contar. A outra metade se passa em Tóquio, onde vive o filho caçula e onde Rudi vai finalmente encontrar a paz, depois da dor. Obrigatório. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

400 Contra 1

Daniel de Oliveira (ao centro) vive o chefão da quadrilha
Google Image
Não fez sucesso nos cinemas esse drama nacional que conta a história do cara que criou a facção criminosa Comando Vermelho. E nem merecia. Só que nem tanto pelo que foi acusado pela mídia rançosa de direita, que seria de dignificar a bandidagem. Isso é besteira. O fato é que se trata de um produto que não encontrou seu público.
Para começar, fica clara a intenção, por mais que o diretor Caco de Souza negue, de copiar o grande sucesso Cidade de Deus. É evidente em tudo, no tratamento dos personagens, na trilha sonora, no figurino, na linguagem, no sotaque acariocado que torna Daniel Oliveira, um bom ator, artificial em cena.
Ele vive William, que começa na criminalidade e tem a ideia de juntar os companheiros. O problema é que o roteiro (também reflexo da "matriz") fica num vai e vem cronológico que em certa altura do campeonato deixa o espectador confuso. E aí tudo se perde. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A Vida de Temple Grandin

Claire Danes tem belíssima interpretação
Acess ShowBiz
Já ouviu falar de Temple Grandin? Difícil, não, ainda mais com esse nome esquisito. Pois saiba que ela é uma mulher, diagnosticada como autista desde a infância, e que nunca se acostumou com os limites que esse quadro mental lhe impôs. Tanto que se formou em veterinária e se tornou conhecida em todo o mundo. Rendeu uma bela biografia filmada pela HBO, e que ganhou o prêmio de melhor filme no Emmy 2010.
É uma história fascinante sob todos os sentidos. Temple (belamente vivida por Claire Danes) não se faz de coitada e nem de boazinha. Ao contrário, é daqueles que desafia seus limites e banca a turrona quando acha que está certa.
A mente de Temple não funciona como a da maioria, pois ela consegue estabelecer gráficos sem precisar desenhar e tem um elevado senso espacial. Apaixonada por animais, conseguiu bolar um sistema de abate humanitário para vacas, sem causar sofrimento, adotado até hoje. Vale a pena descobrir porque foge dos padrões da pieguice quando se trata de pessoas diferentes. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Patrick 1.5

Casal gay sueco ao lado de seu "filhinho"
Google Image
Há uma necessidade, tanto da crítica quanto do público, de rotular. Por isso, alguns são filmes são chamados de gays e por isso acabam interessando apenas à comunidade. Isso não lhe parece limitador e até preconceituoso? A mim parece. Pois então arrisque ver esse filme sueco que não trata gays de forma tão estereotipada.
Os personagens principais, Goran (Gustaf Skarsgard) e Sven (Torkel Petersson), vivem juntos há muitos anos e têm o desejo de adotar uma criança. Seguem todos os trâmites legais e descobrem que serão pais de Patrick, idade 1.5, como diz o comunicado.
Porém, houve um erro administrativo e o que surge é Patrick (Thomas Ljungman), adolescente de 15 anos traumatizado e homofóbico. A chegada dele faz com que Sven, que o mais "masculino" do casal e ponto fraco da história, saia de casa. O que faz com que Goran tente assumir o amor de pai que já sente pelo garoto revoltado. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Meu Malvado Favorito

Gru tenta fazer de conta que é bonzinho
AllMovie Photo
Uma das atrações deste desenho animado, na versão original, é a dublagem. Além de Steve Carrel dando um banho como o personagem principal, há uma série de atores bacanas fazendo as vozes, como Jason Segel, Russel Brand (o noivo maluco de Kate Perry) e até Julie Andrews fazendo a mãe do malvado. No Brasil, Leandro Hassum e Marcius Melhem, que fazem Os Caras de Pau, o primeiro como o protagonista, tentam segurar as pontas.
O legal é que o desenho não faz tanto aquela linha "meiguinha demais", o que entedia papais ou outros parentes que tiverem de assistir junto. Tanto que o personagem principal é Gru, que tenta ser considerado o cara mais malvado do pedaço. Só que descobre que um rival roubou, depois de miniaturizar, as pirâmides do Egito.
Então coloca como desafio roubar a Lua. Só que quando está se preparando para o desafio, conhece três irmãs fofinhas que foram vender biscoito no local. Claro que elas mudam o jeito de ser do malandro. Diversão para toda a família. (Ronaldo Victoria)

domingo, 26 de dezembro de 2010

Par Perfeito

Ashton Kutcher e Katherine Heigl: casal diferente
AllMovie Photo
Para fazer uma boa comédia romântica, além de um bom roteiro que provoque suspiros no público, é preciso... um par perfeito. E é justamente isso que esse filme não tem, apesar do título e dos atores serem bonitos e carismáticas. Mas parece que eles não dão "liga" em cena, rola pouca química, e a culpa parece ser bem mais de Ashton Kutcher.
Dá a impressão de que ele se acostumou com o fama de ser galã, marido jovem de Demi Moore e com os milhões de seguidores no Twitter. Tanto que Katherine, que está se tornando especialista no estilo, não brilha.
A históira fala sobre Jen, moça que não deu certo no amor e vai passar férias na Riviera francesa com os pais (Tom Selleck, o ex-Magnum, é o pai). Lá conhece Spencer, que esconde o fato de ser um espião e só revela após casarem e se mudarem para uma pequena cidade americana. Fica no meio-termo. (Ronaldo Victoria)

sábado, 25 de dezembro de 2010

Brilho de uma Paixão

e Abbie Cornish e Ben Whishaw: entre o amor e a poesia
Google Image
Quando se fala na vida de um poeta do século 19, na cabeça da gente já vem aquele clichê: uma vida difícil, com amores complicados e o romantismo que existe mais na teoria do que na prática. Pois parece que no caso do grande inglês John Keats (nem tão conhecido como deveria por aqui) foi assim mesmo. E é isso que mostra esse belo drama de Jane Campion.
A australiana parece se dar melhor mesmo ao retratar esse tempo, como mostrou no já clássico O Piano e nem tanto em Retrato de Uma Mulher. Quando tentou sem moderna, com o drama pesado Em Carne Viva, com Meg Ryan, foi lamentável. O roteiro mostra o jovem poeta (vivido por Ben Whishaw) na Londres de 1818 e seu envolvimento com a vizinha Fanny (Abbie Cornish).
Ela é uma estudante de moda de opiniões fortes. Os dois não poderiam ser mais diferentes e, talvez por isso mesmo, o amor nasce. Apesar disso, enfrentam os problemas, mas surgea doença para separá-los. O final provoca lágrimas. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A Menina que Brincava com Fogo

Noomi Rapace tem de provar a inocência
Google Image
Para quem não sabe (ou está fora do ar), este é o filme baseado na segunda parte da trilogia escrita pelo sueco Stieg Larsson. O começo foi Os Homens que não Amavam as Mulheres. E a série vai ficar ainda mais pop, ao menos promete, agora que Hollywood planeja sua versão para os fatos, com Daniel Craig (o novo James Bond) e Rooney Mara (a atriz da primeira cena de A Rede Social) nos papéis principais.
A dupla que vive no original é Michael Nyqvist (Mikael Blomkvist, o repórter experiente) e Noomi Rapace (Lisbeth Salander, a hacker radical). Aqui, como o título já adianta, a história está muito mais centrada na figura dela. Depois de se vingar do homem que a estuprou, Lisbeth acaba sabendo de uma perigosa rede de pedofilia.
Ela tenta provar que não é culpada de assassinato, o que os inimigos se encarregam de tentar, mas sua figura exótica (é lésbica, abusada e tem um visual estranho) faz com que a polícia e a imprensa fiquem contra ela. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Predadores

Adrien Brody e Alice Braga: perdidos na selva
AllMovie Photo
Não é bem uma continuação, mas uma nova versão de Predador, aquela aventura algo trash estrelada por Arnold Schwarzenegger e que fez sucesso nos anos 90. A nova receita, porém, tem pitadas de outros sucessos. Os personagens caem de repente numa ilha. Lost! Eles são sempre observados e um começa a lutar contra o outro. Big Brother! E os monstros parecem criaturas espaciais. Avatar!
Não dá então para esconder que se trata de uma "salada" aventureira que até cumpre seu objetivo de entreter quem curte cinema pipoca. Mas não se pode esperar nada além disso. O elenco é bem escolhido. Adrien Brody, que ganhou o Oscar por O Pianista, deixa de lado os filmes "cabeça" e aparece marombado em cena.
A brasileira Alice Braga tem destaque como Isabelle e há outras presenças marcantes como Laurence Fishburne, Topher Grace e Danny Trejo, o anti-galã de Machete. O resultado é divertido. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Mary e Max - Uma Amizade Diferente

Mary, a menina triste, tem uma pinta "cor de cocô" na testa
Google Image
Esse tem tudo para ser um filme diferente de tudo o que você já viu. Afinal, trata-se de uma animação feita com massinha de modelar e dedicada a adultos. Afinal, trata de temas pesados como solidão, desespero, suicídio e outros mais. Mas tudo é tão bem realizado que o resultado deixa no ar algo como uma lição de vida.
Mérito do diretor australiano Adam Elliot, que já havia recebido um Oscar há quatro anos por um curta e agora faz seu primeiro longa. O roteiro, originalíssimo, fala sobre Mary, menina de oito anos que mora na periferia de Melbourne, mas nem é vista pela família rude. Muito menos pelos amigos, que tiram sarro de seu jeito tímido e da pinta "cor de cocô" que tem na testa.
Um dia ela resolve escrever aleatoriamente para um estranho em Nova York. A escolha recai sobre Max Horowitz, judeu de 44 anos, obeso e com uma doença que o faz ter medo de qualquer contato social. Juntos, os dois "estranhos no ninho" nos ensinam a aceitar nossos limites. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Flor do Deserto

Liya Kebede e Waris Dirie: personagem e pessoa
Foto: Google Image
A mutilação genital, prática medieval que ainda persiste em alguns países da África, só foi conhecido há pouco tempo, por meio do depoimento corajoso da modelo somali Waris Dirie. Foi ela quem contou que, aos cinco anos, teve os lábios vaginais cortados a gilete (para nunca sentir prazer) e foi vendida em casamento aos 13. Mas fugiu e virou modelo internacional.
Essa história forte é contada em ritmo de Cinderela numa produção em que a modelo etíope Liya Kebede vive a protagonista. Ela é mostrada sem lenço e sem documento em Londres, até que faz amizade com uma garçonete despachada, Marylin (Sally Hawkins).
Não tarda para ser descoberta por caçadores de talentos. A história começa em ritmo suave, em tons quase cômicos. A parte pesada vem quase no final, com uma arrepiante cena de mutilação que, apesar de só sugerir, faz o espectador se arrepiar. Descubra. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A Rede Social

Andrew Garfield e Jesse Eisenberg: eu quero ter um bilhão de amigos
Foto: AllMovie Photo
É um dos candidatos mais fortes ao Oscar de melhor filme em 2011. Tem vários pontos de vantagem: fala de algo muito atual, baseado numa história real e seu personagem principal acaba de ser eleito o homem do ano pela revista Time. Ele é Mark Zuckerberg, que aos 26 anos é o mais jovem bilionário do mundo. Por que ele conseguiu tanta grana? Porque criou algo chamado Facebook. Precisa explicar mais?
Sim, o roteiro explica. Na verdade, Zuckerberg, vivido por Jesse Eisenberg, não é retratado como um herói e sim como um cara de moral bastante elástica. Como diz o cartaz, "ninguém faz um bilhão de amigos se não fizer alguns inimigos." O inimigo maior é o brasileiro Eduardo Saverin (Andrew Garfield), que o ajuda na criação mas depois é passado pra trás.
Justin Timberlake também tem destaque no elenco na pele de Sean Parker, o fundador do Napster, que teria feito a cabeça de Zuckerberg e é mostrado como um canalha. O roteiro é baseado num livro que teve como fonte Saverin, então Zuckerberg parece no final um babaca sem coração. Mas, com tanto dinheiro, será que ele se importa? (Ronaldo Victoria)

domingo, 19 de dezembro de 2010

Amor entre Vampiros

Erica Cox ataca o pescocinho de Jason Mewes
Foto: Google Image
Todo mundo sabe que os vampiros estão na moda atualmente, principalmente por causa da saga Crepúsculo (delírio adolescente) e da série True Blood (essa em lado bem mais adulto). Esse filme também tenta entrar na onda, mas no caso o faz de maneira bem mais modesta, para falar o mínimo. A produção é bem pobrezinha, os atores têm pouco carisma e em vários momentos chega a beirar o trash, o que o torna divertido.
O herói é o paramédico Jack, vivido por Jason Mewes. Detalhe que o visual do ator, com roupas casuais e várias tatoos, lembra skatista ou algo assim, menos um médico. Mas esse é um detalhe menor. O que vale é que, muito por causa da profissão, Jack anda a perigo. Sexual.
O rapaz anda precisando demais de alguém para aliviar a tensão acumulada. Preciso explicar mais? Um dia, encontra a misteriosa Danika (Erica Cox), largada para morrer após um assalto nas ruas. Contra todo o bom senso, leva a garota para casa e se apaixona. Será que ele vai ter problemas com o pescocinho? (Ronaldo Victoria)

sábado, 18 de dezembro de 2010

Jornada pela Justiça

Julia Ormond e Mahershalalhashabaz Azi: justiça falha e tardia
Foto: Google Image
É um exemplo daqueles dramas baseados em histórias reais que trazem nas cenas finais a imagem dos personagens reais envolvidos na história e como eles estão na atualidade. E é inegável dizer que isso emociona. Afinal, o roteiro relata o fato de alguém procurando por justiça por nada menos que 22 anos.
A personagem principal é Janet Gregory (a inglesa Julia Ormond, que chegou a ser estrela nos anos 90 e agora retorna aos poucos), uma advogada que enfrenta vários problemas além da profissão. Acontece que é mãe solteira e tem de cuidar sozinha do filho, além de não ser considerada exatamente um modelo de recato pelos moradores da pequena cidade americanana em que vive.
Preconceito? Claro que sim. Mas o pior é o que vitima Calvin (Mahershalalhashabaz Azi), acusado de ter estuprado uma adolescente branca, apesar de todas as provas serem circunstanciais. É fácil de acompanhar e merece ser descoberto. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O Dia Final

Dougray Scott enfrenta as plantas assassinas
Foto: Google Image
A imaginação dos roteiristas é tão fértil (aliás, precisa ser, não?) que já ameaçaram o mundo de destruição das mais variadas formas. Nesse filme (na verdade uma minissérie para a TV inglesa), o perigo é vegetal. Esqueça as plantas carnívoras, agora são espécies que pegam, matam, e comem.
São as trífides, plantas geneticamente modificadas, cultivadas primeiramente na antiga União Soviética (onde mais?), e que se tornaram capazes de se comunicar e até caminhar. Pasme! Contra esse perigo se volta o cientista Bill Masen (Dougray Scott), que precisa alertar pessoas em várias partes do mundo, já que a planta vem sendo usada como combustível. O elenco é bom, com destaque para Joely Richardson de par romântico e sua mãe, a grande Vanessa Redgrave, em participação especial. O roteiro meio absurdo complica um pouco, além da duração excessiva, três horas, já que une dois capítulos. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Carros Usados, Vendedores Pirados

Jeremy Piven (centro) vive o líder dos vendedores
Foto: Google Image
Este filme é do tipo "ame-o ou deixe-o". Porque é uma daquelas comédias tipicamente americanas, em que todo mundo fala e age muito rápido, e fica parecendo um desenho bem exagerado do que se convenciona chamar de pessoas piradas. Ou seja, para quem gosta do estilo, é uma bênção. Para quem não curte, tortura é pouco.
Independente do gosto, e levando em conta a questão cinematográfica, não dá para esconder que o roteiro evita baixarias mais pesadas e ao menos tenta dar a seus personagens um pingo de humanidade. No caso, como o título adianta, eles são vendedores de carro chamados em situação de emergência.
Quer dizer, uma loja está em apuros, chama a equipe especial para aumentar seu nível de vendas. O grupo é liderado por Don, vivido por Jeremy Piven, um bom ator. O elenco também traz Ving Rhames e David Koechner, comediantes experientes, em boas atuações. Se você decidir vencer a implicância com comédias malucas... (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos

Caio Blat e Maria Ribeiro: exercício de ego
Foto: Google Image
Depois que a gente assiste, fica até fácil entender por que este filme nacional fracassou. Há até u viés "mercadológico" no fato. Primeiro porque público que gosta de histórias de amor parece não gostar tanto assim do cinismo contido no título. Depois porque os personagens nem parecem tão apaixonados assim e fica difícil se identificar.
O casal Caio Blat e Maria Ribeiro, que tem a fama de descolado (as más línguas diriam um pouco chatos) admitiram que toparam o convite para talvez tirar essa imagem de certinho. Deu certo? Nem um pouco, pois faltou algo essencial: alma. Tudo parece estudado demais. Blat vive Zeca, um candidato a escritor (que não escreve) e está desempregado. Ou seja: um inútil.
É casado com Júlia (Maria), mas um belo dia encana que ela está tendo um caso com uma mulher, uma argentina com fogo na roupa chamada Carol (Luz Cipriota). Pior, ele acha que se apaixonou pela menina. É assim, ninguém parece saber o que quer direito. Melhor é não querer arriscar. (Ronaldo Victoria)

Bastidores da Guerra

Connie Nielsen vive fotógrafa em conflito
Foto: Google Image
O título original deste drama inglês é The Situation. E a verdade é que a situação para filmes de guerra ambientados no Iraque nunca foi boa e até agora só conseguiu piorar. Sempre se comenta o fato de que, apesar dos roteiros bons e das situações interessantes, o público se recusa a comparecer às salas de cinema e pode descobrir pelo DVD. E é exatamente a situação deste.
A personagem principal é a fotógrada Anna (a dinamarquesa Connie Nielsen, que teve destaque há alguns anos em O Gladiador). Ela é enviada ao Iraque para acompanhar o conflito. Seu namorado, Dan (Damian Lewis), já está lá e tem atuação militar.
Ao lado de um guia local, Zaid (Miro Hamada), Anna descobre uma matéria que pode ser sua grande chance: a ação irresponsável de alguns soldados que ocasionou a morte de um garoto por afogamento. Claro que a apuração vai ser mais difícil do que ela imaginava. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Os Idiotas Também Amam

Trio de nerds em ação: piadas manjadas
Foto: Google Image
Lembra daquela comédia Debi e Lóide, que transformou Jim Carrey num astro? Pois é, mais de 15 anos depois, esta aqui não disfarça qual é a sua fonte primária de inspiração. Tudo bem que originalidade hoje em dia é caso raro, mas também não era preciso ser tão imitador. A questão é que, algum tempo depois, a situação soa velha.
O título já deixa claro que se trata daquela velha história dos caras que não conseguem se entender com o resto da humanidade. Eles trabalham como atendentes de uma locadora de DVD, funçãoque já deu ao mundo um Quentin Tarantino, mas o filme mostra que isso deve ter sido uma raridade.
Albert (Adam Gregory) é o tipo que se acha mais esperto do que é. Só que tem a sorte de ter dois grandes amigos, George (Sean Robert) e Emir (Simeon Taole). Os três sempre se metem em enrascadas e são feitos de bobos pelas meninas. Não parece nem um pouco animador, não? E não é mesmo. (Ronaldo Victoria)

domingo, 12 de dezembro de 2010

Game Over

Rachel Taylor e Luke Ford em cena: mistura de realidade e videogame
Foto: Google Image
Parece óbvia a recomendação, mas lá vai: esse filme (que tem como subtítulo Ameaça Virtual) talvez seja mais apreciado (ou só) por aqueles que curtem videogame, principalmente aqueles mais animados, ou violentos. Porque se trata de uma mistura entre as duas linguagens. O roteiro, não muito original, imagina o que aconteceria quando um game se tornasse real,
É o que acontece quando o nerd Vic (Luke Ford), que trabalha numa empresa de games, resolve testar um invento dele. O rapaz conseguiu uma maneira de entrar nas tramas de um game que mistura táticas de guerra com realidade virtual.
Os efeitos são razoáveis e permite a diversão do público. Mas é claro que não se trata de algo que vai marcar sua vida. E precisa? (Ronaldo Victoria)

Sombras de um Desejo

Sarah Michelle Gellar e Lee Pace: suspense no casamento
Foto: Google Image
A carreira de sarah Michelle Gellar ficou marcada como atriz de suspense depois de ter estrelado a série Buffy, a Caça Vampiros, que na época era ousada, mas hoje produções como True Blood a deixaram para trás. Depois ela fez a série de filmes O Grito, adaptada do cinema japonês, e foi a estrela de Veronika Decide Morrer, baseada no livro de Paulo Coelho.
Não é à toa que esse filme investe... no suspense, claro. Sarah é Jess, casada com um marido certinho, Ryan (Michael Landes). Só que ele tem um irmão folgado e problemático, Roman (Lee Pace, o belo ator de Dublê de Anjo), dependente químico que vive de favor na casa deles.
Um dia, acontece um trágico acidente automobilístico num carro em que estão os dois irmãos. Ryan morre e Roman fica em coma. Mas, quando volta, Roman diz que ele é Ryan, o que mexe com a cabeça de Jess. Será real ou uma farsa? (Ronaldo Victoria)

Milagre na Cabana

Elenco feminino se segura no drma
Foto: Google Image
O título já revela um pouco o que é esse drama, que se enquadra numa nova e mergente categoria: o cinema cristão. São histórias que deixam uma mensagem de superação, contos sobre pessoas que venceram as dificuldades da vida. Por meio da fé, claro, e é essa a diferença desse tipo de obra: acreditar.
O roteiro fala sobre Sarah (Meredith Baxter) e Wanda (Patricia Heaton), duas irmãs que têm visões diferentes sobre o que fazer com a fazenda que herdam após a morte dos pais. Acontece que num pedaço de terra vive Lily (a veterna Della Reese, de Toque de um Ajo).
Enquanto Sarah quer despejar a velha, a outra acaba descobrindo que Lily teve um filho e foi obrigada a se desfazer da criança. Então começa a busca, 50 anos depois. (Ronaldo Victoria_

Uma Cidade em Pó de Guerra

Lee Evans vive a guerra dos aspiradores
Foto: Google Image
Lembra do Stomp? É aquele grupo americano que mistura balé e percussão, e por isso seus dançarinos tiram sons de objetos como latas, baldes e vassouras. Até hoje de vez em quando aparece nos comerciais de cinema que anunciam som Dolby. O problema é que parece uma coisa meio ultrapassada hoje em dia. Será que ainda está na ativa?
Este filme foi a primeira (será a única?) experiência do grupo na telona. Eles optaram por chamar atores famosos e contar uma história em tom de comédia. O tema principal são duas famílias rivais que fabricam aspiradores de pó numa pequena cidade.
Quando um grupo anuncia uma grande novidade, Jack (Kip Pardue) é encarregado de descobrir os segredos. O problema é que ele se envolve com a garota do grupo rival. Comediantes como Lee Evans e Chevy Chase dão o ar da graça. Mas esse título nacional infame não ajuda em nada. Pó de guerra? Francamente... (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Pior Impossível

Cary Elwes e Andy Mac Dowell: esquerda e direita
Foto: Google Image
Não dá para ser injusto e fazer a piada pronta (e preguiçosa) de que o título nacional faz jus ao filme. Até que não. Embora não seja nenhuma obra-prima, até que é possível aproveitar alguns momentos de tensão, descontados alguns exageros. O tema principal é o fundamentalismo religioso e como isso contribui para o radicalismo em várias áreas.
Tudo começa quando o fotógrafo Ethan (Cary Elwes, ex-galã que teve destaque no primeiro Jogos Mortais) sofre um atentado em sua própria casa, invadida por um grupo religioso de extrema direita. Quem comanda é Helen (Andie MacDowell, que já foi estrela e não envelheceu muito bem).
Ela tem o rosto deformado por que sobreviveu a um atentado em que o marido, pastor de uma igreja, morreu. Ela ameaça Ethan ao lado do filho pitboy e de um capanga sádico. O bom é que o final é surpreendente. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Rodeio da Vida

Michael Biehn vive o peão amargurado
Foto: Google Image
Este drama produzido há alguns anos faz parte da linha gospel de cinema, ou seja, filmes dedicados aos evangélicos americanos, sempre com mensagens edificantes, do tipo que vale a pena ter fé e acreditar na vida. O resultado fica sempre na linha mediana, mais para boas intenções que boas histórias, e os radicais podem até vir com aquela surrada história de "eu odeio rodeio".
Deixando isso de lado, o roteiro fala sobre Smokey Banks (Michael Biehn, que teve destaque anos atras em O Exterminador do Futuro). A sua vida atual está uma desgraça, quase destruída por vícios em bebida e jogos de azar.
Até que passa a trabalhar numa pequena propriedade rural, o Rancho Saguaro para Meninos, onde conhece Danny (Brock Pierce), que se afeiçoa a ele. É a chance que ele encontra de se acertar na vida, se tiver força de vontade. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Trovão Negro

Gregoryi Dobrygin vive o super-herói russo
Foto: Google Image
E por que não um super-herói russo? A honra de criar o primeiro defensor dos fracos e oprimidos daquelas terras ficou com Timur Bekmanbetov, que aqui é apenas produtor. Ele é um cineasta especializado em filmes de ação com efeitos deslumbrantes, como já provou em Guardiões do Dia e Guardiões da Noite. Tanto que já foi seduzido por Hollywood, onde dirigiu O Procurado, com Angelina Jolie.
Aqui o estilo é bem mais juvenil, e menos sombrio do que nas aventuras que Bekmanbetov dirige. O herói é o estudante Dima (Gregoryi Dobrygin), um rapaz comum que de repente se transforma num guardião da justiça.
Tudo porque ganha de seu pai um automóvel antigo, um Volga, espécie de fusca moscovita. Mas logo ele descobre que o carro consegue voar, pois fez parte de testes desenvolvidos num laboratório secreto. Leve e divertido. (Ronaldo Victoria)

domingo, 5 de dezembro de 2010

Herbert de Perto

Líder do Paralamas se expõe por inteiro
Foto: Google Image
É engraçado como os documentários brasileiros ainda não encontram espaço no circuito comercial, ainda que tenham como personagem principal um artista tão conhecido como Herbert Vianna. Eles passam apenas nas salas descoladas de São Paulo, quase nunca chegam ao Interior e se lançados em DVD, não são facilmente encontrados.
Por isso é que se demora para descobrir um filme como esse. O estilo, claro, já fica claro no título: é o de se aproximar de Herbert, mais do homem que do artista. Exemplos para isso o cara que lidera o Paralamas tem de sobra.
O ponto chave acontece ao lembrar fevereiro de 2001, quando ele sobreviveu a um acidente de ultraleve, mas perdeu Lucy, a inglesa mãe de seus três filhos. O roteiro também mostra a luta de Herbert pela sobrevivência, já que as primeiras notícias dariam conta de que ele não conseguiria. Chega a emocionar. (Ronaldo Victoria)

sábado, 4 de dezembro de 2010

Luta Mortal

Jason Field aprende a bater no Brasil
Foto: Google Image
É um mico total esse filme de ação, feito na verdade em vídeo mas que só foi lançado em DVD no Brasil por ter algumas cenas rodadas no país. Grande coisa! Além de ser daquelas produções que viram comédia involuntária (ou para os mais ácidos curtirem a vergonha alheia), a visão que passam daqui é bem nada a ver.
De qualquer maneira, serve como passatempo trash. A história fala sobre Jimmy Garren (Jason Field), antigo lutador de tae kwon do agora aposentado. Mas ele é desafiado pelo antigo rival, Nick Harper (Richard Alonzo, um exagero de canastrão).
Como ele recusa, a gangue de Harper sequestra a filha de Jimmy. Então, para recuperar a menina ele vai para o Brasil ter conselhos com Renzo Gracie. O roteiro é esse mesmo. Gente, faz algum sentido? (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Como Cães e Gatos 2

Patrulha do bem une dois cachorrões e uma gatinha
Foto: AllMovie Photo
Há um certo descompasso entre o estilo dessa continuação de Como Cães e Gatos e o público a que ele se destina. Explico: embora seja obviamente destinado às crianças, a opção foi parecer uma sátira clara aos filmes de 007. A garotada nem vai sacar isso, e pode ser um agrado aos papais que tiverem de assistir junto. Deu certo? Não muito, pois passou meio em branco pelos cinemas.
O subtítulo é A Vingança de Kitty Gallore, uma gata branca que perdeu o pelo e quer que humanos e caninos nunca mais sejam amigos. E de quebra dominar o mundo, do mesmo jeito que os vilões de James Bond.
Contra ela se juntam Diggs e Butch, um pastor alemão jovem e um cão ranzinza, além de Catherine, que conhece o passado de Kitty. Atores veteranos como Bette Midler (a vilã), Nick Nolte (Butch) e até Roger Moore, ex-James Bond (de novo a referência!) emprestam as vozes aos animais. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A Jovem Rainha Vitória

Emily Blunt interpreta a monarca
Foto: AllMovie Photo
Que os britânicos têm um fascínio ambivalente pela monarquia (ou seja, ao mesmo tempo que adoram, amam criticar), todos sabemos. Mas o cinema deles parece refletir essa fixação. Há muitos exemplos, desde o retrato que Helen Mirren faz de Elizabeth 2ª (e ganhou o Oscar) e aposta quase certa do prêmio do ano que vem para Colin Firth, na pela de George V, o pai de Elizabeth.
Este drama é um exemplo do talento associado a essa paixão real. A retratada, claro, é a rainha Vitória, que passou para a história como exemplo de dureza moral e repressão sexual. Mas será que foi bem assim? Emily Blunt encarna a jovem que se vê no centro de uma intriga palaciana de alto calibre.
Enquanto aguarda suceder seu tipo, o rei William (Jim Broadbent), a própria mãe tenta exercer a manipulação. É que a duquesa de Kent (Miranda Richardson), junto com o amante, Conroy (Mark Strong), querem que assine a regência, e só assuma o trono. Ela mostra personalidade, pôe a coroa sobre a cabeça e faz do casamento arranjado com Albert (Rupert Friend) um exemplo de união. No fim, a simpatia por ela é inevitável. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O Último Dançarino de Mao

Chengwu Guo vive o protagonista quando adolescente
Foto: AllMovie Photo
O livro em que Lin Cunxin fala sobre a sua vida na China e a descoberta do talento como bailarino alcançou grande sucesso em várias partes do mundo, incluindo o Brasil. A versão para o cinema era inevitável e surge sob a direção segura de Bruce Beresford. Porém, não havia espaço para tanta aventura, limando boa parte da infância do personagem.
Assim, ficaram de fora as dificuldades até para subsistência do casal e dos sete filhos, que comiam apenas inhame seco. Lin explicava as diferenças entre os filhos e as peculiaridades da cultura chinesa. Aqui tudo ficou centrado na descoberta da dança não apenas como arte, mas meio de vencer a miséria, como o futebol ainda é para tantos meninos brasileiros.
Lin (vivido por Chengwu Guo como adolescente e Chi Cao na vida adulta) é visto por olheiros de Pequim na pequena aldeia onde vive. Vira um grande bailarino, é convidado a passar um tempo nos Estados Unidos, mas decide ficar. O que causa grande problema, já que é a época da Revolução Cultural de Mao Tsé Tung. (Ronaldo Victoria)