segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Eu Odeio o Dia dos Namorados

John Corbett e Nia Vardalos em cena da comédia romântica
Foto: AllMovie Photo
Dizer que esta comédia romântica (I Hate Valentine’s Day, EUA, 2009) procura repetir a fórmula do grande sucesso de sua diretora e atriz principal, Nia Vardalos (Casamento Grego, de 2002), parece ser chover no molhado. Afinal, ela mesma não esconde esse fato, já que sua personagem novamente é uma mulher com problemas para se acertar no amor, e até o galã (John Corbett) é o mesmo.
Sete anos depois, o que deu mostras de mudar é o tom. Agora Nia Vardalos não vive mais uma solteirona que suspira pelo príncipe encantado, apesar da família casca-grossa que só queima seu filme, como no filme anterior. Ela é Genevieve, dona de uma floricultura bem-sucedida (e sem família próxima), que por conta dos erros nos namoros, foge do romantismo e adotou uma fórmula segura: apenas cinco encontros e uma página virada.
Tenta adotar o procedimento com Greg (Corbett), charmoso dono do restaurante vizinho. Porém, é claro que o coração bateu mais forte. O final é previsível, senão não seria uma comédia romântica. Mas é justo que o espectador fique com a sensação de que Casamento Grego era bem mais engraçado. (Ronaldo Victoria)

domingo, 30 de agosto de 2009

Se Beber, Não Case

Zach Galifianakis, Ed Helms e Bradley Cooper: noite de loucuras
Foto: AllMovie Photo
Comédia divertidíssima, em cartaz nos cinemas da cidade, é uma dica perfeita para quem ainda acredita que é possível fazer rir sem precisar apelar. O roteiro do filme dirigido por Todd Philips (The Hangover, EUA, 2009) fala sobre um tema (quatro amigos reunidos para uma farra em Las Vegas para a despedida de solteiro de um deles) que em mãos menos hábeis seria uma coleção de baixarias. Mas o resultado é hilariante e em nenhum momento ofende a inteligência do espectador.
O noivo é Doug (Justin Bartha), que logo de início a gente sabe que sumiu durante a bebedeira. Os parceiros são Alan (Zach Galifianakis), irmão bobão da noiva; Phil (Bradley Cooper), professor e galã; e Stu (Ed Helms), dentista controlado pela noiva megera.
Os três amigos acordam na suíte de um motel sem saber de nada. Está tudo revirado, uma galinha passeia pelo quarto, Stu está sem um dente e no banheiro tem um tigre, ligado a Mike Tyson, que faz participação especial. Delicioso. (Ronaldo Victoria)

sábado, 29 de agosto de 2009

Brüno

Sacha Baron Cohen na pele do estilista austríaco: humor polêmico
Foto: Google Image
É difícil chegar a uma conclusão “fechada” sobre esse filme. Há partes ótimas que se misturam com outras péssimas, francamente ofensivas. A própria divulgação se encarrega disso ao destacar para o trabalho uma série de elogios ao lado de insultos que ele possa provocar. Se alguém ainda não sabe (tal foi o bombardeio da mídia), a comédia dirigida por Larry Charles traz novamente o comediante inglês Sacha Baron Cohen na pele de uma personagem controversa.
Há três anos ele viveu Borat, fictício jornalista do Cazaquistão que vai aos Estados Unidos. Agora ele é Bruno, comentarista de moda austríaco que depois de abusar em seu programa em Viena, decide tomar o mesmo rumo. A forma afetadíssima com que Cohen o interpreta gerou acusações de homofobia, mas quem já conviveu um pouco no meio fashion paulistano, por exemplo, percebe que a caricatura é mais real do que gostaríamos de admitir.
Esse é o desconforto que o filme provoca. Se há o lado legal de demolir todo o lance do politicamente correto, de outro se pergunta: como ele foi capaz? E há ainda a pergunta: o que ele vai fazer depois disso? De qualquer maneira, é para se conhecer, mesmo se for para rejeitar, e provocar discussões. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Tempos de Paz

Tony Ramos e Dan Stulbach: defesa do poder da arte
Foto: Google Image
Entre os ex-diretores de novelas da Globo, Daniel Filho foi o único que conseguiu manter uma carreira no cinema e evitar a crítica (justa) de fazer na telona um arremedo do que faziam na telinha. Depois do enorme sucesso da comédia “Se eu Fosse Você 2”, ele retorna com esse drama em cartaz no circuito nacional. E a inspiração não vem da TV, mas sim do teatro.
É uma adaptação quase literal da belo espetáculo “Novas Diretrizes em Tempos de Paz”, de Bosco Brasil, que também escreve o roteiro. A sorte de Daniel é que a peça é realmente ótima, com uma grande carga de poesia e humanismo. Conta a história de um imigrante polonês, Clausewitz (Dan Stulbach), ex-ator que aporta ao Brasil em 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial.
Encara um osso duro de roer na pele de Segismundo (Tony Ramos), agente da imigração que havia sido torturador de presos políticos na época do regime mais duro de Getúlio Vargas. O imigrante tem de enfrentar um desafio: terá de fazer o durão chorar em dez minutos para ganhar o visto. É uma história densa e rápida que se acompanha com prazer. No final há uma bela homenagens a europeus, principalmente poloneses, que vieram ao país e contribuíram para as artes, como o diretor Ziembinski, a atriz Berta Loran e o maquiador Eric Rzepecki. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Marido por Acaso

Jeffrey Dean Morgan e Uma Thurman: entre paixões e clichês
Foto: AllMovie Photo
Comédia romântica é um gênero que provoca polêmica entre os sexos. Enquanto a maioria delas adora, eles torcem o nariz e apontam alguns defeitos básicos: o ponto de partida é forçado e, apesar de os dois se detestarem no início da história, o final feliz é garantido.
Pois, em relação a “Marido por Acaso” (The Accidental Husband, EUA, 2009), dirigido por Griffin Dunne, em cartaz nos cinemas, não é que os rapazes têm razão? A história fala sobre Emma (Uma Thurmann), escritora que tem um programa de rádio que funciona como um consultório sentimental, com conselhos ao vivo. Um dia ela sugere que a noiva de um bombeiro, Patrick (Jeffrey Dean Morgan, fisicamente uma mistura de Robert Downey Jr. e Javier Bardem), se separe às vésperas do casamento.
O problema é que ele ouviu e após o fora planeja uma vingança contra a enxerida. Com a ajuda de um hacker, invade os registros de casamentos e o coloca como marido oficial de Emma. Isso atrapalha sua união por conveniência com o editor Richard (Colin Firth). A moça precisa entrar em contato com ele e convencê-lo a fazer o pedido de anulação. Adivinha o que acontece? (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

De Repente Califórnia

Trevor Wright e Brad Rowe: love story gay
Foto: Google Image
O filme dirigido pelo estreante Jonah Markowitz (Shelter, EUA, 2007), pode ser rotulado como um romance gay. É indicado para quem não se incomoda (e até se anima) em ver dois belos atores, e heterossexuais até onde se sabe, dando beijos na boca e dividindo tórridas cenas de cama. Fora desse interesse, do ponto de vista cinematográfico o filme fica apenas mediano.
O roteiro situa a história longe de qualquer gueto gay, e ambienta o romance na comunidade surfista (o título nacional faz um referência pop a isso). O personagem central é Zack (Trevor Wright), jovem que faz trabalhos artísticos de rua, mas não consegue entrar na faculdade. Ele tem uma irmã, Jeanne (Tina Holmes), que é mãe solteira mas não assume a criação do filho, Cody (Jackson Wurth), que tem no rapaz sua única figura paterna.
Tudo muda quando reencontra Shaun (Brad Rowe), irmão mais velho de seu melhor amigo, que é gay assumido. Entre eles nasce um interesse mas Zack não consegue lidar com um sentimento que nem imaginava possuir. O lado positivo é fugir de qualquer estereótipo e mostrar a importância de ser o que se é. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Horas de Verão

Jéremie Rennier, Juliette Binoche e Charles Bérling, os três irmãos
Foto: Google Image
É daqueles filmes em que aparentemente nada de tão marcante assim acontece. Mas é apenas aparência. O que o filme dirigido por Olivier Assayas (“L’Heure d’Ête, França, 2008) fala é sobre passagem de tempo, permanência das coisas, mudança de gerações. É um retrato belo e sensível. O roteiro, do próprio Assayas, fala sobre uma matriarca, Hélene (Edith Scob), de 75 anos, preocupada com a morte que pressente estar chegando.
Seu centro na verdade é uma bela casa de campo que guarda história e recordações de um tio que virou pintor famoso e foi na verdade seu grande amor. O local guarda belas obras de arte. Ela conta o fato para o filho mais velho, Frédéric (Charles Berling), o único que ainda mora em Paris. A filha, Adrienne (Juliette Binoche), é desligada, vive em Nova York e namora um americano. Já o caçula, Jéremie (Jéremie Renner) só se preocupa com dinheiro e vive na China.
Assayag conta a história de forma enxuta e revela o valor que cada um dá para as coisas. Eloqüente demais a cena em que a casa que guardava lembranças clássicas vira point de balada juvenil. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Bem-Vindo

Vincent Lindon e Firat Ayverdi: drama denso e humano
Foto: Google Image
Há muita ironia no título deste belo drama dirigido pelo francês Philippe Lioret (Welcome, França/Reino Unido, 2009), em cartaz em circuito nacional. O tema é a intolerância atual dos franceses principalmente, e europeus de maneira geral, contra os imigrantes vindos de países orientais e islâmicos. A ponto de lojas e supermercados recusarem atendimento. Neste cenário, o amor também não tem como acontecer.
Este é o drama do jovem Bilal (Firat Ayverdi), vindo da parte curda do Iraque. Ele fica na região portuária da cidade francesa de Calais, onde começa o Canal da Mancha. Seu sonho é chegar à Inglaterra para jogar futebol e encontrar a namorada. Mas precisa suportar horrores como ficar em caminhões de carga com um saco plástico na cabeça, já que os sensores atuais registram o gás carbônico expelido pelas pessoas.
A vida dele se cruza com a do professor de natação Simon (Vincent Lindon), que acabou de se separara da esposa, Marion (Audrey Dana). Ela tem atuação humanitária junto aos imigrantes e o acusava de indiferença. Simon acaba orientando Bilar numa missão impossível: atravessar o Canal da Mancha a nado. Denso e humano, merece ser descoberto. (Ronaldo Victoria)

domingo, 23 de agosto de 2009

Caramelo

Atrizes em cena da bela comédia libanesa
Foto: Google Image
Em cartaz há alguns meses com sucesso em São Paulo e no Rio de Janeiro, é uma comédia que merece ser descoberta. Não apenas por seu lado curioso, pois se trata de uma trata totalmente ambientada em Beirute e que retrata o cotidiano da mulher libanesa. Quem imagina uma trama pesada, que fala sobre machismo, se enganou.
Ou melhor, o assunto é até abordado, mas de forma leve. A diretora estreante Nadine Labaki ambientou o filme (Sukkar Banat, França/Líbano, 2007) num salão de cabeleireiro. Ela mesma interpreta a personagem principal, Layale, que tem um relacionamento sem futuro com um homem casado. Outras funcionárias tem problemas parecidos. Nisrine (Yasmine Al Masri) está para se casar e precisa esconder que não é mais virgem. Rima (Joanna Moukarzel) tenta assumir a homossexualidade.
Cliente, a atriz frustrada Jamale (Gisele Aouad) tenta esconder os efeitos da idade. O título vem do material com que Layalle executa a depilação. Alto-astral e simpático, é uma bela surpresa. (Ronaldo Victoria)

sábado, 22 de agosto de 2009

Almoço em Agosto

Maria Cali e Gianni Di Gregório em cena da comédia italiana
Foto: AllMovie Photo
Comédia italiana simpática (para muitos uma combinação clássica), o filme faz sucesso nos cinemas de São Paulo. O segredo é sua despretensão, a curta duração (só 75 minutos) e o fato de contar como a criatividade para enfrentar a crise não é privilégio dos brasileiros. “Pranzo di Ferragosto” (Itália, 2009), o título original, tem também um olhar carinhoso sobre pessoas da terceira idade.
Quem escreve, dirige e atua é Gianni Di Gregório, também roteirista de “Gomorra”, drama que radiografa a máfia napolitana, e num tom totalmente diferente deste. Aqui ele conta, de forma despretensiosa, a vida de Giovanni, seu personagem, que está entrando nos 60 anos, sem trabalho e ainda não aposentado, e que mora num apartamento no centro de Roma com a mãe idosa.
Um dia o administrador cobra as contas atrasadas e diz que perdoa em troca de um favor: que Giovani tome conta de sua mãe velhinha. Logo um médico e outro amigo pedem a mesma coisa. Assim, ele passa a ser o comandante de uma curiosa república de coroas. Não acontecem fatos muito espetaculares, mas é um filme que se assiste sempre com um sorriso nos lábios. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Massacre no Bairro Chinês

Jackie Chan (ao centro) vive mecânico chinês ilegal no Japão
Foto: Google Image
O que o público espera quando aluga nas locadoras um filme estrelado por Jackie Chan? Cenas de luta e de violência, com certeza, além de uma boa história. Pois esta aventura dirigida por Xin Yee (San Suk Sin Gin ou Shinjuku Incident, 2009) tem de sobra.... a violência. Há duas tomadas de braços sendo cortados que têm tudo para chocar os mais sensíveis.
Foi essa carga violenta que fez com que o filme fosse proibido na China, terra natal do astro e onde a censura a esse tipo de cena é bastante marcante. Já nas cenas de luta, Chan, que já chegou aos 55 anos, não mostra muito serviço. Esperto, ele percebeu que o tempo passou e criou uma outra persona, a do cara boa praça, sem tanta gana de sair dando chute.
Chan vive o mecânicoo Steelhead, que entra ilegalmente no Japão atrás da namorada Xiu Xiu (Xu Jiglei), raptada por um gângster. No país ele enfrenta a violenta máfia Yakuza e passa a servir de guarda-costas para o marido da mulher que ama. Enfim, é o que se espera de um filme estrelado por Chan. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Segredo de Estado

Lanvin, Vahina, Duvauchelle e Abkarian: caça a terroristas
Foto: Google Image
A luta contra o terrorismo (seu lado positivo e a exploração política) às vezes parece monopólio dos americanos, na vida real e no cinema. Tanto que quando se fala em agente secreto, muita gente pensa de cara na CIA. Pois esse thriller empolgante (Secret Defénse, França, 2008), dirigido por Philipe Haim, mostra como a França está envolvida, destacando o GGSE, grupo anti-terrorismo.
O roteiro escolhe os islâmicos como vilões (não se pode negar), mas não assume aquele tom de patriotada comum nas produções americanas. Ao contrário, mostra que a França deu motivos de sobra para ser odiada pelo Islã. A história envolve Alex (Gerard Lanvin), agente maduro que recruta a garota de programa Diane (Vahina Giocante) para participar do programa.
O alvo principal é o poderoso Al Barad (Simon Abkarian), que estaria preparando um atentado aéreo no dia 18 de junho, data símbolo por marcar vários acontecimentos trágicos. De outro lado, há Pierre (Nicolas Duvauchelle), traficante que na cadeia se converte ao islamismo e se oferece para ser homem-bomba. O roteiro tem várias reviravoltas e prende a atenção a cada minuto. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A Partida

Masahiro Motoki e Tsutomu Yamazki: cerimônia do adeus
Foto: AllMovie Photo
Como evitar o peso ao falar do mais pesado dos temas, ou seja, a morte? Esta é a maior qualidade deste filme japonês belíssimo (título original Okuribito, 2008), dirigido por Yojiro Takita, que surpreendeu ao vencer o Oscar de melhor filme estrangeiro deste ano. A surpresa foi por concorrer com obras mais badaladas, mas nada a ver com suas evidentes qualidades.
O roteiro aborda a vida de Daigo (Masahiro Motoki), que mora em Tóquio com a mulher, Mika (Ryoko Hirosue), e atua como violoncelista numa orquestra. Um dia, o mantenedor anuncia a dissolução do grupo musical. Daigo volta com a esposa para o interior, onde a mãe, recém-falecida, deixou uma casa.
Ao tentar um emprego, se assusta pela forma como Ikuei (Tsutomu Yamazaki), o dono de uma empresa, o aceita sem perguntar nada. Só depois ele descobre que será preparador de cadáveres, o que faz com que seja acintosamente discriminado, até em casa. Com o tempo, porém, descobre que a arte de dizer adeus (ele nunca aceitou o fato de ter sido abandonado pelo pai na infância) é libertadora. Comovente em sua humanidade, é programa imperdível. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Arraste-me para o Inferno

Alison Lohman e Lorna Raver: maldição cigana
Foto: AllMovie Photo
Engraçada a maneira como se define facilmente filmes como esse de “mentirosos”, rótulo que ouvi na saída da sessão do Shopping Piracicaba. Então, se há procura por verdade, por que quase ninguém vai assistir a documentários? E o que você procura em filmes de terror, senão fantasia.
Isso é o que oferece o diretor Sam Raimi nesta produção caprichada (Drag me to Hell, EUA, 2009), em que retorna ao estilo que o tornou famoso nos anos 80 depois de comandar a história do Homem Aranha nas telas e o tornar sucesso retumbante. O roteiro fala sobre Christine Brown (Alison Lohman), ambiciosa executiva de um banco, encarregada do setor de empréstimos.
Um dia ela recusa uma prorrogação de prazo na hipoteca de Sylvia Ganush (Lorna Raver), uma velha cigana assustadora. Assim se torna vítima de uma poderosa maldição que envolve Lâmia, um espírito do mal. Raimi é craque em criar clima, em que pese certos exageros. A diversão, porém, é garantida. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Moscou

As atrizes mineiras Simone Ordones, Fernanda Vianna e Inês Peixoto
Foto: Google Image
Mestre dos documentários brasileiros, Eduardo Coutinho não foi tão feliz neste filme, em comparação com sua obra anterior, o fascinante “Jogo de Cena”, comentado neste blog no dia 3 de junho. O filme atual, em cartaz em circuito nacional, parece, aliás, uma conseqüência do interesse de Coutinho pela arte da representação, tema daquele.
Desta vez o documentarista entrou em contato com uma das mais interessantes companhias de teatro do Brasil, o Grupo Galpão, de Belo Horizonte, para propor um desafio: criar em três semanas uma montagem do clássico “As Três Irmãs”, do russo Anton Tchecov, com base em suas lembranças de vida.
Para ajudar na criação, foi chamado o diretor teatral Enrique Diaz. É o que o espectador acompanha, entre curioso e confuso. O jogo proposto por Coutinho às vezes resulta frágil e fica sem sentido se o espectador não tiver um mínimo de conhecimento do texto do autor russo, o que não é obrigação. O básico é a vontade das três irmãs do título de voltar a Moscou, onde foram felizes. Vem daí o nome do documentário, com a teoria de que cada um de nós teoria uma Moscou na vida. Por isso, só ganha mais força quando os atores deixam o texto para se colocarem como eles mesmos. (Ronaldo Victoria)

domingo, 16 de agosto de 2009

Há Tanto Tempo que Te Amo

Elsa Zylberstein e Kristin Scott Thomas: sentimento entre irmãs
Foto: Google Image
Fica quase impossível evitar as lágrimas na cena final deste belo drama francês (Il a longtemps que je t’aime), estréia na direção estréia na direção do roteirista Philipe Claudel. Para o filme, a antiga palavra pungente, pouco usada, cai como uma luva. É um tratado sobre a dor feminina, retratando a alma das mulheres com delicadeza e sensibilidade.
Tudo acontece quando Lea (Elsa Zylberstein) recebe em sua casa a irmã Juliette (a inglesa Kristin Scott Thomas), após 15 anos de ausência. Com roupas escuras, sem um pingo de maquiagem e fumando sem parar, ela é o retrato da angústia. Aos poucos tenta se adaptar na casa da irmã, casada e com duas filhas adotadas.
Com o tempo sabemos que Juliette passou 15 anos na prisão e depois que cometeu o mais terrível dos crimes, que faz com que seja expulsa aos gritos da sala do homem que lhe daria um emprego: ela matou o filho de sete anos. O roteiro mostra como as duas irmãs vão tentando se entender, como Juliette se impôs uma pesada culpa e qual foi o motivo do crime. Belíssimo. (Ronaldo Victoria)

sábado, 15 de agosto de 2009

O Contador de Histórias

Daniel Henrique e Maria de Medeiros: o menino e a fada
Foto: Google Image
O título do filme nacional em cartaz em grande circuito se refere a Roberto Carlos Ramos, mineiro hoje na casa dos 40 anos. Se contasse a própria história muita gente acharia que é ficção. Quem decidiu retratá-la nas telas foi Luiz Villaça, que a descobriu num livro e viu que podia dar certo ao fazer um teste com um público especial: os dois filhos que tem com a atriz Denise Fraga, que adoraram.
O público em geral também pode gostar muito. Villaça acertou ao escolher um tom de fábula para narrar a trajetória de Ramos. Nos anos 60, ele é deixado na Febem, que ainda era vendida pelo governo militar como a salvação para filhos de famílias pobres. Caçula de dez filhos, Roberto teria uma chance na vida, pensa a mulher.
O local, porém, já se revela tristemente um depósito de crianças. Roberto e é recapturado 132 vezes. Mas acaba despertando a atenção de uma socióloga francesa, que decide entendê-lo e aceitar suas má-criações. É como a história da fada que resgata o menino. A portuguesa Maria de Medeiros brilha no papel e Roberto é vivido em três fases por Daniel Henrique, Paulinho Mendes e Cleiton Santos. Não perca. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Perdido pra Cachorro

Piper Perabo e Jamie Lee Curtis entre a verdadeira "estrela" do filme
Foto: AllMovie Photo
Um antigo cômico norte-americano (creio que era W.C.Fields) dizia que o maior perigo para um ator era contracenar com crianças e cachorros, “raças” que ele odiava. Hoje, quando muito cachorro leva vida de gente (dia desses, em São Paulo, achei estranho ver uma senhora levando o cachorrinho num carrinho de bebê), isso é mais do que perigoso.
A prova é essa nova comédia da Disney (Beverly Hills Chihuahua, EUA, 2009), dirigida por Raja Gosnell, que parece entender do assunto, já que fez os filmes da série Scooby Doo. O roteiro fala sobre Viv (a sempre talentosa Jamie Lee Curtis), uma milionária que trata Chloe, sua cadelinha chihuahua, com todos os mimos. Ela só anda com sapatinhos, passa perfume, vai ao massagista e outras peruíces (existe cachorra perua?). Um dia Viv tem de viajar e deixa a incumbência de cuidar de Chloe para a sobrinha Rachel (Piper Perabo).
Mas Rachel vai ao México, leva a cachorra e se perde dela. Chloe se vê perdida no meio de espécimes rústicos e precisa sobreviver. Destaque mesmo, além dos bichos, são os atores que fazem as vozes dos animais, como Drew Barrymore (Chloe), Andy Garcia (Delgado) e até Plácido Domingo. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Sexta-Feira 13 Bem-Vindo a Cristal Lake

Derek Mears (ao fundo) vive o psicopata mascarado
Foto: AllMovie Photo
Este ano tem sido o da ressurreição das múmias. E de malucos de todos os tipos. Além de “Halloween – O Início” e de “Dia dos Namorados Macabro”, o piradão Jason Voorhees, aquele da máscara e que ataca jovens no lago, ganhou outra vida. Feito de forma pretensiosa nos anos 80, o primeiro “Sexta-Feira 13” foi um sucesso inesperado e marcou uma geração de jovens assustados.
O problema é que os produtores não queriam mais “largar a rapadura”, como se dizia antigamente. O psicopata morria de formas cada vez mais diferentes, queimado, afogado, a machadadas, de todo jeito enfim, e sempre dava mais um suspiro para o próximo capítulo. Essa característica fez com que virasse piada e não horror.
Agora a série tenta retomar o início e convoca pelo menos um diretor acima da média, o alemão Marcus Nispel. O roteiro tem dois acampamentos, o primeiro com dois casais de jovens (morrem todos, claro), e o segundo envolve turma de mauricinhos e patricinhas, invadido pelo irmão de uma das vítimas sumidas. Os atores jovens não têm muito destaque, e Derek Mears vive Jason, sempre mascarado, claro. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Território Restrito

Harrison Ford e Alice Braga: fronteiras desumanas
Foto: AllMovie Photo
A imigração ilegal é o tema deste filme dirigido por Wayne Kramer (Crossing Over, EUA, 2009) e estrelado por Harrison Ford, astro que demonstra certo cansaço aos 67 anos. O problema maior deste tipo de assunto é conter um espinho indisfarçável, já que não se consegue evitar um viés político e sempre com um lado: a de que os países desenvolvidos (Estados Unidos à frente, claro) deixam qualquer traço de humanidade de lado quando se trata de defender suas fronteiras.
São várias histórias que se cruzam. Ford é Max Brogan, policial da imigração cujo caminho se cruza com a da mexicana Mireya (a brasileira Alice Braga). Há também a advogada Denise (Ashley Judd), cujo marido, Cole (Ray Liotta), é responsável pela concessão de vistos. Ele se envolve perigosamente com a bela australiana Claire (Alice Eve), que transa com ela em troca do Green Card.
A história que chama mais atenção é de Tashlima (Summer Bishill), filha de iraquianos, que em uma redação ousa tentar entender o ponto de vista dos terroristas islâmicos de 11 de setembro. O ato causa a deportação da família, de forma exagerada e desumana. O resultado, se não chega a ser brilhante, é bastante interessante. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Um Ato de Liberdade

Jamie Bell e Daniel Craig: irmãos judeus e guerreiros
Foto: AllMovie Photo
Este ano parece ter sido o período em que o trauma eterno da Segunda Guerra Mundial e do holocausto nazista foi mais revirado. Tom Cruise foi o coronel que tramou contra Hitler em “Operação Valquíria”, Kate Winslet ganhou o Oscar na pele de uma carcereira arrependida em “O Leitor” e duas outras produções tentaram, sem muito sucesso, mostrar que havia gente na Alemanha que nem sabia o que estava acontecendo: “Um Homem Bom” e “O Menino do Pijama Listrado”.
Agora chega às locadoras “Um Ato de Liberdade” (Defiance, EUA, 2008), dirigido por Edward Zwick. O elenco é muito atraente, com três bons e belos atores à frente: Daniel Craig (o atual 007), Liev Schreiber (o vilão de Wolverine) e Jamie Bell (o eterno Billy Elliot). Eles vivem os irmãos Bielski (Tuvia, Zus e Azael), que lutaram contra o exército alemão nas florestas da Bielo Rússia.
O que o drama tem de diferente é não mostrar os judeus como um povo que parece ter se entregado sem lutar aos assassinos. Ao contrário, os manos Bielski são guerreiros mesmo, que não hesitam em matar quando preciso. É um bom filme, mas deixa entrever que tudo foi feito milimetricamente para agradar o grande público. E o que acontecendo é que não emociona o espectador como poderia (ou deveria). (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A Mulher Invisível

Luana Piovani interpreta a fêmea idealizada
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É bem melhor do que aparenta essa comédia dirigida por Cláudio Torres, irmão de Fernanda Torres e filho de Fernanda Montenegro. Depois da escorregada com a comédia boba “A Mulher do Meu Amigo”, aqui comentada no dia 16 de junho, ele se recupera. Torres vai além do que se espera com o texto, também de autoria dele.
Ajudado por Selton Mello, sempre um ator interessante, ele não fala apenas de sexo, mas sim de amor e dos sintomas de loucura a que todos nós estamos expostos nessa sociedade maluco. Selton vive Pedro, controlador de tráfego que acredita ter uma vida perfeita ao lado de Marina (Maria Luísa Mendonça, mulher do diretor). Até que ela o abandona para viver na Alemanha.
Trancado no apartamento, ele imagina Amanda, interpretada por Luana Piovani, que não é apenas a starlet encrenqueira mas uma atriz talentosa quando bem dirigida. O problema é que Pedro não repara a na vizinha, Vitória (Maria Manoella), apaixonada por ele. Fernanda Torres e Vladimir Brichta também têm destaque em papéis cômicos que seguram com toda naturalidade.(Ronaldo Victoria)

domingo, 9 de agosto de 2009

Pinóquio

Animação de Walt Disney completa 70 anos
Foto: Google Image
A versão que a Disney colocou recentemente no mercado, tanto para venda quanto para locação, é um luxo só: cheia de extras, com entrevistas e jogos para crianças de todas as idades. Lembra os 70 anos do lançamento original, quando Walt Disney começava a ser o gênio que se tornou. E aí a gente se pergunta: 70 anos, nossa, nem parece!
Tem coisas que parecem de hoje mesmo e essa parece ser mesmo a mágica da animação: como crianças de hoje podem aproveitar na boa algo que foi bom para seus avós. Claro que a técnica parece um pouco defasada para os dias de hoje, mas isso é o de menos, com uma história maravilhosa como essa. Outra coisa que a gente percebe é que não havia tanta preocupação com cenas que possam assustar as crianças, com algumas personagens bem sinistras, como o João Honesto, e a cena da baleia. O que mostra que a preocupação excessiva pode ser bobagem.
A história original vem de um italiano, Carlo Collodi, por isso que os nomes vêm dessa raiz. Influencia a arte e os costumes até hoje. O garoto robô que Spielberg retratou em Inteligência Artificial queria também queria encontrar a Fada Azul para virar menino de verdade. (Ronaldo Victoria)

sábado, 8 de agosto de 2009

Nelly

A bela Sophie Marceau em cena do drama familiar
Foto: Google Image
Existem filmes que podem ser classificados numa seção chamada “então tá!” ou “e daí?”. Todo mundo conhece vários. São aqueles que você não acha ruim, mas depois de ver dá vontade de dizer: então tá! E daí, não é? É bem assim quando se loca esse filme francês produzido há cinco anos, que ficou inédito nos cinemas brasileiros, dirigido por Laure Duthileul, e estrelado pela bela Sophie Marceau, que em Hollywood já foi Bond girl (“O Mundo não é o Bastante”), rainha em filme de Mel Gibson (“Coração Valente”) e vilã em comédia romântica (“Alex e Emma”).
Aqui em sua terra natal Sophie Existem filmes que a gente poderia classificar dentro de uma seção chamada “então tá!” ou “vive no drama (nome original À Ce Soir) a Nelly do título. Mora numa pequena cidade perto da praia, sai para aproveitar o mar com os filhos e deixa o marido dormindo de bruços na cama. Quando volta, constata que ele, um português chamado Manuel e médico da vila, morreu enquanto dormia.
Do choque e da dor da viuvez surge a batalha de Nelly durante quatro dias para fazer com que o marido tenha um enterro diferente. É disso que fala o filme, de superar as perdas da vida. Ok, tudo bem mas... então tá! (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Marie & Bruce

Juliane Moore e Matthew Broderick: guerra conjugal
Foto: Google Image
Juliane Moore é uma atriz tão boa que se pode dizer que um filme com ela já é meio caminho andado. O problema é que, em relação à comédia dramática Marie & Bruce, pouco avança além da nota cinco. O filme chega às locadoras de DVD sem passar pelos cinemas brasileiros é já foi produzido há cinco anos.
A direção é de Tom Cairns, baseada em peça do ator Wallace Shawn, um ator que atua como coadjuvante em vários filmes, e chama atenção por fazer sempre o papel de carequinha irritado. Parece que boa parte desse mau humor passou para o roteiro, também assinado por ele. Juliane vive a Marie do título, uma esposa que tem vontade de esganar o marido, o Bruce feito por Matthew Broderick.
Logo na primeira cena, ela joga pela janela do apartamento a máquina de escrever barulhenta em que ele insiste em escrever, apesar do computador. Marie se refere a Bruce com adjetivos pesados como “babaca” e parece estar permanentemente insatisfeita. O problema é que o filme gira em círculos e não chega a lugar algum. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Delírios

Michael Pitt e Steve Buscemi: dupla do barulho
Foto: AllMovie Photo
Existe tipo mais criticado do que paparazzo, aquele fotógrafo que vive à cata das celebridades? Hoje em dia os caras são mais malhados que o Sarney e o Chávez juntos. Não falta quem os achem culpados pela vulgaridade que tomou conta da mídia atual. Pois esse filme dirigido por Tom DiCillo (Delirious, EUA, 2007) os apresenta como tema principal.
É uma comédia com senso de humor bastante afiado. Se não retrata os paparazzi como monstros, também não limpa muito a barra. O personagem central é Les (Steve Buscemi), um cara azedo como limão. Vive de madrugada caçando estrelinhas vulgares, mora num apartamento podre, não namora ninguém e fica bravo por que os pais desprezam sua profissão.
Uma noite recolhe das ruas Toby (Michael Pitt), sem-teto bonitão que deseja ser ator. Por coincidência, o rapaz cruza o caminho de uma cantora pop neurótica, Kharma (Alison Lohman). A matéria sai na TV e ele é convidado por uma diretora de elenco ambiciosa para trabalhar numa novela, como o homeless galã. Vira celebridade de uma hora para outra. O que provoca a ira de Les, que planeja matá-lo. A última cena deixa isso preparado. Será que acontece mesmo? Veja e descubra. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A Proposta

Ryan Reynolds e Sandra Bullock: megera de joelhos
Foto: AllMovie Photo
A comédia romântica fez enorme sucesso nos Estados Unidos e arrecadou US$ 34 milhões no primeiro fim de semana de exibição, um marco para este tipo de atração. O que o filme dirigido por Anne Fletcher (The Proposal, EUA, 2009) tem de especial é o fato de ser romântico, claro, mas também bastante engraçado.
A heroína (ou vilã), Margareth, vivida com muita graça por Sandra Bullock, é daqueles chefes que todo escritório odeia. Quando ela desponta (dura, com seus tailleurs, sem graça, seus saltos enormes e um rabo-de-cavalo puxado), o povo avisa que a “bruxa” chegou. Andrew (Ryan Reynolds), o assistente, é sua vítima favorita.
Um dia, Margareth, canadense de nascimento, descobre que por um erro bobo, será deportada. A menos que se case com um cidadão americano. E aí que Andrew vem a calhar, mas numa cena ótima ele a obriga a fazer o pedido de casamento de joelhos. A dupla que se odeia vai até a casa dos pais dele, no longínquo Alasca. Claro que a bruxa vira fada e se apaixona. Será que é machismo disfarçado a sensação deliciosa em ver a poderosa cair do salto? Pouco importa, a diversão é garantida. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A Garota Ideal

Ryan Gosling ao lado de sua "namorada" brasileira
Foto: Google Image
É uma comédia original, provocativa e ao mesmo tempo corajosa. Fala sobre Lars, brilhantemente interpretado por Ryan Gosling, rapaz que está chegando aos 30 anos e nunca teve ligação emocional fixa com ninguém. Isso gera especulações na pequena cidade em que vive e preocupação na família. Os pais, suecos, morreram e ele vive sozinho nos fundos da casa do irmão, Gus (Paul Schneider), e da cunhada, Karin (Emily Mortimer).
Cansado de tanta chateação, um dia Lars aparece com uma novidade: arranjou uma namorada. Conta que se trata de uma brasileira chamada Bianca. Todo mundo fica doido para saber da novidade. O detalhe, muito importante, é que Bianca é uma boneca inflável.
A partir daí Lars faz com que toda a cidade embarque na fantasia, tratando Bianca como uma pessoa. Há a questão da diferença cultural, é de se perguntar como seria se acontecesse no Brasil. Gosling segura as pontas em cada cena sem cair na armadilha do ridículo e mostra a sutileza do rapaz que quer ironizar todo mundo. O filme dirigido por Craig Gillespie (Lars and The Real Girl, EUA, 2007) foi candidata ao Globo de Ouro e é uma opção diferente. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Doces Encontros

Aaron Stanford e Kristen Stewart: casal problemático
Foto: AllMovie Photo
A presença de Kristen Stewart, a Bella de “Crepúsculo”, no elenco é vendida na capinha do DVD como o principal destaque deste drama (The Cake Eaters, EUA, 2007). A direção é de Mary Stuart Masterson, que já foi atriz de sucesso (era uma das estrelas do drama feminino “Tomates Verdes Fritos”) e hoje tem destaque no cinema independente.
O problema é esse: o roteiro é daqueles com os dois pés no baixo-astral, parece só ver mesmo gente problemática, um vício assumido deste tipo de produção. Esse fato pode afugentar adolescentes românticas que querem ver mais um filme em que aparece a atriz da série que virou mania entre a moçada. Vale como aviso.
Kristen interpreta Geórgia, garota que tem uma doença muscular degenerativa, o que faz com que não consiga deixar de ter tremores a cada minuto. Ela se envolve com Beagle (Aaron Stanford), rapaz mais velho e que não se encontrou. A família dele também é um problema. O pai, Easy (Bruce Dern), não superou a viuvez apesar de ter uma amante por anos e o filho mais velho, Giuy (Jayce Bartok), partiu para a cidade grande às vésperas do casamento. Para quem gosta de filme triste. (Ronaldo Victoria)

domingo, 2 de agosto de 2009

Um Hotel Bom pra Cachorro

Emma Roberts e Jake T. Austin com parte da "turma"
Foto: AllMovie Photo
Não sei que animal este ano domina o horóscopo chinês (não entendo muito disso), mas posso garantir que para o cinema é o ano do cão. Além de “Marley e Eu”, teve a animação “Bolt Supercão” e essa comédia infanto-juvenil da Dreamworks precisou competir nas salas com outra da Disney, “Perdido pra Cachorro”.
Esse filme é daqueles que não tem como se achar fofinho, principalmente por causa dos cachorros, claro, tão bem treinados que roubam a cena dos humanos. O problema é que, além disso, a comédia dirigida por Thor Freudenthal (Hotel for Dogs, EUA, 2009) não oferece muita originalidade. A história fala sobre um casal de irmãos, Andi (Emma Roberts, sobrinha de Julia) e Bruce (Jake T. Austin). Eles ficam órfãos e são levados para um lar temporário, dos cantores canastrões Carl (Kevin Dillon) e Lois (Lisa Kudrow, a Phoebe de “Friends”).
O problema é que não podem levar o cachorro Friday. Então, driblam o assistente social Bernie (Don Cheadle) e encontram um hotel abandonado para fazer um abrigo de animais abandonados. Para os adultos, só se justifica assistir ao lado de uma criança. (Ronaldo Victoria)

sábado, 1 de agosto de 2009

Jesse Stone: Tempo de Despertar

Tom Selleck e Rebecc Pidgeon: em busca de uma nova chance
Foto: Google Image
Nos anos 80, Tom Selleck ficou famoso como o detetive Magnum, o durão de bigodão sensual, o que abriu as portas de Hollywood. Ele chegou a ser cogitado para viver nas telas o aventureiro Indiana Jones, mas recusou, o que prova falta de visão. No cinema nunca teve o mesmo sucesso da televisão e agora encontrou em outro policial, o Jesse Stone do título, a chance de fazer outro bom trabalho na televisão.
Este é o quarto filme da série feita para a TV, que sai em DVD tanto lá nos Estados Unidos como aqui. A direção é de Robert Harmon e tem no elenco outros nomes que tiveram êxito no passado como Kathy Baker, Rebecca Pidgeon e Sean Young. Stone é um policial fracassado de Los Angeles que custa a se entender com a comunidade praiana de Paradise, no Massachussets.
Desta vez ele tem de investigar o caso de uma garota que aparece boiando morta no lago da cidade. Acaba entrando em contato com assuntos que a maioria queria esquecer, o que aumenta o conflito. É uma produção que se pode chamar de correta, mas sem muito brilho. Dois novos filmes da série já foram gravados, para serem lançados em 2010 e 2011. (Ronaldo Victoria)