sábado, 31 de outubro de 2009

Giallo - Reféns do Medo

Adrien Brody e uma das vítimas do maníaco
Foto: Google Image
O italiano Dario Argento é considerado um diretor cult, por causa de obras de suspense e terror como O Pássaro das Plumas de Cristal ou Quatro Moscas sobre o Veludo Cinza. O estilo em que ele é considerado mestre, aliás, é chamado de giallo (amarelo em italiano), livros ou filmes baratos sobre assassinatos que são consumidos de forma rápida.
Depois de um tempo parado, Argento retorna com esse filme que reduz no título um estilo e por isso despertou tanta expectativa. No papel principal, recrutou um americano talentoso, Adrien Brody. Ele vive Enzo, um detetive que ajuda uma americana, Linda (Emanuelle Seigner) a encontrar a irmã mais nova, Celine (Elsa Pataky), uma top model de grande sucesso no circuito de moda de Milão.
O que o espectador sabe é que ela foi seqüestrada por um maníaco que dirige um táxi e vive à cata de mulheres bonitas. O amarelo do título surge pelo fato de ele ter tido icterícia, o que não faz muito sentido. Assim como o filme, que resulta bem mais superficial e decepcionante do que se era de esperar pela fama de Argento. Uma pena. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Minhas Adoráveis Ex-namoradas

Matthew McConaughey e Jennifer Garner: conquistador em apuros
Foto: AllMovie Photo

As ex-namoradas do título nacional não são tão adoráveis assim. Não por culpa delas, mas do ex-namorado, o fotógrafo de moda Connor Mead (Matthew McConaughey), que coleciona relacionamentos há muito tempo. Para ele, as mulheres são descartáveis e nenhuma consegue entender o que na verdade ele procura.
O personagem principal dirigido por Mark Waters (Ghosts of Girlfriends Past, EUA, 2009), é polêmico, mas McConaughey, que vem se especializando como galã deste tipo de atração, prefere investir na simpatia, o que traz bons resultados. Aos poucos, vamos descobrindo o que existe por trás daquele verniz de garanhão. Tudo está ligado a Jenny (Jennifer Garner), sua primeira namorada e a única que vez o que ele nunca mais deixou outra mulher fazer: dar o fora nele.
Vai daí que Connor acumula os "fantasmas" do título original. Além dos fantasmas femininos, há o do tio Wayne (Michael Douglas, ótimo ao fazer a linha canastrão). Durante o casamento do irmão caçula, tudo vai se resolver. Não vai mudar a sua vida, mas com certeza vai se divertir. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Uma Chance para Viver

Harry Connick Jr. em cena: o doutor e suas pacientes
Foto: Google Image

Engraçado como, por meio do cinema, a gente descobre que muitas coisas que são sucesso no Brasil têm matriz americana. Conhece a campanha O Câncer de Mama no Alvo da Moda? Então, começou lá, com patrocínio da marca de cosméticos Revlon. O principal responsável é o oncologista americano Denis Slamon, vivido no drama (Living Proof, EUA, 2008) com intensidade pelo ator e cantor Harry Connick Jr.
Em suas pesquisas incansáveis, Slamon descobre que o Herceptin, anticorpo produzido nas células. Em altas doses, ele acredita que possa ser uma terapia efetiva para 25% das mulheres que já tenham a moléstia. A partir daí, ele se envolve em duas frentes de batalha: conseguir recursos e lidar com pacientes.
Cria um grupo experimental, mas os maiores problemas acontecem quando têm de dizer a alguma delas que não são indicadas. Para viver as pacientes, foram chamadas várias atrizes: Bernadete Peters, Regina King, Trudie Stiler (mulher de Sting) e Jennifer Coolidge. Outra estrela, Renée Zellwegger (que atuou com Connick em Recém-chegada), é a produtora do filme para a televisão. É uma de suas melhores amigas foi paciente de Slamon e se curou. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Jogada de Gênio

Greg Kinnear e Dermot Mulroney: Davi contra Golias
Foto: AllMovie Photo

Você tem vontade de assistir a um filme que conta a história do cara que inventou o limpador de pára-brisa intermitente, ou seja, aquele que não precisa que se ligue a cada vez? Difícil, não é? Pois saiba que essa história virou um drama bastante interessante e que prende a atenção do espectador do início ao fim.
O personagem real é o engenheiro Bob Kearns, que vive em Detroit, cidade que concentra a maioria das montadoras norte-americanas. Professor e pai de seis filhos, ele tem a idéia de criar a engenhoca num dia de chuva forte ao dirigir, reparando que no intervalo de ligar o limpador, a visibilidade diminui demais e aumenta o risco de acidentes.
Por meio do amigo advogado Gil (Dermot Mulroney), apresenta a idéia a Ford, por entender que o invento seria utilizado em todos os carros a partir daquele momento. Mas tem um choque ao ver que a empresa usou a novidade, mas não lhe deu crédito. Começa uma batalha jurídica. Kearns recebe ofertas cada vez maiores de indenização, mas não abre mão de receber o crédito. Pode ser um esquema conhecido, do cara que luta até o final, de Davi contra Golias, mas o final emociona. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Desonra

John Malkovich e Jessica Haines: drama familiar
Foto: Google Image

A maior curiosidade deste drama é ser baseado numa obra de J. M. Coetzee, escritor sul-africano que há seis anos ganhou o Prêmio Nobel de Literatura e ainda não é muito conhecido no Brasil. A direção é de Steve Jacobs (o título original é Disgrace, 2008) e traz no papel principal John Malkovich.
À primeira vista Malkovich não interpreta um personagem como aqueles com os quais está acostumado, já que é famoso pelo seu olhar cínico. Ao contrário, o professor David Lurie é um homem sério que vê ruir o chão abaixo de seus pés. Professor da Universidade de Cape Town, na África do Sul, ele se vê acusado de sedução de uma aluna e perde o emprego.
Vai morar na fazenda em que vive a filha, Lucy (Jessica Haines), mas um dia o lugar é invadido por três homens negros que batem nele e a violentam. O que se segue é uma reflexão de Coetzee sobre o mal-estar que ainda persiste no país após tantos anos de apartheid. Enquanto David quer denunciar os homens, a filha prefere o silêncio. É um drama maduro, ainda que o tom de frieza incomode um pouco. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Trama Internacional

Clive Owen: cruzada contra as grandes corporações
Foto: AllMovie Photo

O suspense (The International, EUA, 2009) dirigido pelo alemão Tom Twyker (o mesmo de Corra, Lola, Corra e O Perfume) fala de um assunto cada vez mais atual, e assustador: o poder acumulado por grandes corporações e a forma como esses conglomerados jogam com a vida (e a morte) das pessoas em várias partes do mundo. No caso quem fica na berlinda é um banco alemão ligado a corrupção, tráfico de armas e assassinato.
É o alvo de Salinger (Clive Owen, sempre marcante), agente da Interpol que começa a investigar o grupo a partir da morte de um ex-executivo que é morto de forma misteriosa. A partir daí, o roteiro relata como para essas financeiras incentivar a dependência de pessoas e governos à ciranda econômica ainda é o jeito de agir.
Para ajudar o agente, Eleanor (Naomi Watts), uma promotora de Nova York compra sua briga. O diretor, que fez sucesso em sua terra natal com a edição vertiginosa, dessa vez adota um estilo menos elétrico. Opção acertada, já que a história prende a atenção do espectador por ela mesma. E a cena de tiroteito no Museu Guggenheim é fantástica. (Ronaldo Victoria)

domingo, 25 de outubro de 2009

Substitutos

Bruce Willis na pele do agente Greer, em sua versão "humana"
Foto: AllMovie Photo
Imagine ficar quase o dia todo sentado numa cadeira reclinável, descansando, enquanto uma cópia sua (um robô que pode ser igualzinho ou uma versão mais jovem) rala, bate o cartão, faz tudo, até ser guardado à noite num cantinho. Interessante, não? Pois essa é a maior característica dos filmes de ficção científica hoje em dia: apresentar uma situação que parece boa demais para ser verdade. E que, claro, se transforma num pesadelo.
O longa (Surrogates, EUA, 2009) dirigido por Jonatahan Mostow começa bem, mostrando em ordem cronológica, como a idéia foi se concretizando ao longo do tempo, graças a uma grande corporação. Os robôs são cópias com “alma”, ou melhor, com cérebro, já que é clonado o caráter neural de cada ser humano que vão substituir.
Logo depois a gente leva em susto ao ver Bruce Willis, na pele do agente Greer, com uma peruca loira e a pele mais esticada que tamborim. Calma, esse é o “duro de matar” versão robô. Ele descobre uma conspiração para sabotar o projeto e logo se confunde quem é gente e quem é máquina. Pena que, entre tantas reviravoltas, o espectador também fique confuso. (Ronaldo Victoria)

sábado, 24 de outubro de 2009

Ano Um

Michael Cera, Jack Black e David Cross: comédia de mau gosto
Foto: AllMovie Photo
Assistir a esse filme (teoricamente feito para distrair) pode provocar um questionamento sério. A respeito dos limites do cinema e da arte de maneira geral. Ok, a gente sabe que hoje em dia impera uma espécie de vale-tudo e que o tal do politicamente correto não tem nada a ver. Mas ainda existe uma coisa chamada bom gosto. Ou não?
É o que se questiona vendo o longa dirigido por Harold Ramis. A história, claro, se passa no primeiro ano da história e tem como personagens principais Zed (Jack Black) e Oh (Michael Cera). Considerados excluídos em sua tribo, eles partem em busca de aventuras. Conhecem Caim (David Cross) logo após matar Abel, entre outros esquisitos.
Para começar, a maioria das cenas copia dois filmes clássicos do gênero: o genial A Vida de Brian, do grupo inglês Monty Python, e A História do Mundo, de Mel Brooks. Depois, há cenas como as seguintes: 1 – Zed vê um cocô deixado no meio do caminho e sem hesitar coloca na boca e mastiga, segundo ele para saber pistas. 2 – Oh é deixado de cabeça para baixo e conta para Zed que está com vontade de urinar. Logo um líquido amarelo inunda seu rosto. 3 – O mesmo Oh é assediado por um sacerdote obeso e mais peludo que o Tony Ramos. Obrigado a massagear o sujeito, fica com um tufo de pelos nas mãos o resto do filme. Pergunta que não quer calar: é preciso falar sobre mau gosto? (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Halloween - O Início

Tyler Mayne e Scout Taylor-Compton: fera a solta
Foto: AllMovie Photo

No ano da "ressurreição das bestas", em que pintaram refilmagens de clássicos do terror adolescente como Sexta-feira 13 e Dia dos Namorados Macabro, não podia faltar Halloween. Afinal, o primeiro filme, lançado há exatos 30 anos, em 1979, com direção do hoje cult John Carpenter, lançou a moda dos maníacos como Jason e Freddy Krueger.
Na produção original, o psicopata, chamado Michael Meyers, atacava já adulto. A refilmagem, dirigida pelo músico e cineasta nas horas vagas Rob Zombie, tenta explicar a gênese do malução. Michael é mostrado na infância como um garoto esquisito, interpretado por Daeg Faerch. Tem mãe prostituta, padrasto violento, irmã que o detesta. Ou seja, uma psicologia mais rasa possível.
Depois de matar quase toda a família inútil no Dia das Bruxas (só a irmã mais nova escapa), ele fica internado num hospício e vira um gigante assustador, vivido por Tyler Mane. Foge quando descobre a irmã, Laure (Scout Taylor-Compton, que grita o filme quase inteiro), "sem querer", o que é uma falha do roteiro. Malcom MacDowell, que fez Laranja Mecânica e é especialista em fazer piradões, está deslocado como o médico bonzinho. Para quem quer levar um sustinhos. E só. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Jogo Sujo

Jeffrey Donovan e Leonor Varela: pânico em família
Foto: Google Image

O título nacional não ajuda muito a chamar a atenção para o filme. Afinal, já existem dois outros filmes com nome Jogo Sujo, um estrelado por Wesley Snipes e outro por Brian Brown. bom, mas como tudo nessa vida tem dois lados, é até bom que não se destaque muito essa produção, que não só esbarra no mau gosto. Na verdade, atola os dois pés.
O suspense dirigido por Paul Holahan (Hindsight, EUA, 2008) fala sobre dois trambiqueiros, o casal Dina (Miranda Bailey) e Ron (Waylon Payne). Ela está grávida do malandro e arruma um jeito de se dar bem. Oferece para vender a criança pela internet, logo que nasça. Quem morde a isca é um casal milionário, formado pelo empresário Paul (Jeffrey Donovan) e a latina Maria (Leonor Varela).
A questão é que os vigaristas, que pediram 200 mil dólares, querem pegar o dinheiro e não entregar o bebê. Quando os dois pares se encontram na casa dos pagadores, o caldo entorna. E o bom gosto também foge. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O Bando


Scot Williams interpreta Ged, chefão do crime
Foto: Google Image

O bando a que se refere ao título desse filme inglês dirigido por Adrian Vitoria une bandidos da pesada, como se dizia antigamente. Ou à beira e já mergulhados na psicopatia brava, como infelizmente acontece hoje em várias partes do mundo. O estilo adotado pelo diretor é ágil, movimentado, tanto que alguns espectadores podem reclamar da dose excessiva de violência. Como as mortes sanguinolentas e aquela em que dois integrantes se divertem com casal de viciados e depois obrigam a moça e o rapaz a fazer sexo oral, um em cada bandido.
A história fala sobre o chefão do crime Ged (Scot Williams), que comanda com mão de ferro sua quadrilha. Ele pretende realizar um grande assalto a um carregamento de eletrônicos. Mas vem enfrentando a concorrência dos rivais sérvios, que vem crescendo no submundo.
Para complicar, seu irmão, Ratter (Kevin Doughty), aliado a Franner (Stephen Graham), planeja dar um golpe no mano mais velho.
Tudo se complica ainda mais quando um barão do tráfico é assassinado e os bandos rivais começam a lutar entre eles. Para quem não se incomoda com cenas violentas. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A Prisioneira

Mischa Barton vive engenheira em apuros
Foto: Google Image

Este filme não é recomendado para aqueles que sofrem de claustrofobia, já que se passa em ambientes fechados e alguns personagens são emparedados —— a tradução do título original (Walled In, EUA, 2009) é exatamente esta. Bom, também não é indicado para pessoas que gostam de roteiros verossímeis e que façam sentido, o que não é o caso.
O problema de produções como essa é procurar o efeito estranho da história, e não dar muita bola para o mínimo de razão, que continua a ser necessária. Ou não? Vamos ao texto. Tudo começa em 1993, quando 16 corpos foram enterrados no Edifício Malestrazza, misterioso complexo de apartamentos construído pelo arquiteto tão famoso quanto esquisito. A primeira e impactante cena, aliás, mostra uma menina num buraco que aos poucos vai sendo preenchido por cimento.
Quinze anos depois, a engenheira recém-formada Sam (Mischa Barton) vai para o local tratar da implosão. Mas ela terá de enfrentar Mary (Deborah Kara Unger), espécie de zeladora do local, e seu filho estranho, Jimmy (Cameron Bright). (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Distrito 9

Sharlto Copley em ação contra extraterrestres em Johannesburgo
Foto: AllMovie Photo

Uma das maiores qualidades —— apenas uma entre muitas —— da ficção científica dirigida pelo sul-africano Neil Blomkamp é a originalidade. Afinal, ele mostra os extraterrestres de uma maneira totalmente diferente da que já foi retratada pelo cinema. Antes os filmes exibiam os aliens ou como seres ameaçadores (A Guerra dos Mundos e O Dia em que a Terra Parou) ou gracinhas (ET e Cocoon).
No longa, produzido por Peter Jackson (da trilogia Senhor dos Anéis) eles são ao mesmo tempo vítimas e bandidos. Quase humanos, é possível dizer. A história conta que uma nave especial emperrou nos ares de Johannesburgo, o que fez com que os extraterrestres passassem a ocupar o Distrito 9, local afastado e caótico da cidade.
Lá eles sofrem todo tipo de preconceito, são chamados pelo apelido pejorativo de "camarões", e viram alvo de operação de remoção. Não é à toa que tudo isso aconteça justamente no país onde existiu o apartheid. Para resolver a questão, é designado o funcionário de uma multinacional, Wikus (Sharlto Copley), que acaba sentindo na pele o problema. Em cartaz nos cinemas, vale a pena ser descoberto. (Ronaldo Victoria)

domingo, 18 de outubro de 2009

Donkey Xote

Animação espanhola fala sobre o herói de Cervantes
Foto: Google Image
O título dessa animação espanhola, não se pode negar, é bem bolado. Quem vê a capa do DVD pode pensar que se trata de uma continuação da animação Shrek, agora com o “donkey” (burro) como astro. Nada disso, pois o poster diz “dos produtores que ‘assistiram’ Shrek”. Bem humorado, mas com uma certa malandragem.
A idéia é legal: contar para as crianças a história de Dom Quixote, obra-prima da literatura criada pelo espanhol Miguel de Cervantes, que sempre é considerada complexa demais para o público infantil. A saída foi contar por meio dos olhos do burro.Rucio (este é o nome dele) sonha em ser um cavalo de porte. É ele que narra a história, alegando que a versão conhecida está errada. Quixote aparece muito mais centrado do que no romance e mais apaixonado por Dulcinéia, uma verdadeira dama. É original, mas não acrescenta muita coisa. Nem o roteiro é inspirado nem os personagens são bem resolvidos. Tanto que passou em branco pelos cinemas. (Ronaldo Victoria)

sábado, 17 de outubro de 2009

13º Distrito - Ultimato

Cyril Raffaelli e David Belle: franceses em ação vertiginosa
Foto: Google Image

As más línguas dizem que o cineasta francês Luc Besson adoraria ser americano. Será? Os filmes dele não são nada o que se convencionou colar como esteréotipo do filme francês, cheio de papo-cabeça e com ritmo lento. Este, dirigido por Patrick Alessandrin, é a continuação de uma aventura dirigida por Besson há cinco anos. A trama é pra lá de movimentada, com cenas vertiginosas que nada ficam a dever aos filmes de ação americanos.
A história é ambientada em Paris, mas a cidade é mostrada de forma bem diferente daquela que a gente se acostumou a ver no cinema. Logo nas primeiras cenas, com uma edição belíssima, é mostrado o cotidiano do tal 13º Distrito, uma das áreas mais afetadas pela violência e que reúne, em sua maioria, imigrantes asiáticos. Por isso, é alvo da ação de políticos cosnervadores e xenófobos, que desejam isolar a área.
Contra esse estado de coisas, se une a dupla formada pelo punk Leito (David Belle) e o capitão de polícia Damien (Cyrill Rafaelli), que usam até parkour (a técnica de escalar paredes) entre suas habilidades. Algumas situações são bastante inverossímeis (em certas lutas, eles sozinhos batem em mais de 20 caras), mas isso não parece afetar o público que curte filmes de aventura. Tanto que alcançou uma das maiores vendagens para distribuição nacional em DVD. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Ponto de Decisão

Morris Chestnut e Taraji P. Henson: problemas no casamento
Foto: AllMovie Photo

Este drama parece ser menos recomendado para as salas de exibição —— no Brasil nem chegou a passar nos cinemas e foi direto para o DVD —— do que pare reuniões de terapia familiar, por exemplo. Parece ser uma nova tendência americana: mostrar que, seguindo uma religião e com boa vontade, se pode superar quaisquer obstáculos no casamento. Tem cara de auto-ajuda cinematográfica.
O filme dirigido por Bill Duke, ex-astro de filmes de ação com Stallone e Schwarzenegger, é ambientado na comunidade negra. O personagem principal é Dave (Morris Chestnut), professor de educação física e treinador de time infantil, casado com Clarice (Taraji P. Henson, que esteve bem melhor em O Curioso Caso de Benjamin Botton). Ela é mimada, possessiva, e quer controlar o marido com rédea curta.
Para complicar, Dave tem uma sogra jararaca, Mary (Jennifer Lewis). Tudo muda quando ele se apaixona pela mãe de um aluno, Julie (Maeve Quinlan). Ela é branca e pelo menos o filme tem a coragem de abordar que a diferença de raças também é um empecilho. Pena que o resultado soe careta, ultrapassado e sem novidades. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Hannah Montana - O Filme

Miley Cyrus interpreta a estrela adolescente
Foto: AllMovie Photo

Quem for analisar esse filme e não levar em consideração um fato fundamental —— o de que ele foi feito para pessoas com menos de 12 anos —— vai correr o risco de ser chamado de ranzinza. Como todo mundo sabe (quem não souber, em que planeta esteve escondido?), é a versão para o cinema da série produzida pela Disney e que virou fenômeno entre a garotada, principalmente as meninas.
Os adultos não conseguem entender muito bem qual é o segredo do sucesso. Mas parece que eles se esqueceram que em seus tempos pré-adolescentes ninguém atinava na razão da loucura que despertavam Os Menudos ou o He-Man. Pois é, o tempo passa... A história de Hannah, vivida por Miley Cyrus, é simples. Ela é uma garota do interior americano que perdeu a mãe, tem um pai músico (Billy Ray Cyrus, pai da jovem atriz na vida real) e vira estrela da música com outro visual.
O roteiro mostra a menina sendo obrigada a voltar para a cidade natal, e precisando disfarçar que é a estrela. A diferença entre as duas é uma simples peruca loira. A direção de Peter Chelsom tenta investir no lado cômico, mas resta a pergunta: precisava ser tão infantil? (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Sede de Vingança

Christian Slater é o chefão do crime e Greg Bryk seu capanga
Foto: Google Image

O roteiro desta mistura de suspense e terror é baseado num conto de Stephen King, mestre dos gêneros. Por isso deve merecer a atenção de alguns fãs, mas é bom avisar que se trata de uma obra menor de King. O título original do conto é Dolan’s Cadillac, mesmo nome do filme dirigido por Jeff Beesley (EUA, 2009).
O Dolan do título é um mafioso cruel e sanguinário, vivido com todos os tiques e exageros por Christian Slater, que já foi ator de produções de primeira linha e agora é mais alternativo. Dolan é responsável pelo tráfico de mulheres para os Estados Unidos, geralmente vinda de países "cucarachas", como ele chama, ou do "lixo do Leste Europeu", como define. Elas chegam em vans sem janelas. Dolan faz com que as moças desfilem quase nuas para ele e (a fim de examinar o "produto") e mata sem hesitar.
Por azar, Elizabeth (Emmanuelle Vaugier) cruza o caminho do monstro e assiste uma execução a sangue frio. Logo é assassinada e a vingança passa a ser a obsessão de seu viúvo, Robinson (Wes Bentley). Ele tenta várias vezes e consegue ao se empregar como operário que constrói uma estrada. O final parece exagerado, sim, mas mexe com o espectador: quem não torcer pela morte do bandidão, pode ir direto para um mosteiro. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

9 - A Salvação

Desenho animado fala de homens contra máquinas
Foto: AllMovie Photo
A direção deste desenho animado brilhante é de Shane Acker, mas a frase que conta nos cartazes é “Tim Burton Apresenta”. Diretor de reconhecido talento, Burton tem como poucos um estilo próprio, um jeito de falar humano ao falar de deserdados e esquecidos. Aqui, o boneco conhecido como 9, feito de corpo de estopa e olhos de farol, foi o último de seu criador, e largado incompleto. Não se parece com Edward Mãos de Tesoura?
A trajetória dele é parecida, tentando entender por que as máquinas ganharam dos humanos a guerra que travaram. O cientista que os fez deixou uma mensagem, uma herança que eles precisam achar. O mais velho, 1, é ranzinza e pessimista. O 2 acaba se perdendo. 3 e 4 são gêmeos que não falam. 5 perdeu um dos olhos e é seu grande companheiro. 7 é a única menina. 6 pensa demais, enquanto 8 parece não ter cérebro.
A união deles é fascinante e prende a atenção, mas a produção não é indicada para os pequenos, por sua complexidade. A versão em cartaz nos cinemas é dublada, por isso se perdem as vozes originais de Elijah Wood (9), Jennifer Connely (7), John C. Reilly (5), Christopher Plummer (1) e Martin Landau (2), ente outros astros. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Salve Geral

Andréa Beltrão e Lee Thalor: mãe e filho numa história equivocada
Filme: Google Image
Lançado com estardalhaço há 10 dias e tentando capitalizar em cima do fato de ser o indicado brasileiro ao Oscar de filme estrangeiro, nem assim o drama de Sérgio Rezende se segurou e de uma semana para outra murchou nas bilheterias. Sinal de que o público sabe o que quer. Primeiro, uma pergunta: alguém ainda agüenta filmes sobre cadeia, bandidos, violência? Pior ainda quando a questão é discutida de forma até irresponsável.
Teoricamente o roteiro fala sobre aquele triste feriado de Dia das Mães de 2006, em que bandidos ligados ao PCC aterrorizaram não só São Paulo, mas todo o Estado. O filme não tem a coragem de dar nome aos bois e chama a facção criminosa de “partido”, como se eles tivessem alguma motivação política. Essa mania de dar um verniz simpático a bandidos, francamente, já cansou.
Para complicar, não existe para quem torcer. Lúcia, a personagem de Andréa Beltrão, parece boba. Defende com unhas e dentes o filho inútil, Rafa (Lee Thalor), que matou uma menina da idade dele. Para a mamãe, ele é um pobrezinho. Feito uma barata tonta, ela se presta a servir de moleca de recados para Ruiva (Denise Wainberg), advogada dos presos. Porém, quando aparece um bandido bonitão, a “mater dolorosa” se esfrega com ele e esquece o pimpolho. Assim, de equívoco em equívoco, o roteiro prossegue até um final chocho. Resumindo: não há nada que se salve. (Ronaldo Victoria)

domingo, 11 de outubro de 2009

Bastardos Inglórios

Brad Pitt, ao lado de Eli Cohen, encarna soldado judeu vingador
Foto: Google Image
A maturidade chega logo e começa a fazer diferença para os grandes nomes do cinema. Foi assim com Woody Allen, que no começo fazia comédias amalucadas, e Pedro Almodóvar, que no início gostava de chocar. E Quentin Tarantino está nessa categoria especial, sim senhor, mesmo que alguns não gostem de seu estilo. Tarantino tem uma personalidade, a tal “assinatura” que só os grandes têm, e que mostrou logo em seu primeiro filme, Cães de Aluguel, de 1992.
Agora, em Bastardos Inglórios (Inglorious Bastards, EUA, 2009), ele revela, além da originalidade que é sua marca, um estilo mais maduro, mais coeso. A narrativa escorre sem pressa, em ritmo às vezes lento, mas que logo volta ao estilo Tarantino com que estamos acostumados.
A história se passa na Segunda Guerra Mundial, num curioso “revival” sobre o conflito neste ano, com várias produções sobre o assunto. Mas Tarantino nunca é comum. Ele mostra um grupo de soldados judeus, liderados por Aldo Rayne (Brad Pitt), que trucida nazistas. O roteiro fala sobre como a vingança faz parte de nossos pensamentos, e até mata Hitler antes da hora. Para ver e refletir. (Ronaldo Victoria)

sábado, 10 de outubro de 2009

You Must Remember This

Série Batman marcou renascimento da Warner nos anos 1990
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O título original deste documentário (ainda bem que não foi traduzido) é o início de As Time Goes By, canção tema do eterno filme Casablanca, e que identifica muito sua produtora, a Warner. A produção, feita para a TV, resume mais de 80 anos de história do estúdio, criado por quatro irmãos filhos de imigrantes do leste europeu e que se identificam com a alma americana: Jack e Harry eram as almas artísticas, enquanto Albert e Sam cuidam mais das finanças.
São cinco blocos, reunidos em DVD duplo. Uma Potência em Ascensão (1922-1937) mostra a origem, o cinema mudo, e a aposta que o estúdio fez no falado. Guerra e Paz (até 1949) destaca que durante o conflito mundial, a Warner foi a única que ficou claramente contra os nazistas. Idade da Ansiedade (1950-1969) retrata a crise com a chegada da TV e como se resolveu investir no “inimigo”. Começar de Novo (até 1990) conta seus vários donos. Uma Tradição Nova (até 2008) mostra sucessos em que apostou, como Batman, Harry Potter e outros.
Clint Eastwood é o narrador e há depoimentos de astros do passado e presente como Steven Spielberg, Martin Scorsese, Alfred Hitchcock e George Clooney. Vale como história do cinema. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Intrigas de Estado

Russell Crowe é o jornalista que desvenda altos segredos
Foto: AllMovie Photo

Num tempo em que muitas pessoas falam que os jornais impressos não sobreviverão (ô gente agourenta!) por causa da internet, esse suspense dirigido por Kevin McDonald (State of Play, EUA, 2009) pode até ser visto como uma homenagem aos velhos e bons jornalões. O enredo destaca o poder de investigação e a profundidade da imprensa quando cai em suas mãos um escândalo político.
Tudo acontece com duas mortes que aparentemente não têm ligação: um viciado, que havia roubado uma maleta importante, e a jovem assessora de um político, jogada aos trilhos do metrô. A investigação põe em lados opostos o experiente repórter Cal (Russell Crowe, que é bom ator mas visualmente cai no estereótipo do jornalista sujo, barrigudo e cabeludo) e o congressista Stephen Collins (Ben Affleck), que era amante da moça.
A trama evolui por caminhos tortuosos e chega a uma grande corporação, interessada na corrida armamentista mundial. A história prende atenção o tempo todo e é bem argumentada, não lembra as tais teorias da conspiração. Ao contrário, soa verdadeira, o que é ainda mais grave. No elenco também têm destaque Rachel McAdams como a repórter inexperiente e a premiada Helen Mirren na pele da editora. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O Mistério das Duas Irmãs

Emily Browning e Ariele Kebbel: unidas pela tragédia
Foto: AllMovie Photo

O suspense dirigido por uma dupla de irmãos ingleses, Charles e Thomas Guard (The Uninvited, EUA, 2009), tem final surpresa. Alguns espectadores vão realmente cair da cadeira com a revelação, enquanto outros, mais experimentados, vão jurar que já tinham sacado muito antes do desfecho. Talvez alguns tenham vontade de assistir de novo para ver se a história "fecha".
De que fala o filme? De mentes perturbadas, tanto que a personagem principal, Anna (emily Browning), está num hospital psiquiátrico nas primeiras cenas. Quando volta para casa, reencontra a irmã, Alex (Arielle Kebel) —— vem daí o título nacional —— e o pai, o escritor Steven (David Strathairn).
O problema é que o pai se apaixonou por Rachel (Elizabeth Banks), enfermeira que cuidava da mãe das garotas e que morreu num terrível incêndio. Anna logo pressente que a moça não é quem imaginava, que está tentando matar as filhas para ficar com a fortuna do pai. Várias mortes acontecem no meio do caminho, incluindo Matt (Jesse Moss), namorado de Anna. No final fica a pergunta: de quem é a mente perturbada? (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Salvador

Daniel Brühl interpreta ícone da esquerda espanhola
Foto: Google Image

O Salvador do título é Salvador Puig Antich, jovem anarquista espanhol que começou sua luta em maio de 1968, na França. Na época, seu país vivia uma feroz ditadura comandada com mãos de ferro por Francisco Franco, que gostava de (ou exigia) ser chamado de "generalíssimo". Baseado no livro de Francesc Escribano, o filme dirigido por Manuel Huerga refaz a trajetória do jovem com emoção.
Quem interpreta este ícone da esquerda espanhola, é um alemão: Daniel Brühl, jovem e ótimo ator que despertou para a fama com Adeus Lênin. O filme conta a ação de Salvador, ainda na clandestinidade, como motorista do grupo durante assaltos a banco. A atividade servia para levantar fundos à organização MIL (Movimento Ibérico de Liberación).
Salvador terminou preso durante uma emboscada da polícia e foi condenado à pena capital. Na época, o governo de Franco usava o garrote vil, instrumento de tortura medieval, que quebrava o pescoço da vítima enquanto estava imóvel numa cadeira. Fica difícil não se emocionar com o final. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Budapeste

Gabriela Hámori e Leonardo Medeiros em cena
Foto: Google Image

O filme é baseado no terceiro livro de Chico Buarque, lançado há cinco anos. E é preciso se dizer que como compositor e poeta, Chico está além do bem e do mal, o mesmo não acontece na literatura. Seus livros são um pouco chatos, sim, mesmo que o fã-clube não queira admitir. A transposição de Budapeste para a tela, com direção de Walter Carvalho, é bastante fiel à obra literária, o que significa uma certa beleza misturada com um tanto de pretensão.
O tema de Budapeste é o outro, as duas faces de uma mesma pessoa. Para isso, elege como personagem principal José Costa (Leonardo Medeiros), um ghost writer, ou seja, aquele que escreve para que outros levem a fama. Casado com uma jornalista neurótica, Vanda (Giovanna Antonelli), ele tem uma crise ao ver que o pretenso autor ficou famoso, o que não se entende muito bem a razão.
Até que ele vai até a capital da Hungria, a "cidade amarela", como define, e onde se envolve com a bela Kriska (Gabriela Hamori). No final, fica a impressão de um filme reverente demais à obra, em que tudo se arruma de forma muito ordenada. O elenco se sai bem, a fotografia é ótima, mas há excesso de cenas de nudez (nem todas de bom gosto) e um clima "cabeça" que distancia a emoção. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O Paraíso é Logo Aqui

Radha Mitchell e Luke Wilson: crer ou não crer, eis a questão
Foto: AllMovie Photo

Comédia dramática que ficou inédita nos cinemas, tem enredo interessante e com um tema bastante original. Também pode ser polêmica, já que fala sobre religião, principalmente o que alguns chamam de devoção e outros de fanatismo. Explicando melhor: Henry Poole (Luke Wilson), personagem principal e que aparece no título original (Henry Poole is Here, EUA, 2009) é um cara desiludido, que descobre ter uma grave doença e se muda para um subúrbio a fim de viver em paz seus últimos dias.
Porém, uma vizinha, a mexicana Esperanza (Adriana Barraza, a babá de Babel) vê uma mancha na parede de sua casa e acha que é o rosto de Jesus. Logo o casa vira alvo de peregrinações.
A crença atinge Dawn (Radha Mitchell), que tem uma filha doente e que se cura. Henry se apaixona por ele, mas as procissões começam a mexer com ele. Até que chega o momento em que ele precisa definir o que realmente sente, se acredita ou não. É um filme diferente, que mexe com as convicções pessoais, e faz cada um refletir sobre o valor que dá (ou não) à fé. Independente de qual seja a resposta, vale a pena ser conhecido. (Ronaldo Victoria)

domingo, 4 de outubro de 2009

Tá Chovendo Hamburguer

Animação em 3D tem como herói Flint Lockwood, jovem cientista maluco
Foto: AllMovie Photo
Os nerds estão em alta este ano. Não apenas nas comédias mas também nos desenhos animados, estilo aliás onde nunca saíram de moda. Nesta história comovente e engraçada (Clody with Chance of Meatballs, EUA, 2009), em cartaz com sucesso nos cinemas, o herói é Flint Lockwood, o típico primeiro aluno da classe que todo mundo adora rejeitar.
Ele cria invenções inúteis como uma tinta spray para quem não quer trocar sapato (o problema é que fica eternamente no pé), o que lhe rende a fama de maluco. Até que um dia ele cria a mais maluca das geringonças, e não é que dá certo! Trata-se de uma máquina que cria comida a partir da água.
A partir daí, vira o herói da pequena cidade litorânea onde mora, Boca da Maré, e até arruma uma namorada, a inexperiente moça do tempo Sam. O problema é que a ambição (e a fome) do pessoal pode colocar tudo a perder. O filme prende a atenção o tempo, com um roteiro que parece maluco (por isso o charme). Só os efeitos 3D não são muito explorados. (Ronaldo Victoria)

sábado, 3 de outubro de 2009

Rede de Intrigas

Christian Slater: aventura de segunda linha
Foto: Google Image
É um suspense de segunda linha, curioso por reunir dois atores que já foram de primeira linha e hoje atuam a torto e a direito, meio sem critério na carreira. Christian Slater, com sua cara de maluco, pelo menos variou o personagem e desta vez é o herói da história. Já Cuba Gooding Jr., que chegou a ganhar o Oscar de coadjuvante por Jerry Maguire, continua fazendo pose de bandidão.
O roteiro do filme dirigido por Tibor Takacs (Lies & Illusions, EUA, 2009), fala sobre um escritor de livros de auto-ajuda, Wes (Slater), com conselhos sobre casamento. O problema é que ele não conhece bem a mulher, Samantha (Sarah Ann Schultz).
O problema é que ela some de uma hora para outra, seqüestrada por Isaac (Cuba), que quer de volta os diamantes. Depois que o escritor fica sozinho, aparece outra mulher, Nicole (Christa Campbell), aparentemente sem ligação com a história. É fácil de acompanhar, mas a produção é pobre e a cena final, num avião, fica risível. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

17 Outra Vez

Zac Efron tem destaque na comédia sobre troca de corpos
Foto: AllMovie Photo

Não se assuste se você ficar com a impressão de já ter visto esse filme. Afinal, o tema já foi explorado em várias produções de sucesso como Quero Ser Grande, De Repente 30 ou Tal Pai Tal Filho. Mas o resultado é melhor do que se esperava e Zac Efron, o estrelinho de High School Musical, tem carisma.
Tudo começa quando Mike, seu personagem, abandona o sonho de ser astro do basquete no dia em que descobre que a namorada está grávida. Vinte anos depois, já na pele de Matthew Perry, o Chandler de Friends, ele é um fracassado na carreira e no casamento. Aí acontece a mágica que não se explica, aparece uma espécie de duende e ele volta a ter 17 anos.
O roteiro é bem conduzido pelo diretor Buss Steers (17 Again, EUA, 2009) e há as situações típicas que o público espera, como Mike brigar com o namorado da filha e a menina achar que está apaixonada por ele. Com a esposa, que estranha a semelhança do garoto com o marido na juventude, quase pinta um romance. E há um nerd milionário, Ned (Thomas Lennon), que tem destaque cômico ao satirizar a cultura pop. Certamente não vai demorar para ser cartaz da Sessão da Tarde. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A Órfã

Isabelle Fuhrman: essa baixinha é o capeta
Foto: AllMovie Photo

O começo do suspense A Órfã, dirigido por pelo espanhol Jaume Collet-Serra, já investe num clima de pesadelo, mostrando Kate (Vera Farmiga) sofrendo na mesa de parto. Logo se vê que é resultado de algo que ela e o marido, John (Peter Sarsgaard), ainda não digeriram: um aborto espontâneo.
O casal, apesar de já ter dois filhos —— Daniel (Jimmy Bennett) e Maxine (Aryana Engineer), que é surda-muda ——, decide adotar uma criança já crescida e vai até o orfanato dirigido por Irmã Abigail (CCH Pounder). É lá que se encantam por Esther (Isabelle Fuhrmann), que parece um anjo de candura, doce e tímida.
Apaixonados, nem pesquisam o passado da menina, que teria passado boa parte da infância num orfanato russo. Demora pouco para Esther mostrar sua verdadeira face, batendo de cara com o irmão mais velho, pressionando a mais nova e se vingando das crianças da escola que a chamam de esquisita.
Logo a baixinha se mostra mais cruel do que se imaginava, matando gente a torto e a direito, até a marteladas. O irmão mais velho quase morre queimado por ela na casa da árvore. Para a mãe, Esther reserva seu lado mais cruel, com chantagem e ameaças. Só o pai não parece ser alvo de sua maldade, e é aí que o radar do espectador mais experiente apita para a resolução da trama. (Ronaldo Victoria)