sábado, 30 de abril de 2011

A Recompensa de Perrier

Cillian Murphy, Jodie Whitaker e Jim bradbent em cena
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Além de casamentos reais, os britânicos adoram histórias de gângster com muitas doses de humor negro. Essa mistura faz muito sucesso nas terras de lá, mas nem tanto por aqui. Esta aventura, por exemplo, nem aterrissou nos cinemas do Brasil e foi direto para as locadoras. Não é uma maravilha, mas garante um passatempo honesto e sem apelação.
Isso apesar da dose de violência já incluida. O personagem principal do roteiro é Michael (Cillian Murphy), um cara que se pode chamar de perdedor. Nada para ele dá certo, mas ele ainda por cima tem o azar de ficar devendo dinheiro para o agiota que tem o nome no título, mas que nem aparece na trama.
Quem aparece de monte são os capangas de Perrier, dispostos a tomar satisfação com Michael, que até precisa fazer uns trabalhos sujos para a gangue. Destaque para uma cena em que o bandidão chefe faz crueldade com cachorros, o que provoca revolta em seus comandados. Quer dizer, pra tudo tem de haver ética. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 29 de abril de 2011

A Minha Canção de Amor

Renée Zellweger: cantora e mãe em crise
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Foi um inesperado fracasso de bilheteria (mal passou pelos cinemas do Brasil) este drama romântico que parecia a chance de um recomeço na carreira para Renée Zellweger. Ela está bem em cena, desglamurizada com os cabelos escurecidos, e também se mostra uma ótima cantora. O detalhe luxuoso é que as canções foram escritas especialmente por Bob Dylan.
A direção é de Olivier Dahan, o francês que havia realizado antes um ótimo trabalho na cinebiografia de Edith Piaf. Acontece que o clima geral, depressivo demais, pode ter afugentado o público. Renée vive Jane, uma ex-cantora que ficou paraplégica depois de um acidente em que o marido morreu. Ela também abandonou o filho, mas sonha com uma chance de se reaproximar do garoto.
Seu melhor amigo é Joe (Forest Whitaker), que tem problemas mentais e deixa sua casa queimar. Quando os dois caem na estrada, conhecem Billie (Madeleine Zima) e Caldwell (Nick Nolte), tão desajustados quanto eles. O encontro de mãe e filho é emocionante e vale a espera. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Marca da Vingança

Jim Sturgees entre o preconceito e a solidão
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O drama inglês fala sobre os efeitos que o autoisolamento provoca. Ou seja, gente que se afasta dos outros por carregar uma vergonha acaba ficando à beira da loucura. É o que acontece com o jovem Jamie, brilhantemente interpretado por Jim Sturgees, o mesmo ator de Quebrando a Banca e Across the Universe, o musical baseado nas canções dos Beatles.
Aqui o clima é bem mais sombrio do que nos outros filmes estrelados por ele. É que Jamie, seu personagem, não inventou um motivo para se isolar. Ele carrega no lado esquerdo do rosto uma enorme mancha vermelha, que vai da testa até a bochecha. Por isso, desde a infância teve de conviver com o desprezo e o preconceito, principalmente na escola.
Agora com 20 e poucos anos, está mergulhado na solidão e nem consegue namorar. Para piorar, vive num bairro afastado de Londres, dominado por gangues que usam máscaras demoníaças. Um dia tem de encarar a morte da mãe, mas o que descobre a seguir o deixa ainda mais confuso. E o espectador tem tudo para se sentir tocado por esse mergulho na alma humana. Descubra. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

13

Jason Statham (à dir.) participa do jogo mortal
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A primeira coisa que chama atenção nessa aventura é o elenco, cheio de atores de várias gerações, a maioria com longo currículo dedicado ao gênero. Tem o ascendente Jason Statham e o fisicamente acabado Mickey Rourke, o chique Alexander Skarsgard (de True Blood) e o grosseiro 50 Cent, o jovem Sam Riley e o lendário Ben Gazzara. Há poucas representantes femininas, com destaque para Emanuelle Chriqui.
É que a história (e também o público alvo) é tipicamente masculina. Fala de um tema que vem sendo muito explorado: milionários que se reunem para promover, por pura diversão, jogos de vida ou morte.
O número 13 aparece por ser o número de competidores. Eles ficam num círculo, cada um com uma arma e todas com uma bala só. É como uma roleta russa invertida, já que eles miram na cabeça do cara que está na frente. É um remake de uma produção francesa, e quem dirigiu nos dois casos foi o georgiano Géla Babluani. Para quem tem sangue frio. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Meu Último Desejo

Os quatro filhos reunidos para o velório
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Será que família é tudo igual, seja em que parte do mundo for? Cada vez mais acredito que sim. E essa comédia chinesa, em co-produção americana, é mais uma a mostrar que sim. Tudo começa com a notícia da morte da senhora Xiao (Lisa Lu), uma matriarca tipicamente oriental. Ou seja, criou os quatro filhos sozinha e atormentou a vida do quarteto o quanto pode.
Tanto que os quatro estão espalhados pelo mundo e mal se falam. Uma é estrela de filmes de kung fu, lésbica assumida e com uma namorada espalhafatosa. Outro é um playboy com pouca coisa na cabeça. As outras duas moças são uma médica careta e uma ansiosa que não consegue parar de comer.
A leitura do testamento diz que eles terão de fazer um funeral que siga todas as milenares tradições chinesas. Quer dizer, dura vários dias. E terão de se entender durante esse tempo. Tudo é controlado pela fiel secretária Viola (Talia Shire, que na juventude foi a Adrian de Rocky). Mas o final guarda uma surpresa para os filhos, e também para o público. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Quanto Dura o Amor?

Paulo Vilhena e Danni Carlos: ciranda de paixões
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Existe um clichê na cabeça da maioria de que os jovens de São Paulo, principalmente daquela região dos Jardins e da Paulista, se entregam a loucas paixões e não seguem os padrões da sociedade. A diversidade sexual, naquele pedaço, parece ser respeitada. De fato, isso acontece, sem generalizações, e é disso que fala esse filme que será mais bem apreciado por jovens modernos.
A protagonista é Marina (Silvia Lourenço), que vem do Interior disposta a vivenciar na Capital seu desejo de vencer como atriz. Encontra uma vaga num prédio antigo da Paulista e logo se envolve num triãngulo amoroso com a cantora bissexual Justine (Danni Carlos, que fez nome na música e convence como atriz) e Nuno (o sempre fraco Paulo Vilhena), dono de uma casa noturna alternativa.
Também há personagens marcantes como o advogado Gil (Gustavo Machado) e Suzana (Maria Clara Spinelli), que guarda um segredo. A parte técnica é bem legal, com fotografia e trilha sonora caprichadas, é o clima geral é alternativo, às vezes parecendo pretensioso. (Ronaldo Victoria)

domingo, 24 de abril de 2011

A Viagem do Peregrino da Alvorada

Quarteto encara novas aventuras
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É a terceira aventura da série Crônicas de Nárnia. A diferença é que, logo depois de terminado, os produtores resolveram transformar em 3D, seguindo uma tendência atual do mercado cinematográfico, principalmente para os filmes infantis ou juvenis. Mas parece não ter dado muito certo, tanto que não repetiu o sucesso dos anteriores.
Aqui a história é centrada na viagem no navio Peregrino da Alvorada. É na embarcação que Lúcia (Georgie Henley), Edmundo (Skandar Keynes) e Eustáquio (Will Poulter) vão ajudar o Principe Caspian (Ben Barnes).
Durante o trajeto, eles descobrem que um misterioso feitiço está raptando os habitantes de Nárnia. A única maneira de reverter a maldição é reunir sete espadas mágicas e entregar cada uma a um fidalgo perdido e reuni-los numa mesa de Aslam. Pode ser um pouco decepcionante, mas as crianças não vão reclamar. (Ronaldo Victoria)

sábado, 23 de abril de 2011

Adam - Memórias de uma Guerra

Jeff Goldblum: o humorista e suas colegas de palco
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O tema do Holocausto parece que nunca mais vai sair de cena. Talvez quando não restar mais nenhum sobrevivente. Mas essa não é uma reclamação, já que os dramas que aconteceram na Segunda Guerra Mundial, geralmente dão bons filmes. E este não é exceção, com uma história que comove facilmente o espectador.
Adam, o personagem principal, vivido com intensidade por Jeff Goldblum (que há tempos não tinha uma chance como essa e está fazendo só coadjuvantes sem importância), é um paciente de um asilo para pessoas com doença mental. Ele alterna vários estados mentais e quase nunca conegue se estabilizar.
Com o tempo sabemos que Adam ficou muitos anos num campo de concentração. E que sua profissão original era ator cômico. Por isso, ele confunde na maior parte das vezes o passado e o presente, talvez por que um ator faça disso a sua matéria do dia a dia. São principalmente amargas as lembranças que tem do comandante Klein, interpretado por Willem Dafoe. Vale a pena. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O Desafio de Darwin

Henry Ian Cusick e Frances O'Connor: entre a ciência e a fé
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Como 2010 foi o ano do bicentenário de Charles Darwin, o naturalista inglês que revolucionou a ciência, sua vida deu origem a pelo menos dois filmes que entraram no circuito brasileiro. Este foi feito para a televisão amerciana e tem uma visão mais acadêmica a respeito dele. O problema é que ser referente demais a uma personalidade quase nunca é bom caminho para o cinema. Tanto que Criação, a outra biografia de Darwin, teve resultados melhores.
Aqui quem vive o cientista é Henry Ian Cusick, bom ator que teve destaque em Lost. O roteiro se atém mais sobre a vida familiar de darwin, ou pelo menos nos reflexos de suas descobertas científicas sobre seu núcleo familiar.
Ele é casado com Emma (Frances O'Connor), que era pianista clássica antes de se dedicar apenas a família. O casal tem vários filhos, mas perde a primogênita. E quando sai A Origem das Espécies, a repercussão é demais para a esposa, uma católica fervorosa. É bom, mas em alguns momentos a narrativa soa um tanto tediosa. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Machete

Danny Trejo banca o herói mexicano
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O que você acharia de uma cena em que um homem se balança nas tripas de outro, como se o intestino grosso fizesse as vezes de cipó? Exagerada? De mau gosto? Pode ser , mas o resultado acaba sendo divertido, de uma forma um tanto sinistra. E dá o tom dessa aventura que fez sucesso e deu um novo gás para a carreira de Robert Rodriguez, que dirige ao lado de Ethan Maniquis.
O diretor mexicano estava em baixa depois de uma série de fracassos de público. E seu estilo lembra, claro, Quentin Tarantino, com quem fez o projeto Grindhouse. Algumas reclamam da violência em excesso, mas o que se sente é que a sangreira não é leavada a sério. É pop, embora seja uma definição preguiçosa. Aqui se conta a história do Machete do título, vivido por Danny Trejo, ator que por conta do rosto que parece uma máscara, sempre viveu bandidos e capangas.
Machete acaba sendo pego de bode expiatório por causa de um atentato contra um senador reacionário, vivido com delicioso exagero por Robert de Niro. Mas, como ele diz em várias cenas: pegaram a p... do mexicano errado! O elenco é ótimo, com Jessica Alba de lutadora, Steven Seagal como bandido gordo e a maluquinha Lindsay Lohan como namorada do herói. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Destinos Cruzados

Sotigui Koyaté e Brenda Blethyn: pais unidos pelo drama
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Não fica mais difícil assimilar a extensão deste drama aqui no Brasil, depois do massacre de Realengo por aquele cretino fundamentalista. O tema é parecido e o roteiro consegue emocionar, de forma bem básica e sem muitos recursos, falando sobre a angústia de pais que procuram notícias dos filhos. Tudo começa em Londres, em 2005, logo após aquele atentado no metrô da cidade.
Logo chegam a cidade o senhour Osmane (Stogui Koyaté), africano que nasceu numa colônia francesa e hoje vive em Paris, e Elisabeth (Brenda Blethyn), dona de casa que mora numa região inglesa próxima do Canal da Mancha. Ele é muçulmano, ela católica, e ambos têm orgulho de sua religião.
Nada parece uni-los, a ponto de a mulher se sentir incomodada com o convívio forçado com o negro e demonstrar sinais de racismo. Só o que os une é o fato de que o filho dele e a filha dela desapareceram. Apesar das diferenças, acabam se juntando e ficam com a mesma sensação de incredulidade ao descobrir o que aconteceu. Emociona na dose certa. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 19 de abril de 2011

The Runaways

Kristen Stewart e Dakota Fanning: garotas do rock
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Foi uma surpresa a repercussão desse filme, apesar de algumas apostas negativas quanto ao resultado, logo que a produção foi anunciada. O problema é que os apressadinhos (ou que torcem contra) achavam que duuas atrizes estilo "meiguinhas" como Dakota Fanning e Kristen Stewart (principalmente esta, a Bella de Crepúsculo) não dariam conta de encarnar roqueiras da pesada.
Erraram feio. As duas estão muito bem em cena, principalmente Dakota que amadureceu como atriz e tem até uma irmã menor, Elle, seguindo o mesmo caminho. Ela está ótima na pele de Cherie Currie, a vocalista da banda The Runaways. Nos anos 70 elas enfrentam o machismo do rock (que é machista até hoje, imagina naquela época) ao criar uma banda só de meninas.
Kristen vive Joan Jett, que continuou na estrada, ao contrário de Cherie, dona de um temperamento estranho que hoje seria rotulada de bipolar. Está certo que as drogas também só ajudaram nesse sentido. Para piorar, Kim Fowley, o empresário das moças, era um doidaço. Michael Shannon, que vem se especializando em viver malucões, também brilha. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Henrique IV

Julien Boisselier interpreta o rei francês atormentado
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É um drama francês histórico bastante interessante, e com uma reconstiuição de época capricada. Fala de um período especialmente conturbado, ou seja, a guerra entre católicos e protestantes que terminou com o fato conhecido como Massacre de São Bartolomeu. O problema é que tudo isso já foi abordado, de forma bem mais marcante, em A Rainha Margot, estrelado por Isabelle Adjani.
Aqui a história, claro, fica centrada em Henrique IV (vivido com intensidade por Julien Boisselier). Em 1563, ele está no comando dos protestantes. Mas a poderosa rival católica, Catarina de Médicis (Hannelore Hoger) oferece a mão de sua filha, Margot (Armelle Deutsch), em sinal de reconciliação.
Tudo, porém, termina em um banho de sangue. Henrique de Navarra, como é conhecido, sobrevive ao massacre, mas é feito prisioneiro durante quatro anos. E sua relação com Margot alterna amor e ódio. O resultado não deixa de ser interessante. (Ronaldo Victoria)

domingo, 17 de abril de 2011

O Primeiro Mentiroso

Jennifer Garner e Rick Gerwais: nada além da verdade
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Parece que Rick Gerwais reserva mais para as apresentações de prêmio aquele humor que deixa os outros com vergonha, tipo o que aconteceu no Globo de Ouro (que aliás parece ter queimado seu filme). Na verdade o humorista inglês, e gordinho abusado, criou com a série The Office, um certo "humor do constrangimento", como define, que pode até influenciado Pânicos e CQCs da vida.
Só que nesta comédia Gerwais está bem mais contido. Ainda bem, o problema é que sua história não tem tanta graça assim. Aqui ele vive Mark, um cara que vive num certo lugar e tempo onde ninguém mente, todo mundo só fala a verdade. Um dia ele conta uma mentira sem intenção e percebe que tudo muda. Não demora para que comece a levar vantagens sobre isso.
Começa que fica um pouco difícil engolir a história. Feito isso, percebe-se que os personagens "originalmente sinceros" não parecem reais, ficam bastante inverossímeis. Pena, porque o elenco é legal, com Jeniifer Garner como o interesse romãntico e Rob Lowe e tina Fey em participações especiais. (Ronaldo Victoria)

sábado, 16 de abril de 2011

Fora de Controle

Kristen Stewart e Robert De Niro: família de cinema
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Parece já ter virado uma tradição a que aponta que filmes retratando os bastidores da indústria do cinema acabam fracassando. Este foi mais um exemplo, apesar da direção inspirada de Barry Levinson, que fez Rain Man há muitos anos. Já Robert De Niro nunca compromete mas, como em outros trabalhos atuais, ele dá a impressão de enfado e de atuar no piloto automático.
De Niro vive Ben, um produtor que está num ponto baixo da carreira e deseja se reerguer com um filme de ação com toque diferente, ou seja, um cineasta francês pretensioso assumindo a direção. Ao mesmo tempo, Ben tem que resolver problemas de saúde e familiares.
Tem várias ex-mulheres e uma filha adolescente, Zoe (Kristen Stewart, a Bella de Crepúsculo). O tal filme da redenção de Ben é exibido na abertura do Festival de Cannes e há uma sacada engraçada: uma cena mostra a morte de um cachorro e todo mundo se revolta, como se não houvesse corpos humanos. Faz pensar, não? Sean Penn e Bruce Willis aparecem como eles mesmos. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Quem é Clark Rockefeller?

Sherry Stringfield e Eric McCormack: meu querido vigarista
Engraçado que o título desse filme feito para a TV americana, mistura de romance e policial, faz lembrar de uma antiga novela brasileira, Beto Rockefeller. A semelhança é que nos dois casos os nomes são irreais, de vigaristas que usam para se dar bem. Porém, o cara que usou esse nome nos Estados Unidos é bem real e durante um tempo ocupou as manchetes de jornais por sua ousadia.
O nome real de Clark (muito bem interpretado por Eric McCormack, o Will da sitcom Will e Grace), supõe que seja Christian Karl Gerharts, um austríaco que se mudou para terras americanas e começou com a sua fantástica coleção de identidades falas.
Foi na pele de Clark que ele seduziu a executiva Sandra Bross (Sherry Stringfield), e teve um filho com ela. Quando o suposto Clark foge com o menino, Sandra acaba descobrindo que nada sabia de real a respeito do cara com quem tinha se casado. É uma história que se acompanha com interesse e garante a diversão. Saber que apesar do tom incrível tudo foi real ajuda ainda mais. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Destinos Ligados

Samuel L. Jackson e Naomi Watts; sexo e ambição
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O título nacional deixa claro que o filme apresentam histórias aparentemente separadas mas que acabam se cruzando. É a típica produção que exige, além de talento, bastante sensibilidade do realizador. Ainda mais porque as tramas estão centradas no universo feminino. Mas o diretor Rodrigo Garcia (filho do escritor Gabriel Garcia Marquez), já mostrou talento nessa área em Coisas que Você Pode Dizer só de Olhar para Ela e Questão de Vida.
O problema, talvez, seja o fato de ele pender mais para o intelectual do que pela emoção, mas isso depende do espectador. Aqui  ele fala de três mulheres. Karen (Anette Benning) é uma cinquentona amargurada que não consegue aceitar o fato de ter ficado grávida aos 14 anos e dar a filha em adoção.
Já Elizabet (Naomi Watts) largou a família adotiva para vencer na carreira como advogada. E não hesita em ir para a cama com o chefe, Paul (Samuel L. Jackson). E Lucy (Kerry Washington) quer adotar uma criança. Os caminhos das três se juntam, mas o destino de uma delas pode deixar uma sensação de frustração no público. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Almas à Venda

Paul Giamatti interpreta ator com seu próprio nome
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Você é daqueles espectadores de vanguarda, que gosta de filmes diferentes, experiências novas que mergulham totalmente no absurdo? Sim? Então, arrisque. Agora, se a própria pergunta já lhe deu arrepios, faça um favor a si mesmo e evite, para não ficar reclamando depois. Porque essa é uma produção que cai com tudo na esquisitice, do tipo Quero ser John Makovich.
A próposito, o ótimo ator Paul Giamatti é quem estrela, na pele de um ator chamado... Paul Giamatti. Insatisfeito com a carreira e inseguro às vesperas da estreia de uma peça cult de Tchecov, ele resolve recorrer a uma empresa conhecida como Armazém das Almas. O servivço retira a alma cansada e faz com que se viva temporariamente com outra alma.
Paul escolhe a alma de um poeta russo, por causa do espetáculo em que trabalha. O detalhe é que sua alma, colocada num vidro, tem a aparência de um grão de bico. Mas, quando decide pegá-la de volta, descobre que ela sumiu. Aí entra em cena Nina (Dina Korzun), uma russa traficante de almas. Ela vende a alma de Paul para uma loira que quer virar atriz. Mas o marido da perua, um figurão da máfia, queria a alma de Al Pacino ou de Sean Penn. E aí, encara ou não? (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Rio

Casal de araras azuis ao lado do tucano: aventura brasileira
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A primeira (e óbvia) coisa que acontece ao espectador de Rio, principalmente se optar pela versão em 3D é um deslumbramento com a técnica. A precisão dos detalhes da paisagem carioca é tanta que faz a gente pensar que foi uma fotografia adaptada ou algo do tipo. E dá vontade de ler sobre o making of para descobrir como foi realizado e quanto tempo levou.
A outra é que se trata de uma história bastante divertida e que, milagre, não fala do Rio de Janeiro de um jeito estereotipado. Claro que tem tudo a ver com o fato de ser criação de um carioca, Carlos Saldanha, que depois do fenômeno A Era do Gelo, fala de sua terra em Hollywood. Há samba, há desfile de Carnaval, mas tudo parece real.
A história fala sobre Blu, uma arara azul macho capturada e levada para o gelado estado de Minessota, onde é criado com amor pela bibliotecária Linda. Um dia chega um pesquisador e diz que Blu precisa cruzar com uma fêmea para garantir que a espécie não será extinta. Em terras cariocas, o que se segue é uma aventura que prende a atenção em todos os minutos. Para todas as idades. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

As Mães de Chico Xavier

Vanessa Gerbelli em cena com o ator mirim Daniel Pontes
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É uma pena o que acontece com esse filme. Por mais que se tenha simpatia pelo filme e pela figura do homem que retrata (mas desta vez Chico Xavier não é o protagonista), não dá para negar que falou talento. O que um diretor experiente como Daniel Filho conseguiu na biografia de Chico, os novatos Glauber Filho e Halder Gomes não dão conta.
O resultado é que o drama fica frio (fatal se o roteiro pretende mostrar a dor de mulheres que perderam seus filhos) e as histórias são costuradas de forma confusa. Há a artista plástica Ruth (Via Negromonte), que se culpa por perder o filho drogado; Elisa (Vanessa Gerbelli), que vê morrer seu menino de cinco anos; e a jovem Lara (Tainá Muller), indecisa entre abortar ou não.
As histórias são mostradas sem ligação, dirigidas de forma amadora, como se apenas o tema e a figura de Chico bastassem, já que a produção nitidamente quer prosseguir com o filão de sucesso. Para complicar, nas cenas finais os diretores soltam as rédeas da emoção e caem na pieguice total. Chega a dar vergonha alheia a mensagem anti-aborto. Um desperdício. (Ronaldo Victoria)

domingo, 10 de abril de 2011

Irmãos de Sangue

Edward Norton aparece em dose dupla
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Além do grande talento, Edward Norton é conhecido pelo gênio difícil e dizem que deu um show de antipatia e arrogância quando filmou algumas cenas do chato Hulk no Brasil. Mas isso é fofoca, já que a gente nunca vai conviver com ele, o que importa é mesmo a capacidade de interpretação do cara. Só que esse jeito meio afetado dele às vezes parece que é transmitido em cena.
É o que a gente vê nesse drama dirigido por Tim Blake Nelson, também ator. Norton vive dois irmãos gêmeos idênticos, separados desde a infância. Enquanto um é todo sério, professor de filosofia numa cidade grande, o outro mora num fim de mundo e sobrevive como traficante de drogas.
Um dia o mano careta vai ajudar o outro que se meteu numa enrascada, acaba sendo confundido com ele e tem de enfrentar gangues rivais de traficante. Não é muito original, já que desde Ruth e Raquel gêmeos são retratados como um bom. Susan Sarandon e Keri Russel têm ótimas presenças como a mãe e a esposa do traficante. (Ronaldo Victoria)

sábado, 9 de abril de 2011

O Código da Bíblia

Oliver Sitruk e Cosma Shiva Hagen decifram enigmas
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O próprio título não disfarça que essa produção modesta, realizada na maior parte na Alemanha, tem como ponto de inspiração o estilo de Dan Brown em Código Da Vinci. Ou seja, investe em conspirações e mistérios de fundo religioso, aqueles que deixam os mais fiéis e devotos de cabelo arrepiado, e faz o resto do povo aproveitar sem compromisso.
O problema maior é, como já disse, não contar com um orçamento do tipo comum em Hollywood e nem ter astros muito conehcidos no elenco. Tudo começa com uma cena de perseguição no deserto e aí a ação passa para Munique nos dias atuais, quando um pesquisador especialista na Bíblia morre em circunstâncias misteriosas.
Então sua filha, a policial Joanna (Cosama Shiva Hagen, que apesar do nome não é filha nem de Baby do Brasil nem de Nina Hagen), resolve investigar com auxílio de Simon (Oliver Sitrk), estudioso de textos religiosos. Os dois percorrem várias cidades e, claro, nasceu um romance. Mas o desfecho não é lá essas coisas. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Quando me Apaixono

Bette Midler e Helen Hunt: mãe biológica encontra a filha
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Helen Hunt andava numa fase sumida demais depois de ter estado em todas no começo dos anos 2000. Além de vencer o Oscar ao lado de Jack Nicholson por Melhor é Impossível, ela foi parceira de Tom Hanks em Náufrago, de Mel Gibson em Do que as Mulheres Gostam e de Woody Allen em Escorpião de Jade. Parece ter cansado do estrelato.
Volta com esse filme que marca sua estreia como diretora, uma produção caprichada que tem como grande destaque o elenco afiado e bem escolhido. A personagem de Helen, a professora April, está com um pé nos 40 anos e sente que chega o momento de definição na vida, com dois desejos guardados: casar e ser mãe. Mas o noivo, Ben (Matthew Broderick), lhe dá o fora e sua mãe adotiva morre.
Para complicar, ela se apaixona por Frank (Colin Firth, vencedor do Oscar este ano), pai de um aluno, mas tem medo de assumir a paixão. E aparece do nada Bernice (Bette Midler), uma coroa extravagante (claro, interpretada por Bette, você queria o que?), que garante ser sua mãe biológica. O público feminino tem tudo para se identificar. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

De Golpe em Golpe

Alessandro Nivola, Sharon Stone Christopher Walken: trio da pesada
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Teoricamente é uma comédia, mas deixa também um travo amargo ao falar de decadência e irresponsabilidade. E essas duas características são as principais de Nat (Christopher Walken, ator que criou uma marca com seu jeito esquisito de representar). Nat, claro, é esquisito (é interpretado por Christopher Walken!) e nunca se entendeu muito bem com o filho.
O rapaz, Flynn (Alessandro Nivola), é o oposto total dele. Centrado, arrumadinho, não gosta muito de aventuras. Mas Nat conta que está com uma doença terminal (será mentira ou verdade?) e que precisa de um tratamento médico do outro lado do páis.
A dupla cai na estrada e encara situações ora perigosas ora ridículas. Um dos pontos de parada é a casa de Dolores Jones (Sharon Stone), que se envolve com pai e filho. Sharon continua bonita aos 53 anos, mas parece ter exagerado no bronzeamento artificial. Quanto à comédia, diverte sem compromissos. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Piranha 3D

Fera das águas ataca mais uma vítima
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Se você resolver assistir a esse filme e depois reclamar do absurdo, sinto muito mas tenho uma notícia chata: você está com um problema sério. Ou seja, excesso de seriedade e falta de humor. Até porque a produção foi classificada dentro de uma nova modalidade, que é comédia de horror. Aquilo que a moçada chama de trash e aproveita sem remorso.
É a refilmagem de um filme-catastrófe de 1978, que surgiu na esteira do grande sucesso Tubarão. Tanto que quem aparece na primeira cena é Richard Dreyfuss, astro do filme de Spielberg. Ele é um pescador que vira a primeira vítima dos peixes assassinos. E até assobia a famosa música tema de Tubarão. Só para você ver que o filme não se leva a sério.
O que acontece é que houve um tremor no fundo de um lago, que abriu uma cratera e liberou espécies antigas e mortais. Justamente no dia em que há uma festa da pesada, cheia de rapazes bombadas e garotas siliconadas, uma espécie de enorme elenco de Big Brother. Claro que as autoridades querem abafar o caso, mas uma valenta xerife vivida por Elizabeth Shue enfrenta as bichinhas dentuças. O resultado, em que pese o mau gosto, é bem divertido e já tem sequência anunciada para 2012. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 5 de abril de 2011

Os Garotos Estão de Volta

Clive Owen: não basta ser pai, tem de participar
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É uma mistura de comédia e drama diferente, com trama centrada na figura do pai. Num tempo em que as mulheres reclamam (com razão) de como é difícil conciliar casa e profissão, mostra um homem tentando se equilibrar com esses dois lados. E o pior de tudo é que o sujeito em questão é a desorganização em pessoa, se bem que seja dono de muito charme.
Facilita muito o fato de Joe, o personagem principal, ser interpretado pelo inglês Clive Owen, que alia beleza e talento em iguais doses. Ele é o jornalista esportivo Joe Warr, que já tem dois casamentos desfeitos. Ele é comentarista de uma televisão australiana e parece não estar mais disposto a se amarrar.
Mas precisa cuidar de Artie (Nicolas McAnulty), filho de seis anos que mal conhece. Como desgraça pouca é bobagem, recebe a visita de Harry (George McKay), fruto de uma união quando ainda estava na Inglaterra. O garoto está na pré-adolescência e mal disfarça que não suporta o pai. Joe tenta fazer uma transmissão, deixa os dois sozinhos e quase acontece uma desgraça. A trama é real e prende a atenção. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O Solteirão

Ben Stiller é um cara sem rumo na vida
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Não se confunda por que há dois filmes recentes com o mesmo título. O outro, estrelado por Michael Douglas, é melhor que esse, no fundo uma decepção. O maior problema talvez é que o nome e a estampa de Ben Stiller já induzem o público a achar que se trata de uma comédia rasgada. É uma trama até com uns toques bem sérios, falando sobre pessoas que não conseguiram se acertar na vida.
Esse é o caso de Roger Greenberg, o personagem de Stiller. Solteirão aos 40 anos, ele decide ficar desocupado. Em busca de um lugar para recomeçar a vida, concorda em cuidar da casa do irmão mais velho, em Los Angeles. Tenta se reaproximar de um antio colega de banda de rock (Rhys Ifans) e da namorada (Jennifer Jason Leigh), mas descobre que o tempo estraga as relações.
Então, acaba engatando um romance com a assistente do irmão, Florence (Greta Gerwig), que também não ata nem desata. Os fãs de Stiller têm tudo para ficar insatisfeito. O filme até que possui uma certa coerência: ao falar de vidas dominadas pelo tédio, acaba se tornando tedioso. E a gente com isso? (Ronaldo Victoria)

domingo, 3 de abril de 2011

Coincidências do Amor

Jennifer Aniston e Jason Bateman: amigos ou amantes
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Claro que o público feminino vai se deleitar com essa comédia romântica. Mas a diferença é que os rapazes também podem curtir, já que os homens não são retratados como imaturos que morrem de medo de compromisso e só se redimem com o amor. O roteiro também destaca que o sentimento escreve certo por linhas tortas e pode estar do lado. Nada original, claro, mas emociona.
A heroína é Kassie (Jennifer Aniston), que está chegando perto dos 40 anos e sente o sinal vermelho da maternidade apitar. Como não encontrou ainda sua cara-metade, decide ter um filho em produção independente, e recorrendo à inseminação artificial.
A novidade irrita Wally (Jason Bateman), seu melhor amigo, um neurótico de carteirinha que não consegue dizer a ela que sente bem mais que amizade. Adivinhem o que ele faz na clínica de doação de esperma? Basta dizer que o título original do filme, The Switch, quer dizer a troca. E que o menino resultante é a cara dele, e uma neura infantil ambulante. O final resulta comovente. (Ronaldo Victoria)

sábado, 2 de abril de 2011

O Escritor Fantasma

Pierce Brosnan e Ewan McGregor: entre a literatura e a política
AllMovie Photo
Na época de seu lançamento nos cinemas, esse drama provocou discussões mais políticas que artísticas. O diretor, o polonês Roman Polanski, estava preso por conta da relação sexual com uma garota de 13 anos, ainda na década de 70. Alguns intelectuais protestaram, como se o fato de ele ter talento o eximisse de culpa. Mas isso é passado, o que importa é que, apesar de sua ficha suja, com esse filme Polanski provou que é realmente um grande diretor.
O roteiro também fala sobre política, falando de um escritor (Ewan McGregor) que é convidado para escrever a biografia de Adam Lang (Pierce Brosnan), o primeiro-ministro britânico que guarda muitas semelhanças com Tony Blair.
Para a carreira é um grande ganho, principalmente financeiro. Ele acaba ficando na casa de campo do político, se envolve com sua família e descobre que seu antecessor na tarefa morreu de forma suspeita. O resultado é brilhante, com uma trama cheia de suspense e reviravoltas. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

72 Horas

Elizabeth Banks e Russell Crowe: prisão injusta
AllMovie Photo
A produção não faz muita questão de informar que se trata de uma adaptação de um original francês para as terras americanas. Tudo bem que às vezes parece inútil essa "tradução", mas o fato é que o resultado não ficou nada a dever à matriz. Merito do diretor Paul Haggis, autor de Crash, premiado com o Oscar há cinco anos, e de um elenco ótimo, em que Russell Crowe chama a atenção, intenso e sem excessos.
A história fala sobre um casal com a vida aparentemente perfeito, John (Crowe) e Lara (Elizabeth Banks). O único problema dela seria a relação difícil no trabalho. Um dia a polícia invade o apartamento e a leva presa por matar a chefe, para desespero do marido e do filho de três anos.
O roteiro não deixa claro no começo se ela é culpada ou inocente. Mas John em nenhum momento deixa de acreditar, e bola um plano mirabolante para tirar a amada da cadeia. A explicação para o crime (será que ela matou mesmo?) faz todo sentido e o espectador não desvia a atenção nem um momento. Uma boa opção. (Ronaldo Victoria)