segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Comendo pelas Beiradas

Michael Clarke Duncan passa a "tropa" em revista
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Há alguns filmes que despertam na gente a vontade de fazer regime ou ao menos de evitar a frequência em restaurante. E se encarar, só se for quilinho ou jamais devolver um prato ou visitar a cozinha. É o caso dessa comédia mediana, que não teve destaque nas locadoras mas merece um programa sem compromisso.
Tudo é ambientado num sofisticado restaurante de frutos do mar de Miami, propriedade de Salmon (Michael Clarke Duncan), ex-campeão dos pesos-pesados. Autoritário e violento (parece que ainda não desceu do ringue), Salmon tem relações escusas na cidade e se preocupa ao saber que tem uma grande dívida com a máfia japonesa.
Para acertar a conta, lança um concurso para incentivar seus garçons a vender mais pratos do que nunca. O resultado é um concurso de traições e golpes baixos entre os funcionários. No fim, os clientes é que vão pagar o pato, ou o peixe. E caro. (Ronaldo Victoria)

Jonah Hex

Josh Brolin e Megan Fox: o justiceiro e a bonitona
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Filmes baseados em histórias em quadrinhos costumam dividir a plateia mesmo antes de serem lançados. Enquanto uns se entusiasmam, outros já torcem o nariz. Particularmente, pertenço ao segundo grupo, sempre. Que parece ter vencidoa divisão, já que foi um grande fracasso e não acrescentou muita coisa à carreira de ninguém.
O herói é Jonah Hex (Josh Brolin, de Onde os Fracos não Têm Vez e outros bons filmes), um pistoleiro e caçador de recompensas. Além de ter o rosto desfigurado, ele é homem de poucas palavras e muitos mistérios.
Calejado pela luta no velho oeste, Hex precisa enfrentar a fúria de Quentin Turnbull (John Malkovich com a eterna pose de vilão), mas conta com a ajuda da sensual Lilah (Megan Fox). O resultado soa artificial demais. Megan, como atriz, é uma coleção de caras e bocas. Apesar da enorme beleza, seu cartaz está murchando por conta disso e da fama de bad girl. (Ronaldo Victoria)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Juventude

Paulo José é um dos três amigos
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O cineasta Domingos de Oliveira dsó pode ter escolhido o nome do filme como ironia, já que o que a história conta é sobre envelhecimento. Envelhecer com dignidade, mantendo os laços afetivos, amorosos e de amizade. Tanto que fala sobre três amigos que se conhecem desde a infância e mantém uma relação de 55 anos, lógico que com altos e baixos.
Domingos também está no elenco, ao lado de Paulo José, ator com quem trabalha desde Todas as Mulheres do Mundo (com Leila Diniz) e Aderbal Freire Filh, grande diretor de teatro e atual marido de Marieta Severo.
O diretor vive o dono da casa, David, que convida os outros dois amigos para um fim de semana que promete diversão, mas onde mágoas do passado podem renascer. É curto, com poucos atores e os diálogos mostram muita compreensão da vida. Mas é dedicado a um público restrito, de preferência que já tenha passado também pela fase do título. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Verdade ou Consequência

Brittany Robertson vive adolescente revoltada
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O que se passa nas cabeças das mulheres é algo que atormentou até Freud e deu origem ao nome de uma minissérie-cabeça exibida no ano passado na Globo, Afinal o que Querem as Mulheres? O estilo não tem nada a ver com o desse filme mediano que tenta entender algo ainda mais difícil: o que querem as adolescentes. E, pior, americanas, sempre preocupadas em dividir o mundo em populares e excluídos.
O título se refere a Truth or Dare?, uma brincadeira de lá que poderia ser traduzido como o simples jogo da verdade. Ou seja, ou você fala o real ou sofre as consequências. É o que decide fazer um grupo de seis jovens amigas.
A líder é Chaplin (Brittany Robertson), loirinha que poderia fazer a linha princesa, mas decide cutucar as colegas que ainda seguem o jeito patricinha de ser. Quanto mais o jogo avança, a tensão aumenta. Porém, com certeza não mudará a sua vida. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Corram que o Agente Voltou

Will Forte: profissão perigo
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Se a gente levar em conta o título nacional dessa comédia americana, parece, é óbvio, algo na linha de Corra que a Polícia Vem Aí. Só que a denominação original, MacGruber, tem mais a ver com o espírito da coisa. Lembra do MacGyver? Era o agente loiro da série aqui chamada de Profissão Perigo e que resolvia muitas paradas apenas com um grampo, um chiclete ou um palito de dentes nas mãos?
Quem viveu os anos 80 vai entrar melhor no espírito de farsa que toma conta da produção. MacGruber (vivido por Will Forte, revelação recente do programa Saturday Night Live) é temido pelos inimigos, respeitado pelos chefes e amado pelos fãs. E o ator força num ar canastrão que dá efeito, apesar de algumas cenas de mau gosto.
Até que um dia uma ogiva nuclear é roubada e o principal suspeito é o perigoso Dieter Von Cunth (Val Kilmer, também se autoparodiando). O roteiro é baseado num quadro exibido com sucesso no Saturday, programa que serve de celeiro para vários humoristas americanos. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Cidade de Plástico

Joe Odagiri e Tainá Muller: choque cultural
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Trata-se de uma co-produção entre Brasil e China, baseada num roteiro de talento nacional (Fernando Bonassi), dirigida por um chinês (Yu Lik-Wai) de Hong Kong, e rodada em São Paulo. O roteiro fala a respeito de duas gerações de imigrantes orientais que tentam instalar e controlar na capital paulista uma máfia da pirataria.
Toda essa misturança seria interessante, ainda mais por que as mudanças encaradas pela China (agora a terceira economia mundial) deixam o mundo todo de queixo caída. Mas não é o que se vê na tela, com uma história que caminha para vários lados, sem acertar quase nenhum dos alvos e deixando uma sensação de alívia quando termina.
Os personagens principais são Yuda (Anthony Wang) e seu filho Kirin(Joe Odagiri). Mais arrojado que o pai, o jovem quer controlar o submundo e planeja uma sociedade com a polícia. A brasileira Tainá Muller vive uma prostituta apaixonada pelo bandido, sem muito mais o que fazer em cena. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Amor em Êxtase

Leelee Sobieski e Matthew Davis: erotismo em destaque
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Imagine uma estudante ambiciosa de uma faculdade de cinema, primeira aluna em tudo, e que sonha, depois de formada, no mínimo ser uma Spielberg de saias ou então uma versão feminina de Tarantino. Agora, pense no que os amigos e a família vão sentir ao descobrirem que ela virou uma diretora de filmes pornô.
Esse é o dilema de Jody (Leelee Sobieski), que sai da universidade crente que terá o mundo em suas mãos. Só que, depois de bater de porta em porta em busca de uma chance, só lhe resta a alternativa de virar cineasta de produções "adultas", eufemismo para pornográficas.
Meio a contragosto, e por que tem contas a pagar, ela topa o desafio e aproveita para fazer, debaixo do pano, o filme de amor com que sempre sonhou. Conhece Jeff Drake (Matthew Davis), um diretor consagrado no ramo, e por causa do novo ambiente, passa a questionar sua própria visão do sexo. Nada especial, mas divertido. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

As Regras de Bannen

Mark Gantt vive o charmoso protagonista
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O tema principal desta aventura americana sem grandes chamarizes (o elenco é correto mas não apresenta nenhuma estrela e a história nem tem tanta originalidade) é o esforço para se equilibrar entre a lei e a sedução da vida fácil. Este é o maior desafio de Neal Bannen (Mark Gantt), o herói (com aspas ou sem) do roteiro.
Ele vive de pequenos golpes e tem uma família um tanto dividida. Enquanto seu pai, interpretado por Michael Ironside, é um oficial de polícia, seu tio Mr.B (Robert Foster) é um chefão do crime organizado.
Cansado da vida de pequenos expedientes, ele decide seguir o exemplo paterno e passar a viver legalmente. Descobre, porém, que a tarefa será mais difícil do que pensava, pois Mr.B arruma um jeito de fazê-lo ficar entre a malandragem, graças um ponto fraco de Neil: as mulheres bonitas. Fácil de ver, e de esquecer. (Ronaldo Victoria)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Paixão por Acidente

Manuel Cortez e Alissa Jung: amor por acaso
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Difícil encontrar uma comédia romântica mais clichê do que essa. O roteiro envolve um casal que vive uma relação estável mas morna, uma viagem para as ilhas gregas, um encontro inesperado da moça no avião com um tipo bem mais exótico que o noivo, e por aí vai... A única diferença talvez seja o fato de ser produzida na Alemanha.
A história fala sobre Vanessa (Alissa Jung), garota que está chegando aos 30 e que fica eufórica com os preparativos para o casamento. Até que seu noivo, Tim (Wanja Mues), um executivo, precisa viajar a trabalho para a Grécia. Porém, o local paradisíaco faz com que reavalie a vontade de se tornar um homem casado.
Percebendo o perigo, Vanessa faz as malas e vai atrás do seu grande amor. Só que no voo conhece Janis (o português radicado na Alemanha Miguel Cortez), rapaz ao mesmo tempo esquisito e encantador, que promete a Vanessa ajudá-la a encontrar o noivo. Nada original, não? Mas o elenco é charmoso e a paisagem, então, nem se fala. (Ronaldo Victoria)

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Detenção

Forest Whitaker acaba gostando de ser torturador
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O título brasileiro força a barra para parecer apenas filme de prisão, e até tenta uma aproximação com a série Prison Break. E a gente custa algumas cenas para perseguer que se trata da versão americana de um filme alemão que fez muito sucesso em 2002, A Experiência. Curioso por que a base é a americana, um estudo psicológico feito nos anos 70 na Universidade de Stanford, que reuniu vários homens num local fechado que serviria de cadeia: uma parte seria prisioneiro e a outra guarda.
Tudo foi filmado e a coisa acabou se degringolando, com os prisioneiros se rebelando e os guardas virando torturando. É uma espécie de Big Brother com porrada e sangue, e de fato faz o espectador ficar à beira de um ataque de nervos.
O filme alemão é muito bom, mas o problema da "tradução" americana é que exagera bastante. Tudo parece feito para definir de quem a gente deve ter raiva. Não há sutileza. Pena por que o elenco, com destaque para os ganhadores de Oscar Adrien Brody e Fortest Whitaker, é muito bom. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Encontro com o Passado

Sophie Marceau e Monica Bellucci: vidas misturadas
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Imagine misturar a bela francesa Sophie Marceau com a sensual italiana Monica Bellucci. O resultado só pode ser visualmente bom. Porém, alguns espectadores podem estranhar o tom desse drama francês, a não ser que sejam daqueles que curtem uma visão diferente da vida ou um quebra-cabeça.
A personagem principal é Jeanne (Sophie), escritora famosa, casada e com dois filhos, que de repente começa a perceber inquietantes mudanças em sua casa. A situação chega a um ponto em que ela repara alterações no próprio corpo, como se outra pessoa começasse a querer morar dentro dela.
O problema é que ninguém à volta de Jeanne parece perceber o que está acontecendo. O marido diz que isso pode ser por causa da ansiedade e do estresse causados pelo lançamento de seu novo livro. Então, aos poucos, Sophie vai virando Monica... Talvez todos temos dentro da gente uma parte que reprimimos por causa do bom comportamento. Meio cabeça a conclusão, não? Pois é... (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Bullying

Albert Carbó foge dos valentões da escola
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É uma tentativa louvável desse drama realizado na Espanha discutir esse fenômeno covarde (o conjuunto de ações intimidativas e agressivas de um grupo contra uma pessoa considerada mais fraca) e que ganhou o nome em inglês em todo o mundo. Mas a sensação final é decepcionante e prova que de boas intenções, senão o inferno, pelo menos o cinema anda cheio.
A história fala sobre Jordi (Albert Carbó), que se muda de escola, após a mãe divorciada, Julia (Laura Cornejero) trocar outra vez de cidade. De cara ele entra na mira de Nacho (Joan Carles Suau), vizinho de prédio e filho de um homem violento.
O problema maior é a atuação do péssimo elenco jovem, que faz a gente sentir saudade da turma de Malhação. Pior também é um certo esquematismo do roteiro, que faz com que em certas passagens a gente ache a vítima um "banana". Enfim, é polêmico e o final, então, soa dramático demais. Porém, pode render uma boa discussão em grupo ou até numa escola. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O Último Voo

Marion Cotillard e Guillaume Caunet: amor no deserto
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É uma história de amor, mas também de teimosia. A ponto de você questionar, mesmo que o roteiro de baseie em fatos reais, a sanidade da decisão da protagonista. Ela é a aviadora Marie Vallèries de Beaumont (Marion Cotillard, que ganhou o Oscar por sua sensacional interpretação em Piaf). Em 1933, quando descobre que o amante, o piloto inglês Bill Lancaster, desapareceu no Saara, ela resolve enfrentar todos os perigos para encontrá-lo.
Ao sobrevoar o deserto, é obrigada a aterrissar perto de um posto de legionários franceses. O capitão Vincent Brousseau (Guillaume Marquet) a acolhe, mas se recusa a ajudá-la.
Quem encara a aventura a seu lado é o tenente Antoine Chavet (Guillaume Caunet), que desiste de tirar a ideia de sua cabeça. O resultado é mediano, apesar da óbvia química entre o casal central. Marion e Caunet são casados na vida real e ela anunciou em janeiro que está grávida do primeiro filho. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Cidade do Crime

Cena de execução à beira do rio Hudson, em Nova York
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Quem assistia ao seriado Sex and The City lembra que as grã-finas de Nova York consideravam Staten Island, onde existe o lixão da cidade, uma ilha fornecedora de trabalhadores rústicos e sensuais. Este suspense mostra que não é bem assim, que é dura a vida de quem tenta levar a vida por lá.
O roteiro destaca as trajetórias de três homens, que acabam se cruzando no final. Sully (Ethan Hawke) busca dar a vida que não teve ao filho. O comerciante Jasper (Seymour Cassel) tenta escapar dos mafiosos que lhe cobram a "taxa de proteção". Já Parmie Tarzio (Vincent D'Onofrio) deseja assumir o controle da máfia no local.
O elenco é interessante, mas as histórias poderiam ser mais originais. De qualquer forma, não é uma opção frustrante, apesar do título nacional um tanto equivocado. Os franceses se derem melhor e batizaram o filme por lá de Little New York. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Acesso Restrito

Bryant Chang cai numa armadilha
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É atual a sensação de curiosidade que a China vem despertando na gente a cada momento. Principalmente agora, em que foi confirmado que já é a segunda economia do planeta. Os padrões sobre filmes chineses também mudaram, e esse terror mostra que eles adoram produções do gênero feitas nos Estados Unidos.
O filme foi todo rodado em Taiwan, que antigamente era a chamada China não-comunista, mas hoje essas fronteiras se perderam. Os personagens principais são dois jovens, uma moça e um rapaz (Kristian Brodie e Bryant Chang), que adoram mostrar status e fazem de tudo para viver de aparências.
Um dia recebem um convite para participar de uma festa exclusiva de milionários e se ficam todo animadinhos. Não demoram a descobrir que os anfitriões têm desprezo por eles e que são usados como iscas para tortura e morte. Impressão minha ou parece mesmo uma versão chinesa de O Albergue? (Ronaldo Victoria)

domingo, 13 de fevereiro de 2011

30 Dias de Noite 2

Kiele Sanchez encara os vampiros
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Diz a maioria dos especialistas em cinema que só existe um caso em que uma continuação de filme conseguiu superar o original: O Poderoso Chefão 2. Tanto que foi o único caso de sequência que ganhou o Oscar principal, em 1974. Todo esse papo histórico é para lembrar que não se deve esperar tanto assim dessa continuação de 30 Dias de Noite.
A aventura original, rodada em 2007, tinha um belo clima (gelado, aliás) com locações no Alasca. O herói, interpretado por Josh Hartnett, morria no final após um ataque. Sua namorada Stella, sobreviveu, e aqui entra no espírito de vingança. Detalhe é que a personagem teve troca de atriz. Melissa George desistiu e foi substituída por Kiele Sacnhez.
A moça conta com apoio de um grupo de caçadores de vampiros e precisa negociar com a poderosa Lilith (Mia Kishner, especialistas em papéis do tipo), que foi a responsável pelas mortes na história original. (Ronaldo Victoria)

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Luta pela Liberdade

Ed Harris interpreta um pai amargurado
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O que se pode dizer desse drama de cadeia é que se trata de um filme simples. Até demais. O que é ao mesmo tempo um elogio e uma crítica. É claro que o fato de ser até simplório facilita a gente a assistir. Porém, tanta falta de ambição também faz com que dificilmente acrescente alguma coisa a sua fita assim que o filme termina.
A história fala sobre Liam (Ed Harris) e Chance (Brian Presley), ambos envolvidos com o mundo do crime até a medula. Assim que o rapaz sai da cadeia, tenta levar uma vida normal, mas sabe que dificilmente isso dará certo, pois o lado mau puxa como um ímã.
Como você pode perceber, nada de muito novo. A história é bem contada, tem atrizes interessantes, como Taraji P. Henson (que foi indicada ao Oscar por Benjamin Button) e Amy Madigan, esposa de Harris há muitos anos. Quanto a Harris, a gente até acha estranho que um ator que esteve ótimo na pele do pintor Jackson Pollock e fez um perfeito soropositivo terminal em As Horas (por amboi foi indicado ao prêmio da Academia), hoje estrele produções tão básicas como essa. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Soberano

Pequeno torcedor no Morumbi: raça e euforia
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Será que futebol vai conseguir se entender melhor com o cinema? À primeira vista, parece que sim, já que no final do ano passado Corinthians e São Paulo lançaram documentários. Porém, nenhum dos dois alcançou tanto sucesso, por um motivo muito simples: quem torce por um time se recusa a ver o filme que fala do outro. Coisas do futebol.
Este aqui, claro, fala do tricolor paulista, e o título escolhido já afasta quem não seja são-paulino. Se o Corinthians saudou seu centenário, aqui se lembra o fato de o São Paulo ser o único hexa-campeão do Campeonato Brasileiro, além de três vezes o melhor do mundo.
Destaque são depoimentos de ídolos de várias épocas, como Raí e Rogério Ceni, o goleiro que também faz gol e que só jogou com a camisa do time. O técnico Telê Santana também é lembrado. Nando Reis compôs várias músicas especialmente para o documentário. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Triângulo do Medo

Melissa George enfrenta perigos num navio
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Não estranhe se em algum momento você ficar com a sensação de que não está entendendo muito bem esse suspense. No fim, pode ser que algum amigo seu tenha entendido a história de um jeito diferente. Esse é o charme do filme, mas para alguns pode ser apenas irritante. Coerente com o título, o roteiro vai e volta duas vezes e recomeça do mesmo ponto.
A personagem principal é Jess (Melissa George), que vai viajar de navio com um grupo de amigos. Mas logo tem o pressentimento de que alguma coisa vai sair errada. Os medos da moça se confirmam quando uma tempestade atinge a embarcação, que fica à deriva.
Mas isso é apenas a história aparente. Desafio para o espectador é descobrir por que a história vai e volta, qual é o segredo de Jess e as razões de tudo recomeçar. Pode ser que ela esteja pagando algum pecado, pode ser que nem esteja mais nesse mundo. Seja o que for, é melhor não comentar. Cabe ao espectador aceitar ou não o desafio. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Cisne Negro

Natalie Portman está brilhante em cena
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Não é tanto um filme sobre dança, mas principalmente um drama a respeito da esquisofrenia. A dança, como deixa claro o título, é mais um instrumento para falar de uma mente perturbada. Ela é Nina (Natalie Portman, favorita disparada ao Oscar de atriz), bailarina que tenta um salto arriscado em sua carreira.
Ela deseja estrelar O Lago dos Cisnes, peça que fala sobre uma princesa seduzida que vira cisne branco, mas é trocada por um cisne negro. No começo, o coreógrafo Thomas Leroy (Vincent Cassel) não acredita em Nina, por achar que ela só consegue transmitir a pureza. Leroy parece um carrasco, mas isso é projeção da reprimida Nina.
Logo ela passa a ver um duplo dela mesma, que só se veste com roupas escuras. E cria uma inimiga na sedutora Lily (Mila Kunis). A relação com a mãe possessiva (Barbara Hershey) e uma bailarina neurótica (Winona Ryder). Brilhante e intenso. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei

Colin Firth e Helena Bonham Carter: gagueira na realeza
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Com 12 indicações, é o mais cotado para a festa do Oscar e deve vencer até na categoria de melhor filme. Por que é um filme com "cara" de Oscar, como se dizia até um tempo atrás, um drama real que fala de luta e superação. Por que é uma produção fácil de ser admirada por um público mais amplo (o espectador mediano não engoliu a escolha por Guerra ao Terror, no ano passado). E por que é muito bom, oras.
A trama fala sobre o rei George 6º (vivido com toda intensidade por Colin Firth, barbada para a estatueta de ator), que é gago desde que nasceu. O que lhe rende situações constrangedoras, como a mostrada logo nas primeiras cenas, em que só balbucia ao microfone num estádio lotado.
Com a ajuda da mulher, Elizabeth (Helena Bonham Carter), que a gente aprendeu a conhecer como Rainha Mãe, ele começa a se tratar com Lionel (Geofrey Rush), um excêntrico ex-ator que o deixa mais seguro. A trama também fala sobre o irmão mais velho de Goerge, Eduardo 8º, que trocou o trono pelo amor de uma desquitada americana e deixou George com o abacaxi na mão justo no começo da Segunda Guerra Mundial. Empolgante. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A Riviera não é Aqui

Dany Boon e Kad Murad: confusões na pequena cidade
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O que você faria se descobrisse que aquela tão sonhada transferência para uma paradisíaca região praiana virou uma remoção para uma cidadezinha perdida no mapa? Esse é o grande drama do atrapalhado Philip (Kad Murad) nessa comédia muito agradável. Ele trabalha nos Correios, e a França é referência mundial nesse serviço. Mas seu problema é ser sempre desligado.
Quando a notícia se confirma, a mulher dele, a esnobe Julie (Zoé Felix), diz que jamais largará o tem para se entediar num fim de mundo. O cara vai sozinho e quando desembarca numa pequena cidade do norte francês, descobre que já é uma personalidade, quase um heroi.
Quem o recebe é o simplório Antoine (Dany Boon, também diretor). Com ele, Philip aprende muito sobre a região e a gente se diverte em saber que os nortistas franceses são considerados os caipiras, um pouco como os interioranos de São Paulo. E se percebe que francês não faz apenas filme cabeça, não. Isso é preconceito. Eles também sabem fazer rir. (Ronaldo Victoria)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

2019 - O Ano da Extinção

Ethan Hawke interpreta um vampiro do bem
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Essa ficção científica dirigida por dois especialistas australianos em terror, os irmãos Spierig (Michael e Peter), poderia ter alcançado uma repercussão maior. Afinal, reúne no enredo dois temas que não saem de moda: fim de mundo e vampiros. A história, ambientada no ano do título nacional, fala sobre um misterioso vírus que se espalha pela Terra e transforma os infectados em vampiros.
Até aí são os clichês típicos do gênero, ma o roteiro não fica patinando nesses lugares-comuns e até que se sai bem. O clima fica pesado quando as pessoas contaminadas passam a ser perseguidas e trancadas em espécies de jaula.
A única esperança é Edward Dalton (Ethan Hawke), cientista que sabe ter virado vampiro, mas se apega ao lado humano que restou nele para salvar a população. O elenco é interessante, com destaque também para Sam Neill e Willem Dafoe, dois veteranos que nunca desapontam. Vale uma espiada. (Ronaldo Victoria)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Caindo no Mundo

Turma do subúrbio inglês em cena
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A primeira coisa que chama a atenção nesta comédia inglesa é o fato de um dos diretores ser Rick Gerwais, aquele gordinho abusado que causou polêmica ao apresentar o Globo de Ouro. Entre outras coisas, ele chamou Bruce Willis de padrasto de Ashton Kutcher, aquele que veio desfilar sua chatice na Fashion Week. Ele exagera, mas a gente meio que se vinga, não?
Pois bem, o humor um tanto ácido é a característica de Gerwais, que criou na Inglaterra a série The Office. Aqui ele tempera a acidez com um pouco de nostalgia, já que o roteiro parece ter cores autobiográficas. Afinal, imagine crescer num subúrbio que tem cemitério no nome, caso do bairro Cemetery Junction.
O herói é o adolescente Freddie (Christian Cooke), que tenta sair do lugar para vencer na vida. Mas, como dizem, você pode sair do subúrbio, mas o subúrbio não sai de você... Gerwais também atua e astros como Ralph Fiennes e Matthew Goode fazem participação especial. Arrisque. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Batalha por T.E.R.A

Mala é a menina terreana ameaçada
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É curioso que o nome original deste desenho animado seja Battle for Terra. Então, por que aqui ficou Batalha por T.E.R.A? Simples, por que em inglês o nosso planeta se chama Earth e aqui ficaria estranho dois planetas com o mesmo nome, não? Na história, T.E.R.A é o local para onde os terráqueos decidem se refugiar depois que, num futuro próximo, a Terra foi aniquilado e não tem mais condições de vida.
Diferente é ver como os terreanos são pacíficos e tranquilos, enquanto os seres humanos terminam retratados como pessoas egoístas e que só pensam neles mesmos. Mala, uma garota terreana, tem seu pai sequestrado e resolve ir atrás dele. Mas, para isso, precisará da ajuda do humano Jim.
Notou alguma semelhança com Avatar? Pois é, se não fossem feitos na mesma época, era bem possível afirmar que houve plágio. E a distribuidora nacional Playarte parece ter lançado o filme, que foi fracasso nos Estados Unidos, apenas por conta disso. Mas é uma diversão inteligente. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Carrier

Chris Altice é um dos soldados entrevistados
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Hoje em dia funciona como propaganda negativa dizer que esse documentário feito para a televisão americana tem produção de Mel Gibson, o astro mais machista, homofóbico e antissemita da face da terra (xô, Mad Max!). Tirando essa implicância, o fato é que se trata de uma opção diferenciada e bastante interessante.
O roteiro acompanha o dia a dia dos soldados que vivem no USS Nimitz, um dos maiores navios de guerra do mundo. São homens, e mulheres também, da Marinha americana que vivem o estresse, a saudade da família, e a ansiedade de esperarem ser convocados ou não para o conflito.
O itinerário do navio vai até o Iraque. As histórias são bastante humanas, e o soldado Chris Altice acaba sendo o personagem principal, pela sua espontaneidade. A gente acaba sentindo simpatia por eles, o que é natural. Mas, ao mesmo tempo, fica-se com uma pulga atrás da orelha: será que Gibson não quer despertar apoio para o instinto guerreiro? Parece paranóia, mas basta lembrar o currículo do cara para se pensar duas vezes. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Os Mercenários

Sylvester Stallone: brucutu ainda na ativa
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Muita gente teve ter ficado com inplicância com o filme, depois que Sylvester Stallone falou umas coisas não muito boas sobre o Brasil. Resumindo de forma tosca, ele disse que a gente é puxa-saco de gringo. E não é? Deixando de lado a polêmica inútil, a gente tem de reconhecer que o resultado ficou além do que se esperava, se é que se esperava muito.
Tudo porque Stallone aceitou algo que muitos outros astros de Hollywood não conseguem: que o tempo passou. E que, portanto, não dá mais para se levar a sério demais. Isso transforma que a aventura, que poderia ser uma mera exibição de truculência, num passatempo com uma saudável carga de comédia.
Stallone, também diretor, vive Barney Ross, chefe de um time de caras que aceita qualquer tipo de serviço sujo, e que encara a missão de derrubar um ditador latino-americano. Destaque é o elenco, que reune Jason Statham, Jet Li, Dolph Lundgreen, Bruce Willis e até o governador Arnold Schwarzenegger. Ou seja, só faltou Van Damme nessa seleção de "duros de matar". (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Solomon Kane

James Purefoy e Pete Postlehwaite em cena
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O subtítulo desta aventura medieval produzida entre Inglaterra e França, O Caçador de Demônios, já dá bem ideia do clima geral. A história é sombria, fala de pecado e danação e mostra um homem que ousa desafiar seu destino, o Solomon do título, vivido com intensidade por James Purefoy. Kane é uma máquina de guerra na Inglaterra do século 16, tempo em que a única alternativa é arrasar inimigos.
Logo, porém, os homens do capitão são colhidos um a um por demônios conjurados por quem ele matou. A criatura maligna, a Ceifeira, é de dar arrepios. Kane escapa da sina de morte, mas entende que precisa se regenerar, passar uma borracha no passado.
É assim que entra em cena a família Cosworth, comandada pelo personagem interpretado pelo recentemente falecido Pete Posthelwaite. Kane não consegue salvar o núcleo familiar de um massacre comandado por um demônio bem mais terreno: um terrível senhor feudal mascarado. O resultado é interessante. (Ronaldo Victoria)