quarta-feira, 30 de junho de 2010

Amelia

Richard Gere e Hillary Swank: amor e aviação
Foto: AllMovie Photo
É provável que alguma coisa não aconteça no seu coração ao assistir a esse filme. É o tipo de produção que a gente percebe ser bem feita, com bastante investimento, atores e equipe técnica boa. Mas a gente acompanha com interesse mas sem se emocionar. E isso apesar de se tratar da biografia de uma das mulheres mais famosas e ousadas dos Estados Unidos, a aviadora, Amelia Earhart, a primeira a atravessar o Atlântico.
Nos anos 30, Amelia (Hillary Swank) causa sensação com seus feitos. Logo se casa com George Putnam (Richard Gere), editor de livros, ou melhor dizendo marqueteiro, que a transforma num grande sucesso. Porém, o casamento é morno e logo pinta um triângulo amoroso com Goeorge Vidal (Ewan McGregor).
A história rola sem grandes surpresas. Os atores, claros, são charmosos, mas Hillary parece fazer sempre a mesma cara, Gere atua no vácuo e MacGregor não tem chance de brilhar. A única chance de emoção pinta no final, mas já se esperou muito até lá. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 29 de junho de 2010

Contatos de 4º Grau

Milla Jovovich em cena como a psiquiatra supostamente "real"
Foto: Google Image
Nas primeiras cenas, a atriz Milla Jovovich surge, se apresenta com seu próprio nome (não estaria, portanto, interpretando) e anuncia que o que veremos a seguir é algo real. Afirma que sua personagem, a psiquiata Abigail Tyller, existe mesmo e que tudo aconteceu numa pequena cidade chamada Nome, no Alasca.
Esse começo já estimula e as cenas seguintes dão margem ao impacto. A médica trabalha com hipnose e por uma estranha coincidência, boa parte dos habitantes da pequena cidade, incluindo o marido dela e a filha pequena, desapareceram. A supeita principal é de que teriam sido abduzidos, levados por seres extraterrestres.
Logo o espectador mais experiente fica com a pulga atrás da orelha. Acontece que a direção optou por dividir a tela em duas, em vários momentos, com Milla e a "verdadeira" Abigail. Porém, a farsa logo foi descoberta no lançamento do filme nos Estados Unidos, em novembro de 2009. Não existe nenhuma Abigail Tyller, e foi tudo um "gancho" para vender o filme. A produtora, a Universal, nem se deu ao trabalho de explicar. Dá ou não vontade de chamar o Procon? (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus

Heath Ledger em sua última aparição no cinema
Foto: AllMovie Photo
O filme ficou tristemente famoso pela tragédia de seu ator principal: Heath Ledger morreu em janeiro de 2008, aos 28 anos, durante as filmagens. A princípio, pensava-se que o diretor (Terry Gilliam, o único americano do sensacional grupo de britânico de humor Monthy Python) iria desistir de continuar. Porém, acabou achando uma originalíssima saída quando três amigos de Ledger (Jude Law, Johnny Depp e Colin Farrel) dividiram as cenas restantes.
Talvez em outro tipo de obra isso soasse esquisito demais. Os filmes de Gilliam, porém, são centrados na fantasia ou no delírio mesmo, como preferem alguns. Ele não tem meio-termo: ou acerta, como no caso de Brazil ou Pescador de Ilusões, ou faz coisas insuportáveis como Medo e Delírio ou Contraponto.
Esse aqui fica mais para o segundo time. O roteiro fala sobre uma companhia de teatro mambembe, liderado pelo tal Doutor Parnassus (Christopher Plummer), que promete aos espectadores a entrada em um mundo paralelo. É um estilo diferente, mas o que aconteceu com Ledger pode ter deixado o diretor e o elenco abalados. Pena. (Ronaldo Victoria)

domingo, 27 de junho de 2010

Rio Congelado

Melissa Leo interpreta mãe em luta pela sobrevivência
Foto: AllMovie Photo
Ainda pouco conhecida pelo público brasileiro, a atriz Melissa Leo surpreendeu ao ser indicada ao Oscar do ano passado por sua interpretação nesse drama comovente. A estatueta foi para Kate Winslet, mas Melissa conseguiu enfim ser notada. Pura justiça, já que ela é a alma deste filme. Aliás, para ser justo memso, ela e Misty Upham, que interpreta Lilly.
Ray, a personagem de Melissa, e a esquimó Lilly, têm em comum, além do fato de morarem num lugar com temperaturas baixíssimas, a maternidade em crise, embora em caminhos opostos. Lilly teve o filho tirado de sua companhia. Já Ray se vê com dois garotos para criar enquanto o marido, um malandro viciado em jogo, foge de casa.
Como o rio que atravessa o lugar congela no inverno mais rigoroso, as duas entram num perigoso esquema de bancar coiotes, atravessando imigrantes legais pela fronteira do Canadá. Enfrentam perigos, podem perder até os filhos de vez se pararem na cadeia, mas vale a pena acompanhar essa aventura em cada detalhe. (Ronaldo Victoria)

sábado, 26 de junho de 2010

Nine

Todas as mulheres do mundo de Guido (Day Lewis) em cena
Foto: AllMovie Photo
É a versão cinematrográfica (com direção de Rob Marshall, o mesmo de Chicago e Memórias de uma Gueixa) de um musical da Broadway. Que por sua vez bebeu na fonte original de Federico Fellini e um de seus maiores clássicos, Oito e Meio. Gerou muita expectativa e centenas de matérias sobre sua preparação, por conta também do elenco charmosíssimo. Isso explica a grande decepção que causou na chegada às telas.
O problema, além dessa overdose de notícias, é o fato de tudo ser bonito, limpo, e com a sensação de vazio. Faltou alma. Até mesmo o astro Daniel Day Lewis chega a soar caricato na pele do protagonista, com seu sotaque italianado fake. Ele é o cineastra Guido Contini que, durante uma crise criativa, examina as mulheres de sua vida.
O elenco feminino é muito charmoso. Vai de Fergie, do Black Eyed Peas, como uma prostituta italiana, a Sophia Loren na pele da mama. Judi Dench vive a figurinista, Nicole Kidman não brilha como a estrela do filme e Kate Hudson é uma surpresa interpretando a canção mais legal, Italiano. As melhores presenças, porém, são a francesa Marion Cottilard como a esposa traída e a espanhola Penélope Cruz, a amante fogosa. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Legião

Paul Bettany interpreta o arcanjo Miguel
Foto: AllMovie Photo
O tema desta ficção, que tem ligações fortes com a religião, e o fundamentalismo de alguns grupos americanos, pode ter ajudado a determinar o fracasso na "matriz" e também no Brasil, onde saiu direto em DVD. Não se pode negar que o ponto de partida é inquietante, o problema é que o filme parece perder o pé da razão lá pelo meio da narrativa.
A polêmica começa logo nos letreiros de apresentação, contando que Deus perdeu a fé na humanidade, por conta de todos os excessos e da fuga a Ele que observou. Por isso manda um exército de anjos vingadores para exterminar os humanos. Porém, Miguel (Paul Bettany) se rebela as ordens divinas.
Ele cai na Terra, perde as asas e tenta salvar o filho de uma garçonete. A criança seria o novo Messias e lutaria pelos humanos. Enquanto isso, Gabriel (Kevin Durand) executa os planos de Deus. No meio disso tudo, você fica pensando: então o novo Messias vai lutar contra os planos de Deus, então ele é uma espécie de Anticristo? Ou será que eu perdi o fio da meada dessa ladainha? (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Vidas Cruzadas

Robin Wright Penn e Keanu Reeves: melancolia e esquisitice
Foto: AllMovie Photo
Foi exibido nos cinemas como A Vida Íntima de Pippa Lee, mas a distribuidora em DVD optou por outro título e por colocar na capa a foto de dois atores sensuais (Keanu Reeves e Mônica Bellucci), apesar de a italiana fazer um papel minúsculo. Propaganda enganosa, porque o filme não "vende" nada ligada à sensualidade. Ao contrário, investe pesado na melancolia e na depressão. Resumindo: não é ruim, mas é chato.
A direção é de Rebecca Miller, filha do dramaturgo Arthur Miller e mulher do ator Daniel Day Lewis. É o estilo com que ela se acostumou em outras obras. a heroína é Pippa Lee (Blake Lively na fase jovem e Robin Wright Penn madura), que tenta encontrar seu caminho. Tem uma mãe depressiva (Maria Bello, a melhor do elenco) e se casa com um homem 30 anos mais velho (Alan Arkin).
Mas parece nunca estar satisfeita, até se envolver com Chris (Reeves), tipo esquisito que tem uma tatuagem de Jesus crucificado no peito. Outras atrizes famosas, como Julianne Mooree Winona Ryder, atuam em personagens quase sempre esquisitos. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Atraídos pelo Crime

Richard Gere e Ethan Hawke: policiais desiludidos
Foto: AllMovie Photo
O título original deste drama dirigido por Antoine Fuqua (o mesmo de Dia de Treinamento, que deu o Oscar a Denzel Washington) é Brookyn's Finest, em livre tradução algo como Os Melhores do Brooklyn, subúrbio novaiorquino. Aqui se escolheu uma denominação que funciona ao contrário para o filme, já que os três personagens centrais são policiais cansados de lidar com criminosos.
Eles são Eddie (Richard Gere), à beira da aposentadoria e perseguido pelos colegas, e dois mais jovens, Tango (Don Cheadle) e Sal (Ethan Hawke). A vida dos três é mostrada pelo roteiro praticamente sem cruzar as suas histórias. A não ser quando se descobre que todos estão ligados ao mesmo sangrento crime.
A narrativa e a direção são típicas do cinema machão, com pancadaria, brigas e tiros. Mas não deixa de lado a inteligência ao mostrar o submundo. Seria ótimo, se não fosse a duração excessiva, o que ocasiona uma frouxidão na história lá pelo meio. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 22 de junho de 2010

O Mistério de Natalee Holloway

Amy Gumenick interpreta a americana desaparecida
Foto: Google Image
Feito para a televisão americana, é daquelas produções que abusam dos clichês e dos lugares-comuns para contar a sua história. Para complicar, a direção não é muito inspirada e as interpretações, principalmente a da atriz que faz a mãe da desaparecida, caem na canastrice. O resultado é apenas curioso.
O roteiro fala sobre Natalee (Amy Gumenick), estudante do ensino médio americano, que parte numa excursão com mais de 100 colegas para Aruba. Chegando lá, em clima de baladas e exageros, deixa-se envolver por um playboyzinho holandês (Aruba foi colonizada pela Holanda) chamado Joran (Jacques Strydon). Acontece que Natalee não volta da viagem, o que faz com que sua mãe, Betty (Tracy Pollan) comece uma cruzada para descobrir o que aconteceu.
A investigação chama a atenção, mas é chato ver a conclusão a que chegou Betty, depois de tudo. Ela passa a ser conhecida pelas palestras que dá para os pais aconselhando a que não deixem os filhos viajar para o Exterior. Santa prepotência americana! É sempre mais fácil ver o "mal" no estrangeiro. Por isso, o resultado é chato e uma perda de tempo. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Castelos de Gelo

Taylor Firth e Rob Mayes no rinque: superação
Foto: Google Image
É uma nova versão do romance que fez sucesso há 32 anos. É indicado para quem gosta de belas cenas de patinação artística feminina (quase sempre empolgantes), mas no geral é um drama dos mais convencionais. Apesar de forçar na mensagem de superação, a gente fica com a impressão de já ter visto vários filmes parecidos, no estilo água-com-açúcar.
A heroína da história é Alexis (Taylor Firth), jovem que aparece de repente no mundo da patinação artística. Incentivada pelo pai, Marcus (Henry Czerny), ela acaba sendo a grande revelação do esporte. Ao mesmo tempo, se divide entre o namorado, Nick (Rob Mayes), que atua em hóquei sobre o gelo, e o treinador, Aiden (Morgan Kelly).
A tragédia acontece quando, patinando perto de casa, cai, bate a cabeça e descobre que ficou cega. Vem a depressão, mas quando supera, aparece a idéia de patinar mesmo assim. Será que você é capaz de descobrir o que acontece? (Ronaldo Victoria)

domingo, 20 de junho de 2010

Coração Louco

Jeff Bridges tem uma interpretação luminosa
Foto: AllMovie Photo
É o drama que deu o Oscar de melhor ator para Jeff Bridges este ano, e só por isso já vale a pena. Bonitão e com uma carreira de mais de 30 anos, Bridges era mais considerado um galã do que um grande ator. Ainda bem que a Academia deixou de lado a injustiça e finalmente o premiou. Bridges tem uma interpretação fantástica, de quem entende cada nuance de seu personagem.
Ele vive Bad Blake, cantor de country decadente que hoje se apresenta em boliches de pequenas cidades. Já teve seu passado de glória, mas parece ter se perdido irremediavelmente por conta da garrafa, do alcoolismo.
Um dia surge em seua vida Jean (Maggie Gylenhaal, indicada ao Oscar de coadjuvante), a moça que vai entrevistá-lo e com quem se envolve. Jean tem um filho de quatro anos a quem Bad se apega, mas põe tudo a perder. O final é emocionante, bastante real e ao mesmo tempo positivo. Colin Farrel solta a voz, assim como Bridges, e não faz feio. E Robert Duvall também brilha numa pequena participação. (Ronaldo Victoria)

sábado, 19 de junho de 2010

O Fantástico Senhor Raposo

Casal de raposas tem vozes de George Clooney e Meryl Streep
Foto: AllMovie Photo
Foi candidato ao Oscar de desenho animado deste ano, mas perdeu para o mais simpático (e elogiado) Up - Altas Aventuras. A maior curiosidade é que se trata de uma animação com enredo e clima tipicamente adultos, o que é uma novidade no circuito. O diretor é Wes Anderson, responsável por filme considerados cult como Os Excêntricos Tennembauns ou A Vida Marinha de Steve Zissou.
Só isso já demonstra uma dificuldade, pois Anderson tem por vezes um estilo "cabeça" demais, que em vários momentos soa como chato. E ele não facilita muito a vida do espectador, nem mesmo nesse desenho. Aqui o personagem principal é o Senhor Raposo (dublado por George Clooney), já totalmente domesticado e com uma vida pacata.
Atacado por crise de meia-idade, apesar dos protestos da esposa (voz de Meryl Streep), ele quer recuperar o seu lado selvagem. Começa a atacar galinheiros da região, principalmente de uma fazenda mantida por poderosos empresários. O resultado final soa um tanto morno. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Educação

Carey Mulligan e Peter Sarsgaard: amor complicado
Foto: AllMovie Photo
Vem da Inglaterra essa prova de que os filmes românticos não precisam ficar apenas na linha água-com-açúcar e podem evitar os clichês em nome de uma história com mais consistência. Marca a bem-vinda estréia do famoso escritor Nick Hornby como roteirista e tem direção da dinamarquesa Lone Scherfig. Quem brilha é a jovem Carey Mulligan, que foi candidata este ano ao Oscar de melhor atriz.
Ela vive Jenny, garota de 17 anos que é a melhor aluna de sua classe e que tem como meta de vida entrar na Universidade de Oxford. Um dia, conhece o sedutor David (Peter Sarsgaard), que mostra para ela um novo mundo. Com o amante trintão, que inclusive a pede em namoro para seus pais, Jenny conhece Paris, concertos de música clássica e clubes de jazz.
Porém, David esconde um segredo que será fundamental para a educação sentimental, o crescimento da adolescente e sua transformação em mulher. Ambientada nos anos 60, a história deixa uma bela mensagem de valorização feminina. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo

Jake Gylenhall interpreta o herói, Dastan
Foto: AllMovie Photo
É questão de justiça a gente reconhecer uma coisa: essa aventura, em cartaz nos cinemas, é a melhor adaptação para as telonas de um videogame. Só que tem uma coisa: considerando o nível dos concorrentes ("coisas" como Mortal Kombat, Resident Evil e Street Fighter), esse elogio no fim acaba não representando grande coisa. Tanto que não vem tendo grande impacto nas bilheterias, pelo menos nas brasileiras.
A história os fãs do joystick já sabem de cor, e quem não conhece terá pouca dificuldade em
entender, já que o roteiro é mínimo. Dastan (Jake Gyllenhall), é adotado pelo rei da Pérsia e um belo dia acaba sendo injustamente acusado de matar o monarca.
Ao lado da amada, Tamina (Gemma Aterton), parte em busca do tio, o único que ele acredita ser capaz de inocentá-lo. Além de tudo, a moça tem uma adaga que é capaz de controlar as tais areias do tempo do título. O que sem dúvida garante cenas belíssimas e grandes efeitos visuais. Mas é muito difícil que acrescente alguma coisa além desse lance visual. Para duas horas de diversão, com uma boa pipoca, e nada mais. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Estão Todos Bem

Drew Barrymore e Robert De Niro: pai e filha em cena
Foto: AllMovie Photo
A produção deste drama americano não faz muita questão de informar que se trata de uma adaptação de um filme dirigido nos anos 90 por Giuseppe Tornatore (o mesmo de Cinema Paradiso) e estrelado por Marcello Mastroianni. Na versão, quem encarna o pai amargurado é Robert De Niro, ator com a mesma estrada e carisma de Mastroianni. Ao contrário de seus papéis mais recentes, com um pé ora na comédia ora na violência, ele convence na pela de um viúvo amargurado.
O texto fala de algo bem real em qualquer parte do mundo. O fato de que, numa família, o elemento de união é mesmo a mãe. Frank Goode, o pai feito por De Niro, trabalhou a vida toda numa empresa de fios elétricos, e pouco teve tempo para a família. Num feriado, tenta unir a prole, mas cada um dos quatro filhos inventa uma desculpa.
Amy (Kate Beckinsale) esconde que se separou e que o marido já tem outra. Robert (Sam Rockwell) se diz maestro, mas atua na percussão de uma orquestra. Rosie (Drew Barrymore) não se acertou na profissão e se descobriu lésbica. Mas o pior destino é do caçula, um pintor atormentado. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 15 de junho de 2010

Preciosa

Gabourey Sidibe: abusada pela própria família
Foto: AllMovie Photo
É um drama de impacto, para provocar lágrimas e revolta. A produção é dividida entre Tyler Perry, especialista em filmes quase de auto-ajuda para a comunidade afroamericana, e a poderosa Oprah Winfrey. Ou seja, teria tudo para agradar apenas a uma parcela restrita do público, mas garantiu interesse total graças à força de sua história. O diretor, Lee Daniels, foi indicado ao Oscar e poderia ser o primeiro cineasta negro a ficar com a estatueta.
Premiados foram o roteiro, de Geoffrey Fletcher, e a sensacional interpretação de Mo'Nique como Mary, a mãe carrasca. Antes apenas comediante exagerada, ela arrepia em cena. Trata a filha, Precious (Gabourey Sidibe, também indicada ao Oscar), a pancadas e a submete a todo tipo de tortura. A menina, obesa e com auto-estima zero, é violentada pelo próprio pai e engravida duas vezes. É feita de empregada pela mãe, que quer viver apenas às custas da assistência social.
Tudo munda quando Precious, ainda praticamente analfabeta, vai a uma escola especial e conhece uma professora, Miss Rain (Paula Patton) e várias meninas como ela. Dois astros da música pop, Mariah Carey e Lenny Kravitz, surpreendem em cena na pele de uma assistente social e um enfermeiro. Assista e tenta não chorar. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A Caixa

Cameron Diaz vive mulher mutilada
Foto: AllMovie Photo
Um suspense como A Caixa geralmente divide opiniões. O público costuma embarcar com facilidade em tramas como essa, em que a racionalidade não dá as cartas e questões até sobrenaturais entram em cena. A crítica, porém, quase sempre encontra mais defeitos. No formato DVD, porém, dá para deixar de lado a implicância numa boa e aproveitar o tom de mistério, que de fato desafia a imaginação do espectador.
Tudo começa quando um casal, Norma (Cameron Diaz) e Arthur (James Marsden), é acordado bem cedinho pela campainha. Quando ela vai atender à porta, vê apenas um carro preto dando a partida e uma caixa da mesma cor deixada em frente. Há também um bilhete dizendo que o responsável virá mais tarde explicar o "presente". Ele é Arlington (Frank Langella), que tem metade do rosto destruída. Logo explica para Norma o mecanismo. Se eles apertarem o botão da caixa, ganham um milhão de dólares. Porém, uma pessoa qualquer vai morrer.
Começa a dúvida do casal, resolvida lá pelo meio da trama. Eles descobrem que Arlington tem mais segredos do que se imagina. É um homem que sofreu um acidente e tudo pode ser um jogo de manipulação. Cameron Diaz surpreede sem glamour em cena, na pele de uma mulher mutilada, que perdeu os dedos do pé. (Ronaldo Victoria)

domingo, 13 de junho de 2010

Invictus

Morgan Freeman e Matt Damon: o presidente e o atleta
Foto: AllMovie Photo
Com a bola rolando na Copa do Mundo da África do Sul, fica ainda mais interessante assistir a este drama histórico. O filme dirigido por Clint Eastwood é importante para que se comprenda melhor um momento fundamental na história do país: a transição do cruel e injusto regime do apartheid, baseado na segregação racial, para a democracia. E mostra também como o esporte pode influenciar a política, nos dois sentidos.
O personagem principal é Nelson Mandela, vivido por Morgan Freeman. O roteiro mostra o momento em que ele deixa a prisão, após 27 anos detido, e se torna o primeiro presidente negro do país. Mostrando ser de fato um estadista, Mandela faz o que os opositores não esperavam dele, ou seja, evita a vingança, esquece o passado e quer unir os dois lados.
Uma oportunidade de ouro surge em 1995, quando a África do Sul sedia a copa mundial de rúgbi, esporte mais praticado por lá. O problema é que a Seleção sempre foi vista como símbolo do regime branco. Porém, com a juda do capitão, François Pinnear (Matt Damon), Mandela quer mudar o jogo. Empolgante. (Ronaldo Victoria)

sábado, 12 de junho de 2010

Encontro de Casais

Elenco da comédia reunido em cena do resort
Foto: AllMovie Photo
Quando se diz que um filme se trata de uma típica comédia americana, muita gente tem arrepios. E com certa razão. Afinal, boa parte dessas produções misturam cenas quase engraçadas (ou francamente sem graça, para nosso tipo de humor) com lições de vida que parecem tiradas do mais rasteiro livro de auto-ajuda. Infelizmente é o que acontece com Encontro de Casais, apesar de ter sido bolado por dois caras bacanas: Vince Vaughan e seu amigo Jon Favreau, este também diretor de Homem de Ferro.
O que mostra o roteiro são quatro casais tentando vencer o tédio da relação e a iminência da separação por meio de uma temporada num resort chamado com propriedade de Eden (as locações belíssimas aconteceram em Bora bora).
O problema é que a história, quando chega ao local, tem aconselhamentos psicológicos bobos e uma série de micos. Para piorar, estrangeiros como o professor francês e o malhadão italiano são sempre vistos como bobos. Quer coisa mais americana? (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Rastros de Justiça

Liam Neeson fica entre o perdão e a vingança
Foto: Google Image
O tema é explosivo - a luta entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte durante os anos 70 - e discute também outra questão importante: a batalha entre o perdão e a vingança. Para melhorar, há dois ótimos atores nos papéis principais (Liam Neeson e James Nesbitt), uma direção brilhante do alemão Oliver Hirschbiegel (o mesmo de A Experiência e A Queda, os Últimos Dias de Hitler) e um roteiro inspirado.
A história começa quando Alistair (Neeson) e Joe (Nesbitt) são adolescentes. O primeiro entra para um grupo paramilitar e sente que só será aceito de fato quando matar um católico. A oportunidade surge da forma mais gratuita possível. O irmão de Joe é assassinado com um tiro na cabeça quando está sentado no sofá assistindo televisão. Na calçada e com uma bola na mão, Joe assiste tudo.
Trinta anos se passam. Alistair cumpriu pena, mas enriqueceu ao sair da cadeia. Joe virou um homem amargurado, o que prejudica seu casamento e a relação com as filhas. Uma emissora de televisão promove um encontro entre os dois. Mas pode ser que Joe vá com desejo de vingança. Recebeu elogios em vários países e merece ser descoberto. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Brideshead - Desejo e Poder

Ben Whisham e Matthew Goode: relação complicada
Foto: AllMovie Photo

O título se refere a uma imponente mansão inglesa do início do século passado. O que já mostra que se trata de um daqueles típicos dramas britânicos, com gente chique de sotaque impecável. Pessoas que jamais dão escândalo, nunca revelam o que sentem e, talvez por isso mesmo, possuem ironia cortante e amargura exagerada. Como o autor Evelyn Waugh, autor do livro em que o longa é baseado. A primeira versão, feita há 30 anos, revelou Jeremy Irons como Charles.
Aqui quem faz o papel é Matthew Goode, que tem bom desempenho ao lado de Ben Whisham, o frágil Sebastian. O relacionamento amoroso e sexual entre os dois fica claro agora, ao contrário da primeira versão. E o que atrapalha, além da repressão à homossexualidade naquela época, é o fato de serem de classes sociais diferentes. Charles é proletário, entrou na universidade com bolsa de estudos, enquanto Sebastian representa a alta burguesia.
Tudo se complica ainda mais quando Charles se envolve com Julia (Hayley Atwell), justamente a irmã de Sebastian. Aí entra em cena Lady Marchmain, a matriarca feroz interpreta com talento por Emma Thompson. Opção de classe. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

O Fada do Dente

Dwayne Johnson: grandalhão aprende a ser gente fina
Foto: AllMovie Photo

A f‘órmula de convidar brucutus para estrelar filmes infantis dá certo desde que Schwarzenegger fez Um Tira no Jardim da Infância e encarou os pestinhas (lembra do sapeca que dizia "meninos têm pênis e as meninas vagina"?). Stallone não deu muito certo, pois deve ter assustado a molecada. Quem vem seguindo a trilha é Dwayne Johnson, ex-campeão de luta livre que agora nem quer mais ser conhecido como The Rock, apelido que ostentava nos ringues e nos filmes de pancadaria.
A graça desse tipo de produção é fazer com que um grandalhão tenha de dançar miudinho na mão da criançada. E é fácil dar certo. Como aconteceu aqui, se a gente analisar que a comédia foi feita com a intenção de agradar a família toda. Johnson vive Derek, um jogador de hóquei da segunda divisão famoso pela truculência, tanto que ganhou o apelido de Fada do Dente por arrancar molares e caninos dos adversários.
Ele namora Carly (Ashley Judd), que tem um casal de filhos pequenos. Um dia, por contar à menina que a fada não existe, além de levar uma bronca da namorada, encara o castigo de ele próprio virar a entidade. E tem de encarar também uma chefe linha-dura, interpretada pela veterana Julie Andrews. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Paixão pela Velocidade

Eric Bana ao lado de seu objeto de paixão
Foto: Google Image

Galã australiano e astro de filmes como Hulk, Munique e Tróia, Eric Bana estreou na direção com esse documentário que poderia ser rotulado com a antiga expressão ego trip. Ou seja, é uma viagem ao próprio ego. No filme o ator de 40 anos (filho de imigrantes croatas, seu nome real é Eric Banadinovich) fala da paixão pelo carro Ford Falcon XB coupe, que comprou quando tinha 15 anos.
Com ele, chamado carinhosamente ou não de The Beast (a fera), Bana participa de ralis por sua terra natal e garante ser o melhor meio de relaxar durante os intervalos das grandes produções em que atua. O roteiro mostra como o ator mantém na Austrália um cotidiano totalmente distante do glamour de Hollywood.
É legal ver como ele consegue não se afetar pelo brilho falso das celebridades. Ao mesmo tempo, soa pretensiosa a forma como o próprio Bana se mostra fazendo um "esforço" para comparecer ao lançamento de um filme. Fica claro que ele se julga superior aos outros. As entrevistas com o apresentador Jay Leno e o psicólogo Phil McGraw, sobre a importância de ter um hobby, são de uma tremenda superficialidade. Enfim, para o cinema talvez Eric Bana seja mais interessante vivendo personagens do que sendo ele mesmo. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Piratas do Rock

Philip Seymour Hoffman é o DJ americano The Count
Foto: AllMovie Photo

Esta divertida comédia é mais obviamente indicada aos amantes do rock, já que se trata acima de tudo de uma declaração de amor ao ritmo musical. O rock é visto não apenas como música, mas principalmente como um estilo de vida contra a caretice dominante. E ajuda mais ainda o fato de a história ser ambientada nos anos 1960, mais especificamente em 1966, época em que a atitude roqueira valia bem mais do que nesses tempos de pose e comercialismo. O responsável é Richard Curtis, diretor que entende de comédia como já provou nos filmes Um Lugar Chamado Notthing Hill e Simplesmente Amor.
Tudo acontece num tempo em que na Inglaterra a BBC dominava o rádio e só veiculava por dia 40 minutos de música popular. É contra esse estado de coisas que se revolta um grupo de radialistas que cria uma rádio pirata especializada em rock. Eles ficam num barco pesqueiro ancorado na costa britânica. Logo a programação passa a fazer sucesso e incomoda não apenas a rádio dominante, mas o governo.
Tudo é mostrado com muito humor. Alguns chatos disseram que o assunto seria mais sério, mas é bobagem. Melhor protestar rindo, não? Outro ponto forte é o elenco, com Philip Seymor Hoffman como o americano The Count e Kenneth Branagh na pele do ministro linha-dura que quer tirar os caras do ar. O final tem uma seleção com capas de discos que mudaram os jovens. Diversão bacana. (Ronaldo Victoria)

domingo, 6 de junho de 2010

Surpresa em Dobro

John Travolta e Robin Williams: amigos inseparáveis
Foto: AllMovie Photo
Comédia familiar da Disney que marca o primeiro encontro em cena entre John Travolta e Robin Williams, dois atores talentosos mas atualmente com a carreira em baixa. Williams, inclusive, não anda nada em alta por aqui depois daquele piada que fez com o Rio (ele disse que a cidade ofereceu cocaínas e prostitutas para garantir a vaga nas Olimpíadas). O resultado é um tanto morno, e ambos já tiveram momentos mais marcantes.
Eles vivem amigos diferentes em tudo. Charlie (Travolta) é um solteirão metido a galã, enquanto Dan (Williams) é um divorciado sem sorte no amor. Tudo muda quando eles descobrem que a aventura de Dan com Vicki (Kelly Preston) gerou dois filhos gêmeos, um menino e uma menina, notícia de que ele nunca suspeitou. E a moça deixa os dois com o pai para cuidar da vida.
Acontece que os amigos têm uma firma de materiais esportivos e estão prestes a fechar um contrato milionário com os japoneses. As melhores piadas ficam por conta do estilo meio bobo de dan. Curioso é que Kelly é mulher de Travolta e a menina que faz a filha de Dan, Ella Blue Travolta, é filha dele. Um toque familiar justamente num momento em que a família vive a tragédia de perder o filho mais velho. (Ronaldo Victoria)

sábado, 5 de junho de 2010

O Golfinho

Daniel em passeio com seu amigo lulinha
Foto: Google Image
O subtítulo desse desenho animado diferente é A História de um Sonhador. É curioso em primeiro lugar porque se trata de uma produção peruana e o circuito brasileiro de cinema recebe poucos produtos vindos do Peru. O que acaba se tornando uma desvantagem por escolher um tema parecido com o de Procurando Nemo. É claro que os efeitos especiais e a técnica de animação não estão no mesmo nível.
Tirando isso, é uma boa opção para o público infantil por falar de um herói que resolve desafiar seus limites. No caso é o golfinho adolescente Daniel, que sai do círculo de segurança no mar para conhecer outros lugares.
Enfrenta os perigos e ganha como amigo uma lulinha jovem, animada e de bom humor, que funciona para ele como uma espécie de Grilo Falante para o Pinóquio. Para ser descoberto. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Cadê os Morgan?

Hugh Grant e Sarah Jessica Parker: socialites em apuros
Foto: Google Image

Comédia decepcionante em vários aspectos, não apenas por desperdiçar o charme da dupla central, Hugh Grant e Sarah Jessica Parker, juntos pela primeira vez. Acontece também que o roteiro não apresenta nada de original e a gente fica com a sensação de que já viu esse filme várias vezes. Para complicar, os personagens não são muito atraentes. Sarah não tem oportunidade de criar alguém de carne e osso como a Carrie de Sex and The City, muito menos exibe modelitos chiques. E Grant não se mostra como aquele malandro irresistível de outras comédias românticas.
Os Morgans do título são um casal charmoso de Nova York, Paul e Meryl, vividos pelos atores centrais. Bem relacionados na alta sociedade, um dia eles decidem que irão se separar, o que surpreende muita gente. O pior acontece quando estão discutindo e testemunham sem querer um assassinato ordenado pela máfia. Por isso são convencidos a trocar de identidade e ir para uma região afastada. Que coisa original, não?
Acabam parando numa fazenda do distante e gelado estado de Wyoming. Lá são recebidos por um casal interpretado por Mary Steenburgen e Sam Elliot, coadjuvante que salvam algumas cenas. Mas a história de socialites descolados tentando se adaptar a uma cidade caipira, que poderia render mais, fica pelo meio do caminho. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Garota Fantástica

Ellen Paige (ao centro) é a heroína patinadora
Foto: Google Image

É interessante o retrato feito do universo feminino por esse filme que marca a estreia de uma atriz famosa, Drew Barrymore, atrás das câmeras. Não foi sucesso nos cinemas brasileiros, mas até se pode entender, porque sua ambientação acontece num meio americano demais: as competições entre patinadoras, que envolvem muito mais violência (e um viés meio voyer da platéia masculina) do que esporte. Algo facilmente rotulado como de maus gosto.
A personagem principal é Bliss, vivida por Ellen Paige, após o grande sucesso que conseguiu com a comédia Juno, fenômeno pop de 2008. Ela é uma garota preparada pela mãe neurótica, interpretada por Marcia Gay Harden (perfeita para esse tipo de papel) a competir em concursos de miss numa pequena cidade. Claro que para a garota, de 17 anos, aquilo é ums acrifício.
Um dia descobre o grupo de patinadoras radicais e resolve que fará a mudança mais inesperada de sua vida. Deixará os eventos de uma feminilidade "anos 50", como diz para a mãe, para ser a guerreira tatuada e que sai no braço com as adversárias. Drew também atua e o elenco também tem Juliette Lewis, em fase bem baranga, como a vilã. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Amor Extremo

Keira Knightley e Sienna Miller: amigas independentes
Foto: Google Image

Drama inglês que não fez sucesso nos cinemas mas merece uma chance do público no formato DVD. O estilo é típico dos britânicos, com belas locações, roteiro bem escrito e elenco competente. Aliás, quanto aos atores, é também um exagero de beleza, já que as estrelas são Keira Knightley (de Piratas do Caribe e Orgulho e Preconceito) e Sienna Miller (de Casanova e G.I. Joe) e os astros Matthew Rhys (Kevin, o irmão gay de Brothers & Sisters) e Cillian Murphy (Café da Manhã em Plutão).
A história fala sobre duas belas amigas. Vera (Keira) e Caitlin (Sienna). Além da amizade, elas compartilham a independência. Cantora em uma boate, Vera desperta a paixão do tímido soldado William (Murphy). Enquanto isso, Caitlin vive uma relação livre com o poeta Dylan (Rhys). De tanto insistir, William acaba conquistando Vera, com quem se casa, mas logo é convocado para lutar na Segunda Guerra Mundial.
A bomba estoura mesmo quando ele retorna do conflito, e encontra Vera já com um filho nos braços. Daí que se acente do estopim do título, o tal amor extremo que significa nada mais que posse, neurose e ciúme exagerado. Consumido por esse sentimento, William "enxerga" Vera e William como amantes, mesmo sem nenhuma prova. O que azeda a relação dos dois casais. Forte e intenso. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Fúria de Titãs

Sam Worthington encarna o guerreiro Perseus
Foto: AllMovie Photo

O filme original, realizado nos anos 1980, hoje um clássico em exibições na Sessão da Tarde, marcou uma geração muito menos por suas qualidades cinematográficas (aliás, bem escassas) do que por sua ingenuidade e falta de recursos. Em resumo, era deliciosamente trash, rótulo que os jovens adoram. Pelos efeitos (ou defeitos) especiais risíveis e pela atuação caricata do elenco, entre outras coisas. Agora ressurge com todo o poderio do cinema norte-americano, milhões de dólares gastos e até efeito 3D nas salas de cinema.
A história é mais ou menos a mesma. Zeus (Liam Neeson), o deus supremo, está meio cansado da humanidade e tenta dar uma nova chance. Porém, Hades (Ralph Fiennes), o senhor das profundezas, bola um plano em que, se os homens não sacrificarem a bela Andrômeda (Alexa Davalos), mandará um ser poderoso, o Kraken, para destruir tudo. Quem se encarrega de defender os humanos é Perseu (Sam Worthington), que se descobre um semideus.
Tudo bem que a nova edição esbanja técnica. O problema é que falta alma, empenho. O roteiro é bem frouxo e a direção de atores parece nem existir. Muitos, em que pese o fato de serem consagrados, acabam pagando mico. O resultado é que a gente assiste vendo a beleza dos efeitos (a Medusa é de arrepiar), mas sem se empolgar em nenhum momento. (Ronaldo Victoria)