sexta-feira, 30 de abril de 2010

O Livro de Eli

Denzel Washington interpreta um viajante solitário
Foto: AllMovie Photo

Se quiser bancar o fino (ou pretensioso) em roda de amigos, pronuncie assim: I-lai, ao jeito inglês. Pouco importa, seja Eli ou Ilai, o fato é que se trata de um filme muito bom, e que tem tudo para conseguir elogios. O astro Denzel Washington também é o produtor e a gente sabe que o ator, já com dois Oscar no currículo e considerado referência na comunidade negra americana, gosta de roteiros com contéudo.
A direção tem os irmãos Albert e Allen Hughes, que estavam afastados há 10 anos, desde o mal-sucedido Do Inferno, com Johnny Depp, que falavra sobre Jack o Estripador. Aqui o tema é simplesmente o fim do mundo. Logo de cara vemos Eli (Washington) vagando por uma terra seca e sem lei, resultado de uma guerra que arrasou com quase tudo e deixou poucos sobreviventes.
Logo seu caminho cruza com o do bandidão Carneggie (Gary Oldman), interessado num certo livro que Eli carrega e que, segundo o malvadão, pode dominar o resto da humanidade. Será que você adivinha que livro é esse? A mensagem final é bacana. Além da história, dois destaques: a bela fotografia, quase em preto-e-branco, e a presença no elenco de Jennifer Beals, a mocinha de Flashdance, como a mulher cega de Carneggie. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Alice no País das Maravilhas

Johnny Depp, Mia Wasikova e Anne Hathaway: conto delirante
Foto: AllMovie Photo

Por que, terminada a projeção (principalmente se não for em 3D), Alice no País das Maravilhas deixa no espectador uma incômoda sensação de frustração, aquela conhecida frase "ah, eu esperava mais!" A explicavação mais óbvia viria justamente da expectativa criada por matérias cada vez mais entusiasmadas sobre a produção. A outra tem a ver com o fato de que o recriador desse conto imortal, o genial Tim Burton, fez dele um veículo para a confirmação de seu imenso talento. E se mostrou arrogante demais.
Resumindo, Alice é "muito" filme de Tim Burton, que nem se parece mais história de Lewis Carrol ou narrativa que virou desenho animado imortal de Walt Disney. Os críticos perguntaram porque Burton demorou tanto para fazer a adaptação, já que a história é tão sua cara. Afinal, o conto está refleto de referências e situações que chegou a ser considerada um delírio.
Estão lá personagens caros ao cineasta, como o Chapeleiro Maluco (seu ator-fetiche Johnny Depp); a Rainha de Copas, aqui chamada de Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter, mulher do diretor); e sua irmã boazinha, a Rainha Branca (Anne Hathaway). Mas a maior ousadia de Burton foi fazer de Alice não mais uma menina e sim uma garota de 20 anos, vivida por Mia Wasikova. Claro que é bom, mas não emociona. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Um Namorado para Minha Esposa

Valeria Bertuccelli e Adrian Suár: guerra conjugal
Foto: Google Image

Essa é uma comédia argentina diferente. Não apenas por que tem graça (olha a eterna rivalidade), mas pelo fato de que os personagens são pessoas nem um pouco bem-sucedidas, ao contrário, têm baixa auto-estima. Ou seja, argentino com complexo de inferioridade não pe lenda. Aqui o roteiro fala das pequenas desgraças de um casamento que ficou mais sem gosto e frio que café requentado.
O herói é Polski (Adrian Suár), chamado de El Tenso. A tensão eterna do cara acontece porque sua esposa Tana (Valeria Bertucelli) parece viver em eterna TPM. Ou seja, a tensão dela é pré, pós e durante a menstruação. Todo dia ela faz tudo sempre igual. Já acorda resmungando, fuma feito uma louca e reclama de todo mundo. Se não fala mal da casa, critica o governo. Nada parece estar bom para ela.
O marido, porém, tem medo de assumir a atitude de separar. Então, tem a infeliz idéia de chamar um galã quarentão, Corvo Flores (Gabriel Coity) para seduzi-la e fazer com que ele peça divórico. Claro que sai tudo errado. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 27 de abril de 2010

Reféns do Crime

Chris Hemsworth e Sean Bean: dinheiro na mão é vendaval
Foto: Google Image

Sabe aquela manjada história de encontrar uma mala cheia de dinheiro, resolver ficar com a grana, tentar mudar de vida e se dar mal? Nada de original, vem desde o tempo do taxista Carlão na novela Pecado Capital, lembra? Mas continua sendo usada em filmes de aventura de baixo orçamento como esse aqui. É a tal coisa: não acrescenta em nada para o espectador, mas ao menos garante uma horinha e meia divertid.
Quem encontra o dinheiro é Sam (Chris Hemsworth), garotão que tenta se dar bem na vida e acha que pode ficar com tudo. A situação piora por que ele e a mulher, Leslie (Victoria Profeta), andam cheios de dívida. A princípio a moça é contra, mas acaba gostando da história e embarca na furada.
O problema, caro, é que a grana é produto de crime, e com toda experiência, o bandidão Pyke Kubic (Sean Bean) exige que eles devolvam cada centavo. Até obriga o mauricinho e a patricinha a darem de assaltantes, o que eles até acabam curtindo. Sen Bean segura a ponta como malvadão, mas o casal central de atores é muito fraquinho em matéria de interpretação. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O Padrasto

Dylan Walsh interpreta o maluco solto na família
Foto: Google Image

Se o estigma contra as madrastas continua forte (começa com Cinderela e vai até a menina Isabela), para os padrastos a barra também não é boa. Por isso, um filme que conta a história de um cara que se casa com uma mulher mãe de adolescentes, e se mostra um psicopata, parece original. Nem um pouco. Aliás, parece ser um medo frequente hoje em dia.
Para complicar, essa produção meio modesta é uma refilmagem de uma realizada em 1987, portanto há mais de 20 anos, quando os meios de informação da polícia eram bem diferentes. Será que hoje um maluco como David (Dylan Walsh, um dos cirurgiões plásticos de Nip/Tuck), ficaria tanto tempo livre? O cara se casa com viúvas ou divorciadas carentes e passa a família a faca se o contrariarem.
Na história atual, ele leva Susan (Sela Ward) no bico facilmente. A mulher não parece apenas solitária e sim meio boba para não perceber nada. Quem tenta alertá-la é o filho mais velho, Michael (Penn Badgley), e Jay (Jon Tenney), o ex-marido, mas ela prefere acreditar que é ciúme. O final é intrigante de um lado, porém ao mesmo tempo inverossímel. (Ronaldo Victoria)

domingo, 25 de abril de 2010

Flordelis

Flordelis dos Santos conta sua história
Foto: Google Image
É mais uma prova que continua valendo o velho ditado que boas intenções não garantem um bom resultado artístico. A idéia de contar a história da professora e cantora gospel Flordelis dos Santos, que mora no Rio de Janeiro, é muito válida, mas a forma como foi feita, no estilo docudrama, ou seja, um documentário com dramatização, resultou forçada e por vezes amadora.
A trajetória de Flordelis é de bastante coragem. Moradora no morro Chapéu Mangueira, ela acabou adotando 48 crianças, contribuindo para que muitas delas tivessem uma chance na vida e fugissem das garras do tráfico de drogas. Por conta disso, chegou a comprar briga com os chefões do morro.
A questão é que em algumas cenas a própria Flordelis revive sua vida, e ela não é atriz. Só que o problema maior é ver um desfile de atores bonitos da Globo recitando as falas das pessoas reais envolvidas. É estranho pensar em Reynaldo Giannechini como um bandidão, Marcello Anthony como o marido da parofessora ou Alinne Moraes como a menina que morreu na adolescência. Algumas cenas soam até constrangedoras. (Ronaldo Victoria)

sábado, 24 de abril de 2010

Sobrevivendo com Lobos

Mathilde Goffart e seus amigos na floresta
Foto: Google Image
A história é emocionante e tem tudo para provocar lágrimas, por isso merece ser descoberta nas locadoras. Afinal, quando se une o sofrimento de uma criança e seu contato com animais, a receita dificilmente dá errado. A produção belga mostra mais uma vez que os horrores da Segunda Guerra Mundial, apesar de tantos outros filmes, ainda pode criar enredos marcantes.
Tudo começa em 1942, em Bruxelas. A menina Misha (Mathilde Goffart), de sete anos de idade, começa uma viagem desesperada, para escapar dos nazistas e encontrar seus pais, judeus levados para um campo de concentração, o que ela ignora.
Sozinha e traumatizada, só encontra companhia na forma de uma família de lobos, que a adota. A ligação entre eles fica tão forte que a gente até entende quando a menina, a essa altura quase selvagem, ataca o caçador que fere a mãe da família lupina. Notável também a disposição da jovem atriz em encarar papel tão difícil. O resultado é ótimo. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Caçador de Recompensas

Jennifer Aniston e Gerard Butler: romance ou comédia?
Foto: AllMovie Photo

Sabe aqueles filmes que prometem bastante diversão para o espectador e não cumprem nem a metade? É bem o caso dessa comédia que estreou na semana passada na sala dos cinemas, onde vem tendo passagem discreta. Apesar de ser estrelada por dois belos atores (mais na questão física), Jennifer Aniston e Gerard Butler, prova que charme de astros não resolve sozinho a parada.
O problema, aliás, parece estar mais no roteiro, confuso, e na direção de Andy Tennant, que não se resolve entre ser romântica ou fazer gracinha. As primeiras cenas mostram Milo (Gerard), levando Nicole (Jennifer), sua ex-mulher, no porta-malas do carro para receber a tal recompensa.
Ele é policial expulso da corporação, por motivos estranhos, e agora sobrevive pegando fugitivos. Ela é uma repórter que investiga uma história estranha que a faz desrespeitar a lei. A gente acompanha, mas não consegue em momento algum se divertir. Dizem que os dois astros namoraram durante as filmagens. Pelo menos do outro lado da tela alguém se divertiu. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Uma Noite Fora de Série

Tina Fey e Steve Carell interpretam um casal sem noção
Foto: AllMovie Photo

Você se entusiasma para assistir uma comédia com esse título? Bem provável que não. E se souber que o filme é estrelado por Steve Carell e Tina Fey? Menos ainda? Não sabe o que está perdendo. O roteiro mostra um casal, Phil (Carell) e Claire (Tina), ele contador e ela corretora de imóveis, cuja vida é um tédio. Eles mesmos se definem como "apenas um casal insosso de Nova Jersey."
Um dia, Phil resolve fazer uma surpresa para a esposa. Vão a um restaurante badalado de Nova York. Ele nem pensa em fazer reserva e, por isso, os dois são tratados com desprezo. Aí ele decide dar uma de esperto. Identifica-se como o casal que está sendo chamado e que não apareceu. Começam aí todos os problemas, pois esse casal é procurado por bandidos que passam a fazer da vida de Phil e Claire um inferno.
A história até seria apelativa não fosse o charme dos atores. Carrel, que estrelou O Virgem de 40 Anos e O Agente 86, é o que se pode chamar de anti-Jim Carrey, já que evita caretas e faz rir com sua "cara de paisagem". Tina, atriz e criadora da sitcom 30 Rock, é uma companheira à altura. Os dois estão ótimos tanto nas cenas da mesmice inicial quanto no delírio em que se transforma a vida do casal. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Como Treinar seu Dragão

Desenho animado descontrói alguns clichês do cinema
Foto: Google Image

Depois de Shrek, o estúdio de animação DreamWorks prossegue, com esse desenho animado, a demolir clichês cinematográficos. Afinal, vikings, aqueles europeus do norte, loiros e com chapéus de chifre, sempre foram retratados como bárbaros e sanguinários. E o que dizer dos dragões cuspindo fogo?
Pois o roteiro não traz nada disso. Vikings são também caras bacanas, pais amorosos, amigos fiéis. E dragões, por que não?, têm tudo para ser excelentes bichos de estimação. A história começa com Soluço se lamentando de morar numa aldeia escura e violenta, onde só se pensa em caçar dragões e se proteger de seus ataques. Os homens são montanhas de músculos e só ganham sentido na comunidade se colecionam dragões abatidos em seu currículo. É tudo que o franzino garoto não deseja ser.
Porém, para satisfazer seu pai, ele acaba entrando num curso de captura de dragão. A turma também não engole Soluço, visto com o rótulo de "perdedor" que atormenta muitos garotos de hoje. Tudo muda quando ele encontra um dragão ferido, sem uma parte do rabo, e consegue ver que eles não são apenas as criaturas tão temidas pela aldeia. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 20 de abril de 2010

Dupla Implacável

John Travolta: esquisitão e bom de briga
Foto: Google Image

O título original, From Paris With Love, se traduzido ao pé da letra (De Paris com Amor), daria pinta de ser comédia romântica. O nacional, se não acrescenta muita coisa, é mais fiel ao clima de aventura. A história saiu da cabeça de Luc Besson, cineasta tido como o mais americano dos franceses.
Aqui Besson deixou a direção a cargo de Pierre Morel. O roteiro fala sobre um assessor da embaixada americana em Paris, James (Jonathan Rhys Meyers), encarregado de vários serviços, nem todos honestos. Um dia ele recebe a notícia de que terá como parceiro outro americano, Charlie Wax (John Travolta).
Gordo e com a cabeça raspada, o cara já chega detonando uma gangue chinesa. Seu alvo principal, porém, é uma conspiração terrorista que tem como autores os suspeitos de sempre: os islâmicos, e quem mais? Na pele do esquisitão, Travolta adota um tom cômico que tem efeito em cenas de pancadaria que só fariam sentido assim: afinal, de que outro forma aceitar que ele sozinho acabe com vários orientais jovens, e apenas na mão? No elenco também tem destaque a polonesa Kasia Smutniak na pele de Caroline, a namorada misteriosa de James. Pena que seu destino soe um tanto forçado. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Chico Xavier

Nelson Xavier interpreta o médium na maturidade
Foto: Google Image

As salas que exibem Chico Xavier continuaram lotadas após três semanas de exibição. Sinal que algumas críticas dirigidas ao filme não "pegaram". Alguns disseram que era uma biografia "chapa-branca", rótulo para histórias que apenas destacam o lado positivo do personagem, sem os seus defeitos.
Acontece que Chico, desde que começou a atender, ainda em Pedro Leopoldo, interior de Minas Gerais, sempre provocou desconfiança. E nunca algum desconfiado conseguiu provocar, em vida, que ele era uma fraude. Até mesmo sua participação no programa de debates Pinga-Fogo, na extinta TV Tupi, ponto de destaque na narrativa, que poderia ser um massacre, terminou como consagração.
Afinal, queriam o que do diretor? Que demolisse Chico, que desse um tiro no pé? Daniel escolhe o caminho mais indicado: o investimento na emoção. Seu filme corre tranqüilo na tela, muito por conta dos belos atores. Os três que vivem Chico em diferentes fases brilham em cena. O menino Mateus Costa tem uma sinceridade comovente e Ângelo Antônio já mostra um Chico mais sofrido, descobrindo as intrigas da oposição. Nelson Xavier, o Chico maduro, dá até um toque cômigo em sua atuação, principalmente na cena da turbulência no avião. (Ronaldo Victoria)

domingo, 18 de abril de 2010

Sempre ao Seu Lado

Richard Gere ao lado de seu melhor amigo
Foto: Google Image
Há duas formas de se apreciar um filme. Com a razão, preservando os olhos críticos, ou então se deixando levar pela emoção. Dependendo de qual delas você escolher, seu veredicto sobre esse drama poderá ser diferente. A história, se é que ainda não sabe, tem um cachorro e seu obstinado amor pelo dono como traço principal.
A primeira cena acontece no Japão, de onde é despachado, para os Estados Unidos, um fofo filhotinho. Acontece que ele sai da caixa onde estava e é achado na estação ferroviária de uma pequena cidade por Parker (Richard Gere), professor de música que o leva para casa. Sua esposa, Cate (Joan Allen), rejeita o bichinho, pois a família acabou de perder um cãozinho.
Aos poucos, porém, a doce e peluda criatura conquista todo mundo. Ele fica esperando o dono voltar do trabalho todo dia. Até que uma tragédia acontece: Parker tem um infarto fulminante. Mas o cachorro o espera no mesmo lugar por mais de 10 anos. Aí que está: a história original aconteceu numa pequena aldeia japonesa nos anos 20. Seria possível nos dias de hoje? Esta é a pergunta racional. Só que o lado emocional dificilmente resistirá às lágrimas. (Ronaldo Victoria)

sábado, 17 de abril de 2010

Abraços Partidos

Penélope Cruz é a estrela do melodrama
Foto: Google Image
Quando foi lançado nos cinemas no final do ano passado, a crítica especializada decretou: é uma obra menor de Pedro Almodóvar. Pode até ser, mas também significa o seguinte: é bem melhor do que a maioria dos produtos que circulam por aí. Almodóvar pode até não atingir seu auge a cada filme (e por que cobrar isso dele?), mas jamais será medíocre. E esse roteiro, além de tudo, é uma bela homenagem ao cinema.
A história começa mostrando os caminhos de dois personagens. Matteo (Luis Llomar) é um cineasta que ficou cego e adotou o codinome de Harry. Atormentado, ele sabe casualmente da morte de um milionário, Ernesto (José Luis Goméz). Enquanto isso, conta-se a trajetória desse homem, que ajuda a bela secretária, Lena (Penélope Cruz), e ela se torna sua amante.
Então, as vidas dos dois se cruzam. Lena deseja ser atriz e vai trabalhar no filme de Matteo, que se apaixona por ela. O amante é o produtor e, corroído de ciúme, pede para ver as cópias e que uma leitora de lábios identifique o que Lena e Matteo falam. Vem aí uma cruel vingança. Um belo filme, digno da legítima tradição do melodrama. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Adoração

Rachel Blanchar e Noam Jenkins: mundos diferentes
Foto: AllMovie Photo

É bom avisar que se trata de um filme dirigido por Atom Egoyan. O que significa um ritmo lento, reflexivo, às vezes sonolento, e que pode afastar boa parte do público. Mas esse é o estilo adotado pelo cineasta egípcio radicado no Canadá. Seus filmes são quase todos melancólicos, quando não mergulhados na tristeza. Esse aqui não é diferente.
O tema outra vez é o choque de culturas diferentes. É o que começa a acontecer com um adolescente complicado, Simon (Devon Bostick), quando descobre, durante uma aula de francês, que um terrorista plantou uma bomba na bagagem da namorada grávida para realizar um atentado. A partir daí ele começa a questionar sua própria história, já que é filho de uma canadense, Rachel (Rachel Blanchard), e de um libanês, Sami (Noam Jenkins). E existe a suspeita de que o pai provocou o acidente que os matou.
Ele se enfronha na história com a ajuda do Tio Tom (Scott Speedman) e da professora Sabine (Arsinée Khanjian), mais ligada a sua trajetória do que imaginava. É difícil, mas compensa quem tiver paciência. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

À Procura de Eric

Steve Evets com Eric Cantona: lições de vida
Foto: Google Image

Ótima alternativa para ser descoberta nas locadoras, essa comédia inglesa é bem mais profunda do que aparenta. O título e o fato de um dos atores principais ser o jogador de futebol francês Eric Cantona, pode dar a sensação de estranheza. Nada disso. O roteiro tem boas doses de humor, mas mistura a graça com um lado humano que nunca cai na pieguice.
O tema principal é a necessidade de "virar o jogo da vida". É o que sente o carteiro quarentão Eric Bishop (Steve Evets). Ele tem a sensação de levou uma goleada. Teve medo da mulher que ama, Lily (Elizabeth Bishop), e se casou com outra que sumiu e lhe deixou dois enteados problemáticos para criar.
Seu único consolo são os jogos do Manchester United, de quem é fã extremado. Até que um dia aparece para ele Eric Cantona, lenda do time. O jogador passa a ser seu conselheiro, mostrando que na vida e no esporte quem tem medo de se arriscar nunca ganha. É como diz o velho ditado: "Quem tem medo de jogar o dado, nunca vai tirar um seis." Divertido e emocionante. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Condessa de Sangue

Anna Friel vive a nobre vampiresca
Foto: Google Image

Conta a história (ou a lenda?) de que a condessa húngara Erzsebeth Bathory matava virgens para se banhar no sangue delas e conseguir a eterna juventude. Arriscaram a dizer que ela degolou mais de 1.500 moças ao longo de 10 anos o que garantiu a sua inscrição no Guiness Book como a maior assassina de toda a história.
Por isso, seu nome até hoje é um ícone e sempre lembrada como sinônimo de maldade, mais até que Drácula, que é um personagem porém provavelmente inspirado num conde romeno, Vlad. O que essa produção, realizada em quatro países (a Hungria natal da condessa, a República Tcheca, a Eslováquia e a Inglaterra), se propõe é discutir se a nobre era realmente culpada.
Vivida pela inglesa Anna Friel, ela começa como uma jovem dependente do marido, Ferenc (Vicent Regan) e tem um estranho relacionamento com o pintor Caravaggio (Hans Matheson). Ao se sentir sozinha após a perda do companheiro, teria cedido aos conselhos de uma curandeira. Mas a lenda seria exagero, garante o filme, levada a frente por seu inimigo, Juraj Thurzo (Karel Roden). O resultado é original mas um pouco confuso. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 13 de abril de 2010

Camille - Um Amor do Outro Mundo

Sienna Miller em cena: peruca vermelha, cavalo azul
Foto: Google Image

Não se pode negar que esta seja uma comédia romântica diferente. Começa que a heroína, cujo nome está no título, vivida por Sienna Miller, perdeu o cabelo e usa uma escandalosa peruca vermelho-sangue. Ela faz amizade com um criador de cavalos que tem animais pintados de toda cor. Está bom assim? Pois pode ser que ela esteja... morta.
Camille, na verdade, é aquele tipo de mulher que só vê o lado bom das coisas, cujo bom humor chega a ser irritante. Ela se apaixona por Silas (James Franco), um bad boy com passado sujo, mas não se importa em nada com isso, só com seu amor. Os dois se casam e seguem em lua-de-mel numa moto, ela na garupa e com vestido de noiva. Seguem em destino às cataratas do Niágara, lugar que é o sonho da moça.
Numa lanchonete de beira de estrada, Silas se estressa e revela não suportar o jeito alto-astral da esposa. Até que acontece um acidente que pode ter sérias conseqüências. No elenco, destaque para David Carradine, num de seus últimos papéis como Cowboy Bob, dos cavalos coloridos. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

O Desinformante

Matt Damon mergulha na paranóia empresarial
Foto: AllMovie Photo

O título original tem um ponto de exclamação, mas a tradução optou por ser ainda mais explícita com o contrário de informante. Mas a direção acelerada de Steven Soderberg e a interpretação elétrica de Matt Damon deixam claro que se trata de uma farsa. A base do roteiro é um livro de Kurt Eichenwald, um calhamaço com mais de 700 páginas.
O personagem principal é Mark Whitacre (Damon), executivo que tem rápida ascensão numa empresa de produtos químicos. Apesar disso, vira informante do governo e denuncia uma conspiração para a formação de cartel no ramo. Ou seja, as empresas combinam entre elas de monitoras os preços para nenhuma ter desvantagem e evitarem entrada de outras no mercado.
Assim ele acredita que se tornará um herói nacional. Só que o FBI exige provas, o que faz com que aceite usar um microfone escondido e um gravador em sua pasta. A partir daí, o roteiro fica complicado como o mente de Whitacre e os agentes começam a desconfiar que o cara tem uma mente delirante. A história tem uma visão interessante de uma doença séria, o transtorno bipolar, e traz um final surpreendente. (Ronaldo Victoria)

domingo, 11 de abril de 2010

Percy Jackson e o Ladrão de Raios

Logan Lerman encara problemas mitológicos
Foto: AllMovie Photo
O objetivo, se não declarado pelo menos insinuado, dessa aventura juvenil é se tornar um novo sucesso como Harry Potter. Se dará dar certo, ainda é cedo para dizer. Mas se virar série dificilmente conseguirá a aura de fenômeno como o bruxinho inglês. É baseado em uma série de livros criada pelo escritor Rick Riordan, que elegeu como tema a atualidade da mitologia grega.
O herói, Percy Jackson, interpretado por Logan Lorman, é filho de uma mortal com um deus grego, no caso Poseidon, que adquiriu forma humana. Por isso ele passa boa parte da infância e do começo da adolescência se achando totalmente inadequado ao ambiente em que vive.
Um dia, Zeus, o poderoso, descobre que foi roubado o tal raio que comanda o tempo, e ameaça a todos. Percy e seus amigos precisam descobrir quem é o ladrão. O roteiro é engraçadinho e segura as pontas, mas sem brilhantismo. Mais engraçado é ver astros em participações especiais, como Pierce Brosnan (ex James Bond) encarnando um centauro, metade homem metade cavalo, e Uma Thurman na pele da cruel Medusa. (Ronaldo Victoria)

sábado, 10 de abril de 2010

Um Sonho Possível

Sandra Bullock interpreta uma perua do bem
Foto: AllMovie Photo
A primeira pergunta que se faz a respeito desse filme é se sua estrela, Sandra Bullock, realmente mereceu o Oscar de melhor atriz que recebeu há pouco, após mais de uma década vivendo mocinhas engraçadas em comédias românticas. Sim, ela fez jus à estatueta porque se reinventou como atriz, embora não seja ainda um ícone na arte de representar (talvez nem queira isso) e dá escorregões na carreira.
O melhor é que Sandra fez uma personagem que resultou humana, e em que se pode acreditar. É uma socialite real, Leigh Anne, que um dia resolve ter atitude das mais improváveis: receber em sua família, como filho adotivo, Michael (Quinton Aaron), adolescente negro e enorme, abandonado pela mãe e sem futuro pela frente.
A reação a sua decisão fica entre a incredulidade e o veneno, como o comentário de uma amiga perua num restaurante: “vocês parecem Jessica Lange e King Kong em cena.” O roteiro mostra que uma pessoa como Leigh Anne (republicana, moralista, defensora do porte de armas) não precisa ser apenas uma Sarah Palin a mais. É um filme que se assiste com prazer, apesar de uma certa pieguice (tão tipicamente americana) que o texto não consegue evitar. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Por Uma Vida Melhor

John Krasinski e Maya Rudolph: road movie sentimental
Foto: AllMovie Photo

É bom não confundir com um dramalhão de mesmo nome, a respeito de um viúvo pobre que não consegue sustentar as duas filhas, e que até já passou na Sessão da Tarde. Aqui o clima é totalmente diferente, tem aquele estilo cool e descolado que provoca entusiasmo em alguns e arrepio em outros. Ou seja, é difícil que o espectador fique no meio-termo.
O texto é de um escritor famoso, Dave Eggers, que escreveu junto com a mulher, Vendella Vida, não se sabe se baseados nas próprias vidas. O fato é que se trata de uma história original, dentro de um estilo cinematográfico marcante: o road movie, ou filme de viagem. Tudo começa quando Burt (John Krasinski) e Verona (Maya Rudolph), ele tipicamente americano e ela latina, descobrem que terão o primeiro filho.
Em crise na vida pessoal e sem nada mais que os liguem à cidade em que moram, decidem viajar pelos Estados Unidos, em cidades onde têm amigos, para descobrir o melhor lugar para viver com a criança. Enfrentam obstáculos e surpresas, quase todas desagradáveis. O diretor é Sam Mendes, de Beleza Americana, que se separou há pouco de Kate Winslet. É fácil de acompanhar, mas o final deixa uma sensação de "e daí?" (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Aconteceu em Woodstock

Demetri Martin (ao centro) "viaja" na Kombi psicodélica
Foto: AllMovie Photo

Engraçado como o tempo passa e hoje o nome Woodstock não parece significar muita coisa para a geração tecnológica e virtual. Pois aqueles três dias do festival realizado no longínquo mês de agosto de 1969 mudaram a vida e os costumes da juventude. Não foi apenas por conta da música de Janis Joplin e Jimmi Hendriz, além de outros heróis antigos que morreram de overdose, mas pela postura libertária.
Inusitado também é ver que essa história chega às telas pelas mãos de um chinês nascido em Taiwan, Ang Lee, o mesmo que desafiou o machismo dos caubóis em Brokeback Mountain. No roteiro pouco se mostra os shows e os artistas que participaram, mas sim a maneira como o evento mudou totalmente a vida das pessoas.
O personagem principal é Elliot (Demetri Martin), adolescente que fica estressado ao ver que o pequeno hotel dos pais corre o risco de fechar por má administração. Então tem a idéia de promover o festival na fazenda de um vizinho. Logo a cidade fica contra, pela invasão de cabeludos e maconheiros. Há participações engraçadas de Liev Schrebeir como um transexual másculo, Imelda Stauton na pele da mãe rabugenta de Elliot que se solta ao descobrir maconha e Eugene Levy (o pai de American Pie) vivendo o vizinho trambiqueiro. Divertido para os jovens e nostálgico para os quarentões. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Impacto

Natasha Henstridge e David James Eliott: cientistas unidos
Foto: Google Image

É uma minisssérie feita para a TV americana que teve seus três episódios resumidos em um DVD. O resultado, mesmo assim, é um pouco longo para nossos padrões habituais: três horas inteiras de duração. Isso pode afugentar, assim como o fato de que a trama não é lá muito inédita e que os efeitos especiais, fundamentais para esse tipo de produção, não são lá de primeira linha.
Acontece que o roteiro é bem parecido com um disaster movie, esse sim em clima de superprodução, e com título quase igual: Impacto Profundo. A história fala sobre o chuva de meteoros que pode provocar, adivinhem?, o fim do mundo. Ô originalidade! É que a Lua foi atingida e teve sua órbita mudada.
A possibilidade de colisão do satélite com a Terra provoca várias catástrofes. O desafio dos cientistas é reverter o processo. A dupla que comanda a equipe é formada por Madie (Natasha Henstridge) e Alex (David James Elliott), que já tiveram um envolvimento sentimental no passado. Enquanto eles tentam salvar o mundo, a família do cientista, com dois filhos espertos, luta pela sobrevivência. James Crowmell, ator talentoso, vive o sogro de Alex que toma conta das crianças. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 6 de abril de 2010

Bons Costumes

Jessica Biel interpreta americana liberada
Foto: AllMovie Photo

Acha os ingleses uns esnobes, com o nariz em pé e aquele sotaque meio irritante? Vai achar mais ainda depois de assistir a essa comédia. A gente até poderia dizer que o roteiro mostra um estereótipo, se não fosse baseado na peça de um inglês. Noel Coward, o autor, é considerado um dos grandes dramaturgos do início do século passado, dono de um humor ferino e cortante.
A adaptação também é do diretor Stephan Elliott, responsável há 15 anos pelo estouro de Priscilla, a Rainha do Deserto. Em suas mãos, o texto ganha um enfoque ainda mais gay, com acento forte na crueldade e nas tiradas sarcásticas, o que dá bom resultado. A história, ambientada nos anos 30, fala sobre a eterna rivalidade entre Inglaterra e Estados Unidos.
A heroína é Larita (Jessica Biel), moça liberada e que até pilota carros de corrida. Depois de se casar com John (Ben Barnes, o Príncipe Caspian), vai conhecer a família dele e o choque é inevitável. Kristin Scott Thomas e Colin Firth, na pele dos sogros, dão um banho de talento em cena. De quebra, há duas irmãs inúteis, controladas pela mãe megera, e não há como não torcer pela americana. O resultado é diversão com classe, raridade hoje em dia. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Os Fantasmas de Scrooge

Jim Carrey atuou na pele do velho avarento
Foto: AllMovie Photo

Quando entrou em cartaz nos cinemas, no início de dezembro passado, não foi o sucesso que os produtores esperavam. Resta saber como vai se sair essa fantasia nas locadoras de DVD. O problema é que sua temática é bastante natalina e para alguns pode ficar estranho assistir no meio do ano. Mas isso é o de menos. A técnica é deslumbrante. Atores viveram a história, que depois foi adaptada como se fosse animação.
O diretor Robert Zemeckis, que já ganhou o Oscar por Forrest Gump, já utilizou a técnica em Expresso Polar (também com ambientação no Natal) e Beowulf, este sobre um herói. Aqui a matriz é um conto imortal de Charles Dickens, que já serviu de inspiração para Walt Disney criar o Tio Patinhas e para várias produções.
O personagem principal é Ebenezer Scrooge (Jim Carrey), velho milionário e avarento que odeia o Natal. Até que aparecem fantasmas que o convencem da importância de ser solidário. Algumas cenas comovem, mas as crianças menores não devem curtir. É que o diretor optou por um clima sombrio, em que a tristeza impera, e pode até assustar. Talvez isso explique por que não alcançou tanto êxito. (Ronaldo Victoria)

domingo, 4 de abril de 2010

O Grande Desafio

Denzel Washington vive o professor que treina a equipe
Foto: AllMovie Photo
Dirigido por Denzel Washington e produzido por Oprah Winfrey, é um produto típico do poder dos astros negros no cinema americano. Neste ano, Preciosa (também produzido por Oprah) foi mais longe, ganhando dois Oscar da Academia. Este, apesar de tantos nomes de peso envolvidos (Forest Whitaker, outro premiado, faz papel importante), ficou pelo meio do caminho, pelo menos aqui, onde nem foi para as salas de cinema.
O problema talvez seja o lado politicamente correto demais, que se em alguns momentos comove em outros soa chato. O roteiro é uma louvação, uma biografia autorizada de pessoas retratadas como exemplos. O tema também não ajuda para os brasileiros: fala de uma equipe de universidade negra especializada em debates.
Isso mesmo, alunos treinados para discutir assuntos relevantes. E isso não empolga muito. O resultado só não soa chato demais porque os atores são bons (Nate Parker é uma descoberta e o garoto chamado Denzel Whitaker) e por vezes conseguem transmitir as emoções. (Ronaldo Victoria)

sábado, 3 de abril de 2010

Te Amarei para Sempre

Rachel McAdams e Eric Bana: paixão a prova de tempo
Foto: AllMoviePhoto

Existem filmes românticos que não têm medo do exagero. Esses são os melhores. Olha só a sinopse: fala sobre Henry (o bonitão Eric Bana), um cara que tem a capacidade de viajar no tempo, a hora que for. Ele volta ao passado para tentar recuperar alguma coisa (o que quase nunca dá certo, principalmente a truamática morte da mãe) ou vai ao futuro para conhecer como será. E o roteiro não dá muita explicação sobre esse fenômeno.
Absurdos de romances água-com-açúcar, diriam os mais racionais. Até pode ser, mas aquelas aventuras em que o mocinho mata 100 bandidos sozinho por acaso são reais? O fato é que o filme comove. Logo no início mostra o reencontro de Henry com Clare (Rachel Mc Adams, que lembra muito Paola Oliveira).
Os dois estão ligados desde que ela era uma menina e Henry voltou ao passado. Em alguns momentos fica difícil de acompanhar a lógica por trás das viagens. O fato é que os dois se casam, demoram muito tempo até conseguir ter uma filha, que herda as características do pai. O final garante lágrimas. Os românticos vão se lambuzar no mel e para os durões não custa amolecer o coraçãozinho. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Coco Antes de Chanel

Audrey Tautou interpreta o ícone da moda mundial
Foto: AllMovie Photo

O título deixa claro que o drama não conta a vida de Coco Chanel no auge da fama e sua contribuição eterna na mudança dos padrões femininos. Não aborda a velhice, como a minissérie americana protagonizada por Shirley MacLaine, nem tanto o lado profissional, tal qual fez a peça brasileira estrelada por Marília Pêra. São os anos verdes da estrela da moda, brilhantemente encarnada por Audrey Tautou.
A primeira cena mostra a menina Gabrielle sendo levada para um orfanato. Logo ela está num cabaré, onde ganha o apelido (passarinho) com que ficou conhecida a vida toda. Logo de cara se mostra independente, mas nunca teve vocação para a prostituição. O que a encanta é fazer roupas e chapéus para as bailarinas e atrizes.
Coco despreza as roupas de então, principalmente os espartilhos, vistos como escravidão, e adora se vestir de homem. Gosta do gênero masculino, mas até certo ponto. "O melhor do amor é fazer amor. Pena que para isso a gente precise de um homem", é uma de suas frases mais marcantes. A história também mostra os dois rapazes de sua vida, o paternal Balsan (Benoît Poelvoorde), e Boy Capel (Alessandro Nivola), seu grande amor. Elegante e clássico, também comove na medida certa. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Julie e Julia

Meryl Streep: grandona de voz esganiçada
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Já que a arte culinária é o assunto principal do filme, é justo dizer que o resultado dessa comédia romântica é "uma delícia". Nada mais apropriado, apesar de não ser uma obra-prima do cinema (e ninguém esperava isso). É uma produção que tem um inconfundível toque feminino, não só pelo assunto e por ser escrita e dirigida por uma mulher, Nora Ephron.
Mas também porque fala de sentimentos como determinação, amor, amizade, sonho. Coisas em falta no cardápio do cinema e da vida atuais. As duas personagens centrais são Julie Powell, escritora que em 2002 desperdiça o talento trabalhando num serviço de atendente a parentes de vítimas de 11 de setembro de 2001.
Tudo munda quando elege como inspiração Julia Child, que escreveu um livro sobre culinária francesa nos anos 60 e foi apresentadora de TV. Meryl Streep e Amy Adams, que trabalharam juntas em Dúvida, estrelam mas não contracenam. Meryl colocou palmilhas especiais no sapato para aparentar o 1m90 real de Julia e reproduz sua voz esganiçada. Dá um banho e foi candidata ao Oscar. E isso é novidade? (Ronaldo Victoria)