segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Resident Evil 4: Recomeço

Milla Jovovich volta a bancar a durona
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Apesar da dificuldade de conseguir o "casamento" entre duas linguagem diferentes - o cinema o e o videogame, que até agora teve poucos bons resultados -, a série chega ao quarto capítulo e pelo visto não dá pinta de que irá parar por aí. É claro que se trata de típico cinema pipoca, para quem curte adrenalina sem muita encucação, mas as plateias que curtem não têm do que reclamar.
O episódio mais é uma vez dirigido por Paul W.S. Anderson, que é sempre criticado por fazer filmes rasteiros e sem muita noção. Ele também é marido de Milla Jovovich, a atriz que vem sendo cada vez mais identificada como heroína de filmes de ação.
Dessa vez, sua personagem, Alice, encara uma Terra em que boa parte da população virou zumbi e tenta salvar os poucos sobreviventes. Conta com a ajuda de uma nova amiga, Claire (Ali Larter, uma das estrelas de Heroes). E de quebra continua com a luta contra a gananciosa corporação Umbrella. Para ver e esquecer. (Ronaldo Victoria)

domingo, 30 de janeiro de 2011

Pistol

Adam Guier e Nick Benedict: superação em família
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O subtítulo deste drama americano um pouco antigo (foi produzido há 20 anos, mas só agora chega ao mercado brasileiro) é Nasce uma Lenda. E o título não tem nada a ver com arma, mas sim com o apelido que um jovem jogador de basquete ganhou pelos seus "tiros" rumo à cesta, o que o tornou famoso em todo o país.
Pete Maravich (Adam Guier) tem duas dificuldades para conseguir realizar seu sonho. A primeira é o fato de ser pequeno e franzino em comparação com os grandalhões bombados do time. A segunda é ser filho do técnico, Press (Nick Benedict), que usa todo o seu conhecimento em favor do filho.
Logo o rapaz está dando um show nas quadras, superando todos os desafios. O filme foi recuperado, apesar de ter sido feito há duas décadas, por se enquadrar no padrão cinema cristão, aquele que transmite mensagens de que vale a pena acreditar nos seus sonhos. Mas a vida de Pistol guarda também um drama, que é melhor não contar. (Ronaldo Victoria)

sábado, 29 de janeiro de 2011

Arsène Lupin

Romain Duris e Kristin Scott Thomas em cena
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O subtítulo desta aventura francesa, já rodada há alguns anos e agora relançada, é O Ladrão Mais Charmoso do Mundo. O que não é exagero, já que se trata de um personagem que nunca usa da violência, a não ser para se defender. O tipo é bastante conhecido, graças ao livro escrito por Maurice Leblanc, com o nome de Ladrão de Casaca.
Ajuda também o fato de o ator principal ser o charmoso e talentoso Romain Duris, que entra bem no clima. Porém, há algo que tem afetado o cinema de várias localidades: quem espera algo como se convencionou ligar ao século passado, vai ficar na saudade. A trama é agil, o ritmo é bem movimentado, como pedem as platéias atuais.
O roteiro mistura Ladrão de Casaca com A Condessa Cagliostro, outra personagem de Leblanc, aqui interpretada pela talentosa inglesa Kristin Scott Thomas. O objeto de desejo da dupla são crucifixos que levam às jóias da rainha. A bela Eva Green também dá o ar da graça. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Os Outros Caras

Mark Wahlberg e Will Ferrell: perdedores da delegacia
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A interação entre policiais parceiros é tema recorrente, no cinema americano, tanto em dramas quanto em comédias. Há exemplos aos montes, de Máquina Mortífera a Um Tira da Pesada. Esta aqui investe mais no lado humorístico, mostrando dois desajustados no ambiente da delegacia. O primeiro é Allen (Will Ferrell), sempre retratado como um mané a quem ninguém dá crédito. Terry (Mark Wahlberg) é forçado a ser seu parceiro.
Enquanto isso, há dois tiras que ganham todas as manchetes, graças ao jeito espalhafatoso de agir, vividos por Samuel L. Jackson e Dwayne Johnson. A forma como eles morrem, logo no começo, é totalmente sem noção.
A partir daí, "os outros caras" vão tentar mostrar serviço, apesar do descrédito. Michael Keaton, que estava em baixa, tem bom momento na pele do chefe. Mas a surpresa maior é ver que Mark Wahlberg não é sempre canastrão, e funciona bem na comédia. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Amor à Distância

Drew Barrymore e Justin Long nos aeroportos da vida
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Algumas comédias românticas são criticadas (e com razão) pelo enredo fantasioso, sem um pé no real, e em que tudo é forçado para que o casal central fique junto no final. Ou seja, romantismo 10 e criatividade zero. Não é o que acontece com essa, que é bem legal e tem um enredo com que muita gente vai se identificar: as dificuldades de manter uma relação em cidades diferentes. Afinal, num tempo em que as pessoas se conhecem pela internet, isso é mais que real.
Os personagens principais são Erin (Drew Barrymore), uma jornalista que está sentindo sem tempo passar, e Garrett (Justin Long), executivo que detesta seu emprego numa gravadora onde tem de promover artistas de quinta. Eles se conhecem em Nova York, mas Erin avisa que em breve vai se mudar para San Francisco.
O romance continua, mesmo com a distância, mas chega uma hora em que surge a pergunta inevitável: qual dos dois vai fazer a concessão de abandonar a vida estabelecida e ir para a cidade da cara-metade. E tudo é abordado com humor. O clima nos bastidores também rolou legal, pois Drew e Long engataram um romance. Os dois já se definem como casados, mas cada um morando em sua casa. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Baaria - As Portas do Vento

Família Torrenuova é retratada em três gerações
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O nome do italiano Giuseppe Tornatore estará para sempre ligado a Cinema Paradiso, drama que ganhou há 20 anos o Oscar de filme estrangeiro e comoveu plateias do mundo todo com sua declaração de amor ao cinema. Depois disso, a crítica toda insiste em dizer que ele abusa do melodrama e que está decadente. Parece que não gostam de quem faz sucesso cedo, algo que vitimou também M. Night Shyamalan (O Sexto Sentido).
Com essa nova tentativa, Tornatore fala de si mesmo, ou de sua família. Baaria, ou como os moradores chamam Bagheria, é o local onde nasceram seus ancestrais. O personagem principal é Peppino Torrenouva (vivido por Francisco Scianna na maturidade), um militante comunista que não gosta muito de trabalho.
Há bons momentos, quase sempre com tons cômicos e mostrando aquele jeito exagerado dos italianos. Tudo bem, pode não ser uma obra-prima, mas quem também nasceus nos interiores consegue sim se emocionar. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Enrolados

Rapunzel ao lado de seu príncipe medroso
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Poucos estilos de filme adaptaram-se tanto ao novo gosto atual quanto os desenhos animados. a ponto de a garotada de agora assistir aos clássicos e achar que são chatos e parados. Perda da inocência, diriam os saudosistas chatos. Mudança necessária, é o que acham os menos ranzinzas. Se não tem mais sentido querer que a molecada rode pião na rua...
Prova disso é o que a Disney fez nessa aventura em que reconta para as novas gerações o clássico tema da Rapunzel, a princesa que vivia isolada numa torre e jogava as tranças para quem fosse visitá-la. Agora, o que era o que era triste, meio chorumela, vira uma comédia bastante divertida.
Rapunzel é a princesa que foi roubada dos reis por uma bruxa má, por causa de seus cabelos mágicos, que provocam a juventude eterna. Até os 18 anos, ela se acostumou a não sair nunca da torre, até que chega um certo Flynn Rider. Uma delícia. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Todo Poderoso Timão

Wladimir é um dos símbolos do Corinthians
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O cruzamento entre futebol e cinema quase nunca deu bons frutos. Nem mesmo Pelé conseguiu emplacar na sétima arte (a não ser num documentário de alguns anos sobre a sua carreira), e nem o filme do Tetra foi lá essas coisas. Esse documentário, dirigido por Ricardo Calil e André Garolli, aborda a paixão corintiana no ano do centenário.
O roteiro lembra as origens, quando foi fundado em 1910 por um grupo de operários, ao contrário de outros clubes da elite paulistana. Isso é que criou a imagem do Timão como um time do povo. Também destaca as primeiras imagens feitas no local, em 1929.
O grande destaque porém, são as entrevistas com os grandes símbolos do time em várias épocas, como Rivelino, Sócrates, Wladimir, Zé Maria, Biro Biro, Marcelinho Carioca, chegando ao Ronaldo Fenômeno. Sem contar os representantes da torcida. Só tem um problema: como convencer um palmeirense roxo a assistir? (Ronaldo Victoria)

domingo, 23 de janeiro de 2011

À Prova de Morte

Kurt Russell interpreta o dublê maluco
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Desde que surgiu nos anos 1990, com Cães de Aluguel, Quentin Tarantino deixou sua marca no cinema americano. O que ficaria ainda maior com Pulp Fiction, talvez seu maior trabalho. Goste-se ou não do seu estilo (um dos pontos que seriam questionáveis é seu fascínio pela violência), não se pode negar que ele tem o que se chama de "assinatura", ou seja é um cara com ideias proprias.
Porém, nem sempre ele tem sucesso. A maior prova é esse filme, que demorou três anos para entrar no circuito comercial brasileiro. Fazia parte do projeto Grindhouse (nome parecido com os cinemas pulgueiro daqui), junto com Planeta Terror, de Robert Rodriguez. Seriam exibidos juntos, mas hoje isso fica difícil. E seu parceiro Rodriguez, é bom que se diga, ainda é um sub-Tarantino.
Feito com a intenção de ser filme B, não se pode fazer reparos ao estilo tosco proposital (ele até fez uma fotografia meio detonada). A história, bem simples, fala sobre um dublê, vivido por Kurt Russell, que adora perserguir mulheres. Divirta-se sem procurar chifre em cabeça de cavalo. (Ronaldo Victoria)

sábado, 22 de janeiro de 2011

Tudo pode Dar Certo

Evan Rachel Wood e Larry David: a docinha e o ranzinza
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A respeito de Woody Allen, sempre se diz que ele divide a plateia em duas turmas: os que o adoram e aqueles que não o suportam. A crítica também faz sua divisão, afirmando que ele alterna filmes profundos com outros duperficiais. Não se pode dizer que sejam filmes importantes e outros despretensiosos, pelo fato de que Allen sempre é pretensioso. E aí mesmo é que está sua graça.
Esta comédia talvez possa ser rotulada de menor, mas o resultado é bem bacana. Como em alguns trabalhos como Celebridades, Allen recrutou um ator para fazer um papel que é a sua própria cara. O escolhido foi Larry David, um dos autores de Seinfeld, que vive Boris, escritor que é a amargura em pessoa.
Ele até fala diretamente para a câmera, explicando por que não acredita no amor nem na bondade. E em alguns momentos a gente ri por concordar. Até que aparece em sua vida a jovem interiorana Melody (Evan Rachel Wood). Nada mais diferente que esse casal, mas logo surge a mãe da moça, Marietta (a ótima Patricia Clarkson) e tudo vira de pernas para o ar. O final é bem legal e deixa uma mensagem de tolerância com as diferenças. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Tron - O Legado

Jeff Bridges vive cientista desaparecido
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A primeira dificuldade dessa nova aventura é o fato de que Tron, o original, foi lançado em 1982, ou seja, há quase 30 anos. E não foi assim um grande estouro, talvez por que naquela época contar uma história dessas era difícil, por causa da tecnologia ainda deficiente. Ou seja, há uma geração que não conhece muito bem do que se trata.
Por isso, o filme acaba sendo didático. Começa falando sobre Sam (Garrett Hedlund), rapaz que nunca se conformou com o desaparecimento do pai, Kevin Flynn (Jeff Bridges). Ele cresce órfão e revoltado e não quer assumir a empresa da família, a Encom.
Um dia, por meio de pistas deixadas por Kevin, vai até o local, encontra uma passagem secreta. E descobre que o pai está preso num mundo fantástico de videogame. Há até um clone mau dele, Clu (o sessentão charmoso Bridges com o rosto rejuvenescido). Os efeitos são muito bons (há a opção em 3D) e o melhor do roteiro é mostrar o relacionamento entre pai e filho. O que tira a aventura apenas do lugar-comum de exploração da técnica. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

As Viagens de Gulliver

Jack Black vive o cara que banca o gigante
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A primeira dificuldade para esta aventura está no fato de que para as novas gerações essa história pouco representa, ou parece algo perdido no tempo. Afinal, o conto do homem comum que vai parar numa terra de gente minúscula chamada Lilliput, há muito tempo não era reciclado. A última vez, segundo o site especializado em cinema IMDB (Internet Movie Database) foi em 1996, numa produção para a televisão.
Parece ter sido uma escolha de Jack Black, comediante em alta na indústria hollywoodiana, abraçar esse projeto. Acontece que logo nas primeiras cenas a gente entende que não foi bem assim, muito ao contrário.
Tudo porque o Gulliver desta nova produção se parece exatamente com quem? Com Jack Black. É o que acontece quando o personagem se amolda ao ator. Gulliver parece irmão gêmeo do professor desbocado que ele fez em Escola do Rock ou o carinha louco por vinil de Alta Fidelidade. O ego de Black até encobre atores legais como Jason Segel e Emily Blunt. Está na hora de ele se reciclar antes que se apequene. Pena. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Acerto de Contas

Cuba Goodind Jr. interpreta cobrador durão
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Já virou lugar-comum falar sobre a tal "maldição do Oscar", ou seja atores que recebem a estatueta cedo demais e entram em crise. Os exemplos vão de Mira Sorvino a Marisa Tomei e sempre param em Cuba Gooding Jr. No caso, o ator que ganhou em prêmio em 1997, por Jerry Maguire, parece ter desistido de filmes com relevância artística e, como se dizia antigamente, "foi pra galera", atuando muito e sempre em produções comerciais.
Gooding acabou virando referência no circuito do cinema de ação, mas não encara o tipo brutamontes descerebrado. Ainda mantém uma certa sutileza e, não se sabe se por causa dos roteiros meia-boca, encarna sempre tipos caladões. Aqui ele é Joshua, cobrador de um chefão da máfia vivido por Miguel Ferrer.
Por conta do trabalho, se envolve com belas mulheres e ao mesmo tempo precisa enfrentar tipos perigosos, como o traficante Nino. Quem faz o bandido é Harvey Keitel, ator sempre interessante. O resultado é uma trama simples e que, apesar dos perigos, acaba não comprometendo a carreira do elenco. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

22 Balas

Jean Reno é o francês duro na queda
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O título em português retrata exatamente a cena inicial: um homem sofre uma emboscada, leva 22 tiros... e sobrevive. Por isso mesmo, o nome original, em francês, é L'Immortel, ou seja, o imortal. Este é Charly Mattei, e ajuda muito o fato de o personagem ser interpretado por Jean Reno, ator que além do talento tem um rosto de pedra e sempre com poucas palavras.
Charly viveu muitos anos fora da lei, fazendo parte de um perigoso grupo francês do crime organizado. Só que de repente decide encarar uma nova vida, do lado honesto, com a mulher e os dois filhos pequenos.
Mas é como dizem: é bem mais fácil entrar na máfia do que sair. Charly é um arquivo vivo (para desgosto dos que tentaram matá-lo. Logo percebe que a ordem só poderia ter partido de Tony Zacchia (Kad Murad, que coloca comédia em seu vilão) e inverte o jogo de gato e rato. É fácil de ver e se você tentar contar o número de tiros que são disparados ao longo do filme, certamente vai desistir na metade. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Julia

Tilda Swinton interpreta alcoólatra em crise
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À primeira vista Tilda Swinton, com sua imagem um tanto fria e até ambígua, não seria a atriz indicada para viver uma perua escandalosa, vulgar e chegada numa garrafa. É aí, porém, que está o mistério do talento, porque ela dá um banho da primeira à última cena, num desempenho vigoroso. O roteiro lembra o clássico Gloria, de John Cassavetes e estrelado por Gena Rowlands, e que parece ter servido também de matriz para o nacional Verônica, com Andrea Beltrão.
Ou seja, fala de uma mulher sem alternativas na vida que tem seu caminho cruzado com uma criança, o que termina por lhe servir de redenção. No começo, Julia pensa em se dar bem, ouvindo o desabafo de uma mãe que foi afastada de seu filho pelo sogro milionário.
Então, Julia decide sequestrar o garoto, só que como há muita gente envolvida na história, o caldo entorna de vez. O desfecho acontece no México, em clima pesado. E Julia descobre, em breves momentos, que consegue ser o que nunca imaginou: mãe. (Ronaldo Victoria)

domingo, 16 de janeiro de 2011

Não me Abandone Jamais

Keira Knightley, Carey Mulligan e Andrew Garfield: trio sem esperança
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Este drama inglês certamente merece o título de um dos mais tristes em muitos anos. O opção do diretor Mark Romanek foi acentuada ainda mais pela ambientação, pela interpretação sofrida do elenco e até pela trilha sonora, com solos de violoncelo de cortar o coração. O que se torna bastante coerente com o tom do livro do japonês Kazuo Ishiguro, no qual é baseado.
São três personagens principais no roteiro: Kathy (a nova queridinha inglesa Carey Mulligan), Tommy (Andrew Garfield, que foi o brasileiro de A Rede Social e será o novo Homem Aranha) e Ruth, um pouco mais velha (Keira Knightley). Eles vivem uma espécie de triângulo amoroso e moram juntos numa espécie de internato.
Logo porém se descobre que eles nasceram apenas para ceder órgãos para as pessoas que realmente tem poder e que a qualquer hora podem ser obrigados a ter uma parte retirada. Algo que foi abordado em forma de ficção em A Ilha, mas aqui pesadamente real. E por isso, eles são proibidos de se apaixonar. Tocante e com ótimo resultado. (Ronaldo Victoria)

sábado, 15 de janeiro de 2011

O Turista

Angelina Jolie e Johnny Depp: encontro por acaso
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Um filme estrelado por Angelina Jolie e Johnny Depp, e ambientado nas deslumbrantes paisagens de Veneza, nunca é opção perdida. Mas não se pode esconder que o resultado é mediano. Uma parte do público deve dizer a frase clichê "ah, sei lá, eu esperava mais." E o par central não funciona tanto. Depp deve se sentir mais à vontade vivendo os malucos de Tim Burton. E Jolie parece fria às vezes, como se apenas desfilasse em cena.
O começo da história acontece em Paris. Ela vive Elise, amante de um golpista que deu enorme prejuízo a milionários e que vem sendo perseguido pela polícia internacional. Recebe orientação do namorado para tomar um trem que vai a Veneza e escolher um homem que tenha aparência parecida com ele.
É assim que Depp surge na história, na pele de Frank, um típico professor de matemática. O recheio são cenas de perseguição que prendem atenção, sim, apesar de não ser nota 10. Para compensar, a cena final traz uma surpresa. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Incontrolável

Denzel Washington e Chris Pine tentam dominar trem
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Não fez muito sucesso, sabe-se lá por que, esta aventura nos Estados Unidos. Isso apesar da presença do astro Denzel Washington (que faz a quarta parceria com o diretor Tony Scott) e do nome em ascensão Chris Pine. Pode ser também que seja devido ao orçamento inflacionado, que teria ficado superior a 100 milhões de dólares e fez com que a Fox ameaçasse até de interrupção.
Acontece que o público que curte cinema de aventura não vai se decepcionar. A história é baseada em fatos reais e tem aquele dom de ser simples e direta como são algumas notícias. Tudo acontece quando um maquinista imprudente perde o controle de um trem que se desgoverna e ameaça várias cidades.
A máquina cruza o caminho de outra, controlada pelo experiente maquinista Frank (Washington) e pelo novato Will (Pine), que enfrenta um divórcio escandaloso. Contra as orientações dos burocatas, os dois fazem o que acham certo e bancam heróis. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Georgia O'Keefe

Joan Allen interpreta a pintora americana
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O talento da pintora americana Georgia O'Keefe (e o intenso colorido de seus quadros) merecem ser bem mais reconhecidos no Brasil. Enquanto isso não acontece, este telefilme com bela produção dá conta do recado. Claro que não fala apenas da carreira dela, senão seria um documentário, mas conta sua vida amorosa sem esbarrar no escândalo.
Georgia é vivida com toda classe por Joan Allen, atriz sempre marcante já várias vezes candidata ao Oscar, mas que não é uma estrela reconhecida pelo público. Talvez como sua personagem. O roteiro mostra a artista e seu relacionamento com o fotógrafo Alfred Stieglitz (o também classudo Jeremy Irons).
Tudo se complica quando ela descobre a infidelidade do marido, e não uma simples pulada de cerca. Uma relação talvez mais estável do que manteve com ela. Vem daí a famosa crise que Georgia tem num deserto do Novo México e ao mesmo tempo sua fase mais produtiva. Ou seja: os grandes artistas fazem do sofrimento combustível. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

XXY

Inés Efron e Ricardo Darin: fuga e preconceito
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O título aparentemente enigmático (mas nem tanto assim) fala sobre uma menina que mistura as características sexuais dos dois signos. Ou seja, geneticamente não é XX masculino nem XY feminino. E parece ter dois orgãos genitais, fato que o filme tem o bom gosto de não tornar explícito. É mais uma prova da maturidade do moderno cinema argentino, que consegue abordar temas polêmicos sem flertar com o escândalo.
Alex (Inés Efron) é uma menina normal, não fosse essa particularidade. Por causa disso, seus pais, Kraken (Ricardo Dárin, o maior galã argentino) e Suli (Valéria Bertucelli), resolvem sair de Buenos Aires e morar numa pequena cidade litorânea uruguaia. Tudo para proteger a filha da curiosidade alheia.
Porém, quando um casal amigo vem fazer uma visita (o marido é cirurgião estético e tem interesse no caso), o drama se instala. Até porque Alex se envolve com o filho do casal, que se assusta ao saber da verdade. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A Todo Volume

Jack White, The Edge e Jimmy Page: mestres da guitarra
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Fica até desnecessário dizer que você curtirá mesmo esse documentário se for apreciador do rock. Porque seus três personagens principais são lendas da guitarra de gerações diferentes. Jimmy Page é o lendário guitar man do Led Zeppelin, responsável por riffs históricos e o solo de Stairway to Heaven. The Edge dá peso sonoro ao som quase messiânico do U2. E Jack White, com seu grupo The White Stripes.
O roteiro procura fazer uma visão diferente, não se centrando apenas no som, mas na história de cada um deles. White, o mais jovem, curiosamente é aquele que tem mais influência do passado, pagando tributo ao blues, pai do rock.
Já The Edge parece ser o mais seduzido pelo lado eletrônico, enquanto Page lembra a época de loucura dos anos 60. Por isso, por lembrar também a história desses homens e não apenas seus momentos quando empunham uma guitarra, é que o documentário amplia seu interesse. (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Grey Gardens

Jessica Lange e Drew Barrymore: mãe e filha decadentes
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Comédia ou drama? Fica um pouco difícil de rotular esse filme feito pela TV a cabo HBO que deu a Drew Barrymore o Globo de Ouro. Se definido como comédia, deixa um travo bastante amargo, já que se trata de um retrato da decadência feminina, e sem retoques. As heroínas são Eddie Bouvier Bale e sua filha de mesmo nome.
Depois de viver um passado de glórias, as duas se veem abandonadas. A mãe, pianista frustrada, achava que poderia se dar bem sem o apoio do marido milionário. A filha, sem quase nada na cabeça, tentou ser atriz mas só conseguiu pequenos papéis graças a favores sexuais prestados a produtores casados.
Em 1975, a notícia chocou os Estados Unidos. A casa em que viviam, a Grey Gardens do título, localizada na badalada cidade litorânea East Hampton, foi interditada por falta de condições sanitárias. Até a ex-primeira dama, Jackeline Kennedy, tia e prima delas, se envergonha pelo fato. Drew e Jessica Lange, apesar de um certo exagero da segunda, brilham intensamente em cena. (Ronaldo Victoria)

domingo, 9 de janeiro de 2011

Nas Garras do Tigre

Briana Evigan tenta se esconder da fera
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O que você acha de um roteiro em que uma jovem cuida do irmão caçula, autista, e os dois são ameaçados por um furação e um tigre faminto? E não é que deu filme mesmo? Esse suspense teve cópias com outro nome, Implacável, que não funcionava bem, porque na verdade deveria ser Improvável. Então colocaram o título mais explícito. Nem assim deu muito certo.
A personagem principal é Kelly (Briana Evigan), que ao perder a mãe encara a barra de ser guardiã do irmão Tom (Charlie Tahan), que tem 12 anos e é deficiente mental. Para piorar, descobre que seu padrastro cafajeste roubou seu dinheiro para comprar um tigre (isso mesmo!) como atração em seu parque safári.
Como desgraça pouca é bobagem, a cidade está ameaçada por um furacão e o vento forte derruba a jaula do tigre, que ameaça os irmãos. E como a fera está com fome e sente cheiro do medo, ela precisa conter o garoto. É ou não é um exagero? (Ronaldo Victoria)

sábado, 8 de janeiro de 2011

Depois de Partir

Romain Duris e Evangeline Lilly: amor mal resolvido
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Passou quase batido pelo público esse romance que merece uma segunda chance. Talvez não tenha feito tanto sucesso por forçar no título, ainda que pelo lado contrário, uma aproximação com Antes de Partir. O clima é diferente. Fala de amores que sobrevivem após a morte, algo em que acreditamos desde Ghost. E produções com teor espírita não são nem um pouco estranha para o paladar dos brasileiros.
O herói é o advogado Nathan (o francês Romain Duris), que é bem sucedida na profissão mas um fracasso na vida real. Um dia ele recebe uma visita inesperada, um médico chamado Kay (John Malkovich) que alega ser um mensageiro e saber quando alguém está prestes a morrer.
De cara, o advogado o chama de maluco. Mas depois começa a repensar a grande pedra no sapato de sua vida: a relação mal resolvida com seu grande amor, Claire (Evangeline Lilly, a Kate de Lost). Os românticos vão gostar. (Ronaldo Victoria)

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Os Famosos e os Duendes da Morte

Henrique Larré e Tuane Eggers: trama diferente
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É a estréia de longa-metragem de Esmir Filho, cineasta paulistano que fez carreira em curtas, especialmente com Tapa na Pantera, fenômeno no You Tube. Para seu primeiro drama longo, ele fala exatamente da internet, e como hoje para jovens o meio não é acessório mas algo que marca a geração. E escolhe um clima meio sonhador, quase uma viagem de erva, se não parecer idéia fixa.
O herói (vivido pelo ator local Henrique Larré) tecla na internet com o nome de Mr. Tambourine Man, conhece uma menina com o nick Jingle Jangle, outra referência a Dylan, vivida por Tuane Eggers. Tem uma amizade algo ambígua com um rapaz da sua idade e uma mãe que conversa com o cachorro como se fosse um filho, para superar a solidão.
Tudo se passa numa pequena cidade gaúcha, de colonização alemã, e mostra como a internet acaba sendo uma fuga para quem não suporta viver num lugar onde todo mundo se conhece, e tudo é pequeno. A ponto de aparecer uma ponte em que o suicídio pode ser uma saída. Pesado e diferente. (Ronaldo Victoria)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Enigmas de um Crime

John Hurt, Leonor Watling e Elijah Wood: suspense intelectual
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É um suspense que reserva várias curiosidades para o público, a mais fútil delas o fato de ver o franzino Elijah Wood (o Frodo Bolseiro de O Senhor dos Anéis) em tórridas cenas de amor com a caliente espanhola Leonor Watling, estrela de Fale com Ela, de Almodóvar. O diretor também é espanhol, Alex de La Iglesia, conhecido por seus filmes que flertam com o brega, como A Comunidade, protagonizado por Carmem Maura.
Aqui o diretor faz uma troca total de ambiente e vai para a chiquérrima universidade de Oxford, onde começam a acontecer estranhos assassinatos. A situação desperta a atenção do renomado professor de lógica Arthur Seldon (John Hurt) e do estudante novato Martin (Wood).
Os crimes estariam ligados a códigos secretos, estranhos símbolos e números matemáticos. Ou seja, a trama entra um pouco no estilo de O Código Da Vinci. O final está ligado mais à repressão e não parece inconvicente. (Ronaldo Victoria)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Sonhos Vazios

Jose Rosete, Kathleen e Rachel: triângulo amoroso
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À primeira vista, parece que esse drama dirigido e produzido por mulheres, parece defender a tese de que homem não entende mulher e é melhor as garotas se entenderem entre elas. Mas não é tão raso assim não, o que seria preconceito ao contrário. Tudo começa quando Sydney (Kathleen Benner) descobre ter uma doença grave.
Aí ela conta para o marido, Corey (Jose Rossete), e ele afirma simplesmente que não tem dinheiro para seu tratamento. Acontece que é bom lembrar que nos Estados Unidos não é tão simples ter um plano de saúde, e até o Obama se estrepou ao tentar mudar a situação.
Decepcionada, Sidney conhece Jane (Rachel Owens), uma mãe solteira de cabeça aberta e logo pinta entre elas uma atração que se transforma em amor. Aí o marido resolve dar piti de machão. Não é nada de original, mas não aborrece. (Ronaldo Victoria)

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Corações em Conflito

Michelle Williams e Gael Garcia Bernal: fitas separadas
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Há duas coisas que incomodam neste drama, além do título nacional que não significa absolutamente nada. A primeira é que parece ter medo das situações que mostra, ou seja, tem medo excessivo de cair no dramalhão e fica na superfície. A segunda é que parece imitar Babel, do mexicano Alejandro Iñarritu, e a presença de Gael Garcia Bernal só reforça isso.
Bernal e Michelle Willians são um casal de sucesso em Nova Yrok. Ele é Leo, executivo de um site e ela vive Elle, cirurgiã encarregada de casos graves. O casal tem uma filha, que é cuidada por Gloria (Marife Necesito), babá filipina que deixou os dois filhos no país de origem.
Quando Leo precisa fazer uma viagem de negócios para a Tailândia, tudo se complica, com perigo de infidelidade do marido e uma tragédia para a babá, que larga tudo. Notou que até existe uma babá trágica, como em Babel? O pior é que no final você tem vontade de dizer: então tá! (Ronaldo Victoria)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Splice - A Nova Espécie

Sarah Polley ao lado da "criatura"
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Filmes de ficção científica, principalmente aqueles que à primeira vista parecem fantasiosos demais, sempre ficam a um passo do ridículo. Se a opção do diretor for se levar a sério demais, isso geralmente acontece. Aqui não ocorre porque o cineasta Vicenzo Natali é especialista no assunto (participou de várias seres americanas do estilo) e o elenco é talentoso.
Mesmo assim, tem quem vá chiar com a história ou achar a criatura sinistra demais. Os personagens principais são o casal de cientistas Clive (Adrien Brody) e Elsa (Sarah Polley). Talentosos, e ambiciosos na mesma conta, eles se dedicam a criat híbridos de vegetais para um laboratório framacêutico.
Até que um dia resolvem ousar mais e usam DNA humano para a criação de um novo ser. O resultado é Dren, que nasce humana mas sem braços e cresce (aí vivida pela atriz francesa Delphine Chaneac). Claro que a criatura se rebela contra os criadores. O final é perturbador. (Ronaldo Victoria)

domingo, 2 de janeiro de 2011

Casa Negra

Arkadiusz Jakubick na paisagem gelada polonesa
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É um clichê dizer que esse drama é um filme frio. Não apenas por que se passa em pleno inverno polonês, nos anos 1970, numa propriedade rural afastada de tudo. Não é à toa que a primeira imagem é totalmente branca, com policiais dando pulinhos para espantar o frio. A frieza também faz parte da narrativa, que mistura dois tempos e exige esforço do espectador para entrar no clima da trama.
O personagem principal é Edward Srodon (Arkdiusz Jakubick), que aparece nos dois tempos mas não fica tão fácil assim identificá-lo. No passado ele é um zootécnico que faz uma parada na fazenda da família Dziabas, com um marido bem mais velha que a esposa, e onde a violência acontece entre o casal.
Mas, como ele se infiltra demais nessa relação, a tragédia acontece e acaba sendo investigada por uma equipe da Milícia do Povo, dos tempos do comunismo. Claro que Edward é o principal suspeito. Opção diferente para públicos diferenciados. (Ronaldo Victoria)

sábado, 1 de janeiro de 2011

Pecado da Carne

Ran Danker e Zohar Strauss: amor entre judeus ortodoxos
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O título nacional desse drama israelense soa até ridículo, já que o personagem principal trabalha num açougue. E parece comédia, o que não tem nada a ver. O tema é o amor gay, que aparece em Meah Shearim, bairro ultra ortodoxo de Jerusalém, desafiando todos os preconceitos contra esse tipo de sentimento que existe por lá.
Tudo começa quando Aaron (Zohar Strauss), que herdou um açougue kosher do pai, aceita dar emprego para o jovem estudante Ezri (Ran Danker), que foi a Jerusalém atrás de um ex-namorado. Ezri mora nos fundos do açougue e logo nasce uma amizade entre os dois. Quando Aaron o segue e descobre seu segredo, tenta criticá-lo, mas se descobre envolvido.
Logo o conselho de ançiões do bairro suspeita da relação entre os dois. E, claro, resolve reprimir de forma bem clara, já que Aaron é casado e pai de quatro filhos. Vale não apenas pela curiosidade de ver as cenas quentes entre dois homens com aqueles trajes ortodoxos (e que o tiram, claro). Cinematograficamente, é bom e trabalha bem o conflito. (Ronaldo Victoria)